ABANDONADOS

Vejo constantemente pessoas, principalmente jovens se esforçando para passarem em concurso público, com o propósito de adquirirem estabilidade no emprego e às vezes com altos salários. Digo às vezes, porque nem sempre é satisfatório se entrar no serviço público, quando existe um descaso com o funcionário estatutário, após o mesmo adquirir a sua estabilidade. A maioria deles passa a ser vista como um peso morto, zero à esquerda, um monte de estrume ou algo parecido. O contra-cheque passa a ser o atestado de idiotice que ele recebe todos os meses de gestores que se acham espertos o bastante para continuarem enganando e mentindo.

Existe uma doença grave no serviço público denominada de cargo comissionado ou cabo eleitoral, tanto faz, que é extremamente valorizado pelos gestores que depositam neles toda confiança, afinal são chamados de cargos de confiança e normalmente ganham de cinco a dez vezes mais que os idiotas estatutários que deveriam ser chamados de mendigos estatutários (sou um deles). O absurdo maior de toda essa história é quando um funcionário estatutário tem um piso salarial inferior ao salário mínimo. Imaginem alguém dedicar uma vida inteira ao serviço público exercendo uma função importante, recebendo como piso salarial valor inferior ao mínimo, fazendo-o sentir-se humilhado, envergonhado e indignado. Receber o salário mínimo como piso salarial já é uma vergonha e menos que isso é simplesmente inadmissível em qualquer esfera do poder público.

Aconselho a qualquer pessoa que queira prestar concurso público a pensar duas vezes antes de fazê-lo, para não arrepender-se mais tarde.

Quando se presta concurso público e se tem padrinho forte, é possível conseguir tudo o que se quer no serviço público, porém a coisa muda totalmente, quando a única coisa que se pode fazer é reivindicar e receber um não constantemente como resposta. O lema no serviço público é: AOS COMISSIONADOS E APADRINHADOS, TUDO E, AOS ESTATUTÁRIOS, NADA. A menos que o estatutário seja apadrinhado ou comissionado, o que não acontece com a grande maioria, ele tá ferrado noite e dia.

Aproveito a oportunidade para parabenizar os gestores sensíveis do poder público que instituem ou instituíram o plano de cargos e salários em seus domínios para se fazer justiça funcional, onde cada um recebe de acordo com a função exercida. Parabenizo e aplaudo de pé, gestores que não permitem que funções sejam usurpadas. Parabenizo os gestores de visão que sabem que a economia com um funcionário estatutário é grande, porque quando ele aposentar-se não levará dali nada menos, nada mais, que uma mão na frente e outra atrás. Parabenizo os gestores públicos que são capazes de entender que o poder colocado pela vontade ou permissão de Deus em suas mãos é apenas passageiro, mas que as consequências dos seus atos são eternas.

Parabenizo aqui a todos os gestores que possuem sensibilidade suficiente para imaginarem como seria ser tratados como mendigos que trabalham e ao fecharem os olhos imaginarem a própria geladeira ou despensa vazia como a de muitos por esse Brasil afora, que alvos dos atos de gestores sem nenhuma sensibilidade, amargam como trabalhadores a mais absoluta escravidão. Ainda bem que esses gestores sensíveis iluminados e abençoados por Deus, se preocupam em fazer justiça aos que trabalham e, independentemente de quantos votos precisem para a reeleição, jamais vendem a alma nem aos homens e nem ao diabo através da prática da injustiça, o que para O Deus Criador, é pura abominação.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 01/11/2012
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