LIBERDADE II

Após conquistar a liberdade vivo a aventura interior, para mudar o meu rumo: viver ou morrer? Com dificuldade, transito diversos estilos ao criar ritmos que me possibilitam cativar e surpreender no dia a dia.

Recolocada no viver, com as devidas adaptações, valorizo o significado da palavra liberdade: desejo experimentar, testar limites, desafiar e distinguir a fantasia e o real – com risco de vida. Nas palavras de Vinícius de Morais, “... E as sombras se casam / Nos raios noturnos / Da rua perdida”.

Ser livre marca o meu viver com reverência, para sentir as “borbulhas do espumante”; ter a vida ao meu lado; ouvir e contar histórias através do olhar sensível e comovente, como o entardecer, para descobrir que, mesmo com as limitações do corpo, o coração é que faz a diferença: viver ou morrer? Para Vinicius, “... Num constante arremesso largo e aflito / Eu me espedaço em vão contra o infinito”.

Limitada aos momentos especiais, transporto-me ao mundo em que me permito ouvir a voz das revelações, na perspectiva de pensamentos livres e reflexões sobre valores que, metaforicamente, são sabedorias tecidas nas redescobertas da sensibilidade. Vinícius de Morais retrata, “... Como ocultar a sombra em mim suspensa / Pelo martírio da memória imensa / Que a distância criou – fria de vida...”.

Descubro o óbvio: para haver vida em comum, com alegrias, desafios e dilemas, antes da liberdade, preciso me decidir: viver ou morrer?