Envio suspenso

Em artigo de isturdia, em que fiz referência ao bloqueio individualizado de comentários, o Confrade Fábio Brandão, em comentário naturalmente não-bloqueado, suscitou a questão do Envio suspenso, com a qual nos deparamos ainda com maior frequência neste site, tão bem organizado e acolhedor.

O referido instrumento, se é disponibilizado, tem que ter alguma serventia, não há de estar aí só para decoração, eu imagino, sem muita imaginação...

Já briquitei a cuca tentando achar-lhe alguma valença, mas a valenssa globeleza, de saudosa e sopitosa memória é que pinta no pedaço, e tudo confunde.

Sobre comentários de confrades, ou mesmo de alhures, eu os acho sempre bem-vindos, mesmo quando discordantes de meus expostos textículos. Por vezes até, faço-lhes subsequentemente uma quadrinha para manter o diálogo aceso e e ah, teso... Entretanto, cabe-me frisar que recebo uma quantia relativamente pequena, e perfeitamente manejável de interações, e como me sinto bem com essa delicadeza, essa mimeza.

Contudo, posso imaginar como hão de sentir escritores,as que recebem mais de trocentas mensagens quando publicam seus textos. Tenho feito referência a essa situação quando vejo escritores do calibre de um Buriti, de um Jacó Filho, de algumas Rosas, tão apreciados aqui...Uma delas, por sinal, que meteoricamente aparece, alcança logo elevado número de leituras, que provavelmente provem de outros sites aos quais é conectada, e que no passado num muito distante mantinha aberto esse canal de comunicação com o leitor, resolveu fechá-lo e vai ver até que na oportunidade tenha exposto suas razões - que eu imagino - de impossiblidade física e temporal de lidar com tamanha massa de correspondência. Razão válida? Que afinal tem razão senão o patrão?

Num comentário bem recente, Bento Santiago, que já foi personagem de romance de Machado, tece afiadas considerações sobre o sistema de visitas entre confrades recantianos, sugerindo formar-se um escambo nesse processo, ou seja, eu te visito, você me visita...Não tenho opinião formada, ou deformada mesmo, para opinar com isenção. Mas sinceramente, não condeno a prática. As relações literárias dalguma forma, ou doutra, seguem as humanas. Ou as denegam.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 14/08/2018
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