A virtude e o vício sob a ótica maçônica

Virtude...

O dicionário Aurélio, define a VIRTUDE como: disposição firme e constante para a pratica do bem. Boa qualidade moral; força, moral; valor. Ato virtuoso. Castidade, pureza. Modo austero de vida.

Também podemos qualificar como VIRTUDES a disposição em ter as oportunidades de poder estar trabalhando, realizando algo em beneficio do próximo em atos e fatos proporcionadores e geradores de bem estar e benefícios para a humanidade, não só para o momento bem como para a posteridade.

Se auto afirmar, moral, material e espiritualmente, se valorizando, tornando-se um ser publico, ou melhor, um ser de Deus, criado por Ele e seu representado, para que continua a Obra na perpetuação e continuação do Amor.

Há a pergunta do Venerável Mestre ao iniciante, em uma das peças da iniciação o qual questiona: “Que entendes por VIRTUDE”, cuja resposta filosófica geralmente é e direciona para a resposta: ”Uma disposição da alma que nos induz a pratico do bem”, explicitação feita no final da resposta dada pelo candidato, pelo mesmo Venerável Mestre, em complementação e liquida o assunto filosoficamente, sobre a força viril, VIRTUDE.

E por falar em Maçonaria, lembrando seu porte de instituição iniciativa e filosófica, cujo caráter é estar embrenhada nestas VIRTUDES, trilhando caminhos sérios, escolhendo obreiros com esses perfiz virtuosos, para continuar a obra, já como diz a musica de Cazuza, “ Os tempos não para”. Na ótica dele, balançou mais no negativo das facetas da vida, porem, dentro do nosso pensamento em redigir esta peça, inspiramos a palavra VIRTUDE, como força viril com nada de negativo e o tempo não para, nasce gente morre gente e as obras estão por ai a ser realizadas, restando à disposição da alma e coragem para tal, principalmente como o despojamento do egoísmo.

As ferramentas estão ai a nossa disposição, os Maçons, espalhados pelo Universo, através desta maravilha que é a Maçonaria, primando ainda por ser uma instituição, essencialmente iniciativa, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionaria – dentro dos parâmetros “Liberdade – Igualdade e Fraternidade, mostrar mais serviços, tornando mais feliz a humanidade com mais amor, desde que Ela é: uma instituição iniciativa que prima por ser “uma instituição que tem por finalidade tornar feliz a humanidade; pelo amor, aperfeiçoamento dos costumes, respeito ás autoridades e a religião de cada um”.

Explicitando ainda mais sobre a VIRTUDE, segue em complementação um texto que encontrei na Internet, via ajuda do Google, como segue:

Conceito de Virtude

“O termo "VIRTUDE" (do latim "virtus" que significa força viril) designa o poder de uma coisa para produzir determinados efeitos. Em termos filosóficos, e segundo Platão e também segundo o epicurismo e o estoicismo, a VIRTUDE designa um conjunto de características que contribuem para que o indivíduo tenha uma vida boa, nomeadamente a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça (as chamadas "virtudes cardiais"). Quanto a Aristóteles, este define a VIRTUDE como aquilo que completa de forma excelente a natureza de um ser: enquanto para um pássaro a VIRTUDE pode ser o voar depressa, para o Homem a virtude será agir conforme a razão.

Existe uma ligação íntima entre VIRTUDE e ventura. Apesar da virtude não ser uma condição suficiente para uma vida boa, pois esta depende também de uma vida feliz, existe uma relação de dependência: enquanto os estóicos defendem que a ventura resulta da VIRTUDE, Epicuro afirma que a VIRTUDE é uma condição para a ventura; pelo contrário, Kant defende que a VIRTUDE não é aquilo que nos torna mais felizes, mas aquilo que nos torna dignos de ser felizes. ”

Na Bíblia há enumeras dissertações e passagens sobre a VIRTUDE, em que registramos algumas:

“Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim, saiu VIRTUDE. Lucas 8:46”, palavras do Mestre Jesus, na multidão, ao ser tocado pela mulher com fluxo de sangue há 12 anos e que por este ato de fé fora curada.

“Mas recebereis a VIRTUDE do Espirito Santo, que há de vir sobre vóz; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. Atos 1:8”

“Em mim se acha toda a Graça do caminho e da Verdade, em mim toda a esperança da Vida e da VIRTUDE. Eclesiástico 24:25”

José Pedroso – 19 de maio de 213

A seguir Texto da Revista Consciência edição 135 de 2018, estudo correlato do

Irmão Paulo Roberto Haas, como segue:

O propósito desse trabalho é relatar algumas considerações próprias, e de terceiros, acerca da virtude e dos vícios, sob o ponto vista maçônico.

