45 anos sem os Beatles

Há exatos 45 anos Paul McCartney anunciava que os Beatles tinham chegado ao fim.

Em abril de1970 era evidente que os Beatles não eram mais os Beatles. Muita coisa havia mudado com aqueles quatro rapazes de Liverpool que haviam conquistado o mundo com sua música e carisma. E não eram apenas suas roupas e seus cabelos que tinham mudado. Naquela época não havia dúvidas que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr não eram mais os mesmos amigos e muito menos parceiros como haviam sido no inicio da carreira. Mas dai chegar ao fim era algo que ninguém pensava nem queria imaginar que fosse acontecer. Mas, aconteceu e não foi naquele fatídico dez de abril, foi bem antes.

Muitos consideram o dia da morte de Brian Epstein, empresário dos Beatles, como o inicio do fim dos fab four. E realmente foi. Até ali devia haver desentendimentos entre eles, mas, nada sério. Foi somente após a morte de Epstein em 27 de agosto de 1967, vitima de overdose de tranquilizantes, que a banda perdeu o rumo, afinal, o ele era mais que um empresário, era um líder e quase um pai para todos.

Sem a presença dessa figura quase paterna os Beatles estavam sozinhos e o pior sem entender nada de negócios só de música. Nesse contexto tomaram uma decisão que afetaria o restante da vida da banda: Dali pra frente eles mesmos seriam seus empresários. Mas, a verdade é que Paul tomou a dianteira de tudo e deixou os outros três meio por fora.

Nesse período a criação musical já estava afetada, apesar de ainda produzirem discos acima da média como a trilha sonora do longa metragem “Magical Mistery Tour” lançada em dezembro de 1967. A criação da Apple no ano seguinte foi a mola propulsora para as crises que viriam a explodir anos depois. A empresa foi criada para dar oportunidade a novos talentos, equipamentos eletrônicos, e claro lançar discos e artistas. Assim, logo no primeiro lançamento com o compacto “Hey Jude/Revolution” a recém inaugurada gravadora chegou ao primeiro lugar tanto nos EUA quanto no Reino Unido.

O sucesso musical não ajudou a falta de habilidade empresarial dos Beatles. A Apple, com o passar dos anos deu mais, prejuízo que lucro. Milhões de libras foram torrados em pouco tempo. Somado a isso estava a presença da artística plástica japonesa Yoko Ono, por quem, John Lennon se apaixonara e costumava leva-la a toda parte incluindo os estúdios onde os ensaios turbulentos eram realizados. Os outros Beatles não gostaram nada do que eles consideravam uma intrusa.

Para piorar ainda mais havia o boicote às canções de George Harrison que começava a compor com mais qualidade e via-se relegado ao domínio da dupla Lennon & McCartney. Ringo sentia-se abandonado no meio do tiroteio e também se sentia sufocado pela briga de egos cada vez maior dos companheiros que não se entendiam de jeito nenhum. Até para escolher um novo empresário houve desavença: Paul queria seu sogro, Lee Eastman, os outros queriam Allen Klein. O fim era inevitável.

Embora nessa fase houvesse muita briga e desentendimento os Beatles lançaram bons discos e compactos sendo Abbey Road o melhor deles: Mas já era tarde demais para salvar a maior banda de todos os tempos. Coube então a Paul McCartney ser o mensageiro que anunciaria há exatos 45 anos o fim do quarteto de Liverpool.

Reginaldo Correia da Silva
Enviado por Reginaldo Correia da Silva em 10/04/2015
Reeditado em 10/04/2015
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