Olho por olho, dente por dente.

Os americanos ainda celebram a vitória. No dia 01 de março p.p. mataram, segundo eles, o inimigo número 1 da humanidade. Desde o dia 11 de setembro de 2001objetivava-se essa morte. Finalmente, quase dez depois, numa batalha discreta tomba (para eles) o símbolo do medo: Osama Bin Laden.

No final do século vinte esta personalidade começou a escrever a sua história. Membro atuante na defesa do Islã e tendo a presença destacada nas regiões afegã e paquistanesa, viu naqueles anos a esmagadora ação dos russos. Tendo ciência da fragilidade perante os invasores buscou meios de se libertarem. A opção foi unir-se aos estadunidenses que tinham a intenção em manter base militar estratégica naquelas bandas. Como participação, os guerrilheiros receberam apoio logístico, treinamento, armas e, junto com os bravos Mujahidins, libertaram a região; mas não demorou muito e a sociedade desfez. O interesse da maior potência contrariava a fé daquele povo e, sentindo insatisfeito, Bim Laden rompeu seu compromisso tornando um declarado inimigo dos norte-americanos.

Na década de noventa, atentados terroristas em bases militares são creditados ao grupo Al-Qaeda e Osama era um de seus líderes. No dia 11 de setembro, o maior de todos abalou o mundo. Mais tarde soube-se de que foram anos de treinamentos e muito investimento material. As Torres Gêmeas vieram abaixo e a vida, a partir daquela data, não é a mesma. Como resposta, os Ianques e aliados invadiram o Afeganistão intensificando o combate ao Islã e seus seguidores radicais. Prisões, torturas, guerras; mas oculto pelas montanhas Osama sobreviveu a tudo por mais de uma década. Agora, sem muitas explicações (eles não se explicam) dizem que ele foi morto no Paquistão, seu parceiro estratégico criando um embate diplomático. Para os céticos, sua morte é discutível, mas seus seguidores o deram como morto e prometem retaliação.

O que este personagem representava era o oposto, mas mantém algumas características como estilo de vida, de coragem, determinação, semelhante a outro mito criado no ano 01 da Era Cristã: Jesus Cristo.

Emanuel, como deveria te sido chamado, foi prometido por séculos e, quando nasceu, teve a sua vinda celebrada pelo povo. Mas a sua fama prematura despertou o ódio nos governantes da época. Segundo o descrito, ele seria um rei que governaria com o cetro de ferro. Esse prognóstico despertou em Herodes temor por seu império e ele determinou a morte de todas as crianças com idade equivalente a do menino. Acuados, seus pais passaram a escondê-lo em constantes viagens pelo deserto e sua formação pessoal, se não era segredo mantido pelos sacerdotes, foi tratada com descrição até o inicio de sua pregação, por volta dos trinta anos. Outra pessoa notável para história era João Batista. Estudos não comprovados sugerem que ele havia sido o embaixador dos grandes conhecimentos empíricos, fontes não descritas em papiros que relatava as metáforas – ou parábolas – ensinando viver com simplicidade, pregando o amor ao próximo numa linguagem que todos entendiam, contrário ao uso da força que seria imposta sobre os inimigos e escravos. Os quarenta dias no deserto deram base para que Ele assimilasse esse complemento e então João entrou nos povoados anunciando o grande líder: Jesus. O que os sacerdotes não esperavam era o quanto àquela sabedoria influenciaria Jesus que passou a pregar um mundo de igualdade, fraternidade, contrariando a liderança baseada no poder. A resposta foi imediata. Mataram João e crucificaram Jesus, ainda deram fim desconhecido ao corpo para evitar veneração; mas o efeito foi o contrário. Os ensinamentos messiânicos cultuados por seus seguidores diretos ultrapassaram as barreiras do mundo árabe contagiando até hoje a humanidade. Sem relíquia para adoração, preservou-se o sinal da cruz -símbolo de sua morte- e o seu ideal de vida.

Coincidência ou não, como feito nos tempos romanos, os americanos procuraram não deixar alegoria para adoração. Afirmam que jogaram o corpo de Osama Bin Laden no mar, em local não especificado. Em resposta, os seguimentos islâmicos radicais prometem vingança. A severa lei do Velho Testamento está de volta, e a nação mais poderosa e seus aliados agora são alvos da ira condenando o mundo a uma vida de incertezas por tempo indeterminado.