Inicio dizendo que a complexidade do assunto requereria muito mais tempo de pesquisas, consultas e tempo de exposição.

Sabemos muito bem que, para a construção deste ser social que somos, é necessário desbastarmos as asperezas e arestas, representados pelos nossos vícios e aspirarmos às virtudes, caminho que escolhemos para esta construção social.

As quatro virtudes cardeais, descritas por Platão, seriam a sabedoria, a fortaleza, a temperança e a justiça.

Logo na primeira instrução, no grau de aprendiz maçom, o V.M. refere que “compete ao aprendiz maçom o trabalho de desbastar a pedra bruta, isto é, desvencilhar-se dos defeitos e paixões para poder concorrer à construção moral da Humanidade, que é a verdadeira obra da Maçonaria”.

E diz mais: “quando, ao término do trabalho de aperfeiçoamento moral, simbolizado pelo desbastar das asperezas dessa massa informe, que chamamos de pedra bruta, que conseguistes, pela fé e pelo esforço, transformá-la em pedra polida, apta à construção do edifício, podereis descansar o maço e o cinzel para empunhardes outros utensílios, subindo a escala hierárquica maçônica”.

Também, os rituais maçônicos antigos relatavam que os principais deveres de um maçom eram “cavar masmorras ao vício e erguer templos à virtude”.

E os vícios atuais são a tirania, a ignorância e os preconceitos; as virtudes a glorificar seriam o direito, a justiça, a verdade e a razão.

Vício e virtude = um binômio que igualmente encontramos na iniciação dos neófitos. Abre-se o dicionário e a definição de vício que se nos depara é de “um grande defeito ou imperfeição, que torna uma pessoa ou coisa impropria ao fim a que se destina”.

Efetivamente, o vício é tudo aquilo que a moral da sociedade não aceita, tudo aquilo que foge à regra, que escandaliza a maioria.

Porém, importante refletir que, com a evolução da moral ao longo dos tempos – umas vezes mais permissiva, outras menos – também os conceitos de vício e virtude variaram e que as variações foram, quase sempre, produzidas por aquela minoria social de “libertinos”, de “desmoralizados”, que escandalizava a maioria da sociedade.

Houve tempo em que beber café era um vício; hoje ninguém pensa assim, se não estiver viciado, ou seja, se não beber demais ou não estiver dependente. E assim, o prazer rapidamente se transforma em vício, quando o corpo e a mente, num crescendo, reclamam a sua satisfação, até a dependência.

Submeter a minha vontade, no dizer de João Francisco Guimarães: “quando o homem introduz nos seus atos a ambição desmedida, a manha, o calculismo duvidoso, contrai dívidas que terá que pagar (alguns chamam isso de carma)”. Porém, aquele que age como obreiro útil e dedicado, deve objetivar a ausência da dor, a ausência do sofrimento, a alegria real, a felicidade, a libertação e a paz. Sintetizando: submeter a vontade não exclui o sofrimento; todavia, há que se buscar a perfeição.

Também, a tolerância é uma virtude complexa, dado que é componente indissociável de praticamente todas as outras virtudes, a começar pelas cinco virtudes cardeais: bondade, justiça, amor, sabedoria e verdade. É fácil, então, compreender a dificuldade de se praticar a tolerância nos dias atuais, mercê da ampla soma de virtudes que a pessoa deve amealhar para isso.

As sociedades da chamada “economia de mercado”, ao valorizarem o ter em vez do ser, expõem os exegetas e buscadores a grandes diversidades, adversidades e fragmentações de ideias, ideais, informações, teorias, princípios, valores, etc.

A conduta moral, observada sob o enfoque dos homens livres e de bons costumes, não se resume a atos morais esporádicos e fortuitos, mas sim, a repetição continuada do ato de agir moralmente.

Assim, a tolerância é a virtude que demanda o concurso permanente de todas as outras virtudes para a sua prática costumeira.

E então surge o julgamento sobre o vício: são os viciados – os que sofrem de gula, os alcoólicos, os fumadores, os drogados, os tarados sexuais, os psicopatas, os criminosos, dentre outros.

A satisfação do prazer e a intensidade do vício deverão ter duas limitações: a formação correta que permite uma mínima capacidade de escolha e a liberdade dos outros.

E aqui cabe um largo papel à Maçonaria e à sua capacidade de formação, pois, afinal, tudo se integra numa aprendizagem de progressiva abertura de espírito.

