Brasil - 28 de julho de 2014 -
Os Bonecos de Barro
 
 
O Brasil vivia tempos de euforia sufocante. O dinheiro sobrava e surgiam facilidades, dadas pelo governo Lula, para a compra de casas, carros, o povo gastava tudo que tinha e não tinha.

O povo estava feliz. Em vez de  comprar uma televisão, se comprava duas ou três. Quase todo mundo comprava carros da moda com financiamento fácil. Todo mundo tinha tudo que queria. O Brasil em 2014 era um mundo de prosperidade.

Mas, em plena campanha eleitoral, uma luz vermelha se acendeu. Foram estudos e cálculos feitos por uma economista do Banco Santander, com um aviso cruel : "nossa economia está afundando e, para os próximos anos entraremos numa recessão nunca vista".

Lula considerou o fato como uma ignomia sem limites. Dilma bradava aos cântaros.

O pior inimigo do político é a História. Ela quando surge, mostra que a mentira não prospera e os homens ávidos pelo poder e pelo dinheiro não passam de luzes enganosas e os derruba, feito bonecos de barro.

A economista que denunciou o abismo em que o Brasil ia cair, foi execrada, xingada, vilipediada, torpeada e nunca mais viveu em paz. E nunca mais se falou nela.

O texto, a seguir, foi compilado dos arquivos de O GLOBO, sem retoques ou adendos. Só foi resguardado seu nome por completo, para evitar retaliações.
 

" S. P. F. era, até há poucos dias, superintendente de investimentos do banco Santander. Funcionária do alto escalão do banco, ela foi demitida por causa da polêmica gerada por uma publicação enviada aos clientes de alta renda do Santander.

O texto alertava sobre a piora da situação econômica do país em caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff, e a repercussão do informe despertou a revolta no PT, causando a demissão de todos os envolvidos."
 
" O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a direção do Banco Santander pelo informe enviado a um grupo de clientes que associava a presidente Dilma Rousseff à piora do quadro econômico no país.

Lula declarou que o banco deveria demitir a diretoria que emitiu os extratos bancários com a informação. A afirmação foi dada na noite desta segunda-feira na abertura do 14ª Plenário Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O ex-presidente disse que a instituição ganha mais dinheiro no Brasil do que ganha em qualquer outro país onde atua, inclusive na matriz, na Espanha.

- Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente... Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim — disse Lula para aproximadamente 700 sindicalistas da CUT, acrescentando:

Eu tenho consciência que não foi o Botin (Emilio Botin, presidente mundial do Santander) que escreveu isso. Em 2002, quando eu disputava a presidência, o Botin foi ao comitê para dizer que os banqueiros não iriam deixar de investir no meu governo e que sabiam da responsabilidade do meu governo — declarou Lula.

 Segundo o petista, o governo
não vai jogar fora a confiança que conquistou nos últimos anos.

Ele afirmou ainda que a eleição desse ano decidirá se haverá continuidade nas políticas sociais que permitiram conquistas ao povo brasileiro, ou se haverá retrocesso.

O relatório levantou polêmica na internet e o banco foi criticado nas redes sociais. E a economista julgada como louca. Após a repercussão negativa, o Santander emitiu, na sexta-feira, um pedido de desculpas por ter sugerido o tal cenário, relacionando-o com a vitória de Dilma nas urnas.

Mais tarde, a presidente eleita. foi sabatinada por jornalistas no Palácio da Alvorada, em Brasília. Durante a entrevista, ela classificou o pedido de desculpas do Santander como "protocolar" e afirmou que o episódio foi "lamentável". Dilma declarou também que terá "uma atitude bastante clara em relação ao banco".

No domingo, o presidente do Santander Brasil, Emilio Botin, afirmou que os responsáveis pela elaboração e aprovação do relatório serão demitidos, após investigação interna. 

(Com informações de Arena do Pavini e InfoMoney) "


 
José Kappel e Compilado pelo O GLOBO
Enviado por José Kappel em 09/04/2017
Reeditado em 09/04/2017
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