O inferno devia estar cheio de lulas e jararacas

No Nordeste, “Lula”, é um apelido comumente usado para designar quem se chama Luís. Porém, Lula, também pode ser um molusco marinho, cefalópode (pés na cabeça), semelhante ao polvo, cheio de tentáculos. O gosto por apelidos (hipocorísticos), faz parte da cultura brasileira, que põem diminutivos não só em nomes próprios, mas em quase tudo e em todo mundo. Pode ser uma maneira carinhosa ou pejorativa de se chamar alguém.

Lula é o nosso Macunaíma, o herói sem caráter, que encarna em sua personalidade a malandragem e todos os vícios da parcela da sociedade brasileira, independentemente de sua condição social, pois sabemos que no Brasil tem malandro e mané na favela e na mansão. Ele tem em si aquela coisa do brasileiro que está sempre à procura do seu próprio caráter, que vai tentando dançar conforme a música. Lula está o tempo todo achando que vai se dar bem, que é mais esperto que os americanos. O sindicalista sempre teve sobre si aquela pecha de preguiçoso, de arruaceiro e baderneiro, embora isso seja apenas parcialmente verdadeiro. Entretanto é essa face, que até então havia se arrefecido por questões de marketing, que novamente emerge com a metamorfose da Lula em Jararaca. Jararaca é um ofídio, peçonhento, uma cobra agressiva que tem a capacidade de dar o bote sem sua vítima perceber que será picada. Ao se comparar com uma Jararaca, Lula revelou que é uma cobra criada. Daquelas preparadas para atacar para se defender de uma pisada ou paulada na cabeça.

Quando se diz que uma pessoa "mata a cobra e mostra o pau" o objetivo é dizer que esse individuo é decidido, que faz o que promete e tal. No entanto, na roça, o significado é justamente o oposto. Quem mata a cobra e mostra o pau é o enganador. O enganador tenta ludibriar os tolos mostrando o pau como quem diz que teria matado a cobra. Afinal, por que não mostra a cobre morta? Por isso essa Jararaca temos é que pisar na cabeça e se certificar que ela está mesmo morta, para sempre!

Andre Luis Aquino
Enviado por Andre Luis Aquino em 07/03/2016
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