Como homens livres e de bons costumes, entendo que além do sagrado dever de levantarmos templos à virtude e cavamos masmorras ao vício, devemos saber interpretar ambas as questões, para que no dia a dia, não sejamos submetidos ao despertar de nossam ignorância, quando interpelados sobre seus significados.

Como maçons, nos interessa sobremaneira a virtude do “comportamento moral”, pois somente ele diz respeito exclusivamente à educação do espírito, uma tarefa extremamente valorizada dentro da Maçonaria, porque conduz ao amor e à generosidade.

Comportamento moral é a prática da solidariedade humana em todos os sentidos, e que pode ser manifestada de infinitas maneiras. Exemplos: podemos trabalhar com dedicação para tirar o homem de sua ignorância, podemos ajudar o nosso semelhante a superar suas necessidades materiais, podemos nos colocar ao lado do nosso semelhante em suas dores mais profundas; estar ao lado dele quando abatido em seus males corporais. Enfim, há vários meios de praticar a solidariedade. Como referido antes, para que um determinado comportamento moral possa ser considerado uma virtude, não é suficiente a prática de atos morais esporádicos ou isolados. É necessário, antes de tudo, haver uma continuidade, um hábito, um estado de espírito sempre ativo e presente na consciência, a cada dia e a cada momento.

E mais, dentro do comportamento moral, podemos acrescentar o próprio comportamento social que vivemos para fazermos valer a tríade “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, que são, por excelência, os elementos para construir em nosso templo interior, o verdadeiro espírito maçônico. Assim, temos que praticar constantemente as virtudes da justiça, da prudência e da temperança.

A fraternidade maçônica sempre foi conseguida através de um laço que se poderia chamar de cumplicidade maçônica. Porém, certamente existem momentos em que afloram os instintos, ou seja, os vícios ainda não convenientemente dominados, tal como o egoísmo, provocando desentendimentos pessoais.

Porém, o importante é não deixar de lutar pela fraternidade a cada dia e a cada instante, mas, para isso, é preciso termos em primeiro lugar o domínio sobre nossos vícios, pois do que vale pregar o bem, sem o entendimento do mal?

E como falar do “vício” se até mesmo a Bíblia Sagrada, o Livro dos Espíritos e outras obras literárias o declaram de forma singela e simplória como o “oposto da virtude”.

Já concluindo, do ponto de vista abstrato, podemos dizer também que tudo que não for perfeito é vício, mas, do ponto de vista prático é um ermo relativo que depende do grau de evolução do indivíduo em questão, pois o que seria um vício para um homem cultivado, poderia ser uma virtude para um selvagem.

O pior do todos os vícios que sofremos, no meu entender, é o egoísmo, que vêm assolando todas as comunidades, todas as religiões, todas as irmandades, enfim, todo o mundo está submisso ao egoísmo. Na prática, o exercício deste, de forma desequilibrada, resultará nos demais vícios aflorando facilmente e deflagrando em cada canto do mundo a discórdia, a intemperança, as guerras, o fanatismo, a injustiça, a injustiça, a fome, as doenças, a infelicidade. Por fim, as mortes prematuras que assolam principalmente os países não desenvolvidos.

Nós, homens, nunca seremos perfeitos; a imperfeição faz parte do indivíduo. É um grave erro acreditar que basta ter o conhecimento da ciência e dos augustos mistérios de nossa ordem para que possamos exercê-los com proveito.

O egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como fraternidade é a fonte de todas as virtudes: destruir um e desenvolver outro, esse deve ser o objetivo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar sua felicidade em nosso mundo.

A maçonaria conclama todos os irmãos a desempenhar o glorioso papel de construtor social. A maçonaria nos incentiva a praticar a virtude, a pautar nossas ações pelas virtudes. Hoje em dia outro tipo sorrateiro de vício toma conta da sociedade, invadindo lares, fazendo dos filhos seus reféns. São os chamados “vícios sociais”, causados pela dependência química do álcool, do fumo e das drogas. A droga é hoje o câncer que corrói a sociedade.

Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja livre (Santo Agostinho).

Bibliografia:

- Manual de procedimentos ritualísticos; e ritual e instruções do grau de Aprendiz Maçom – 2010-2013 – GORGS

- Cartilha Maçônica – João Francisco Guimarães – 2010 Madras Editora Ltda.

- Pesquisas diversas

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 19/05/2019
Reeditado em 22/03/2021
Código do texto: T6651355
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