" INDIGNAÇÃO, TRISTEZA E DESESPERANÇA DE UM POVO!"

“á quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira.”

Leon Tolstói

A falta de sensibilidade de grande parte da classe média brasileira assusta e entristece, por ela não perceber o mergulho de olhos fechados em que se enveredou. Afundando em águas escuras e tenebrosas, levando junto consigo a maioria do povo brasileiro. Ao permitir, que a partir de janeiro do próximo ano, o retorno inexorável da prática da insensatez, da subcultura e talvez da barbárie.

Equivocados estavam eles, em pensar que após o regime militar, com a volta da democracia, o desenvolvimento do Brasil aconteceria sem maiores percalços e que todos os problemas estariam resolvidos pela simples mudança política. Não se atinaram que o processo democrático é árduo e leva tempo para se estabelecer plenamente. Logo, ajudar eleger alguém sem compromisso com o estado de direito é um retrocesso, cujas consequências são imprevisíveis.

O prenúncio da falta de observância dos postulados régios da carta magna, já se fez sentir pela simples observação do julgamento de LULA, representante maior da oposição. Conforme destacou com muita propriedade o ex-juiz federal João Batista de Castro Jr, professor de direito da universidade federal da Bahia: “No processo criminal, máxime para condenar, tudo deve ser claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer expressão algébrica. Condenação exige certeza, não bastando à alta probabilidade…, sob a pena de se transformar o princípio do livre convencimento em arbítrio (in RT. 619/267, sobre o escólio de CARRARA)”.

Para um observador mais arguto e imparcial, no desenrolar desse processo, bastante claro ficou que a juíza federal que substituiu Sergio Moro no “Lava jato,” se perdeu no julgamento do ex-presidente por corrupção. Na verdade, Ela se sentiu diminuída pelo poder de argumentação do acusado. Que se pronunciou como inocente frente às acusações tendenciosas e frágeis que pesavam sobre ele. Deixando a magistrada nervosa e absolutamente perdida, conduta própria de juízes que assumem uma função sem competência para tal. Sua debilidade ficou evidente, no momento que cerceou o réu de falar em sua defesa. Uma prerrogativa garantida pela constituição, cuja omissão é sobejamente inaceitável.

Contudo, quase a metade dos brasileiros continua convencida da inocência do ex-presidente. Sua liderança, mesmo encarcerado, é inconteste e foi verificada claramente nas últimas eleições presidenciais. Ela assusta e ao mesmo tempo leva a uma reação nefasta contra ele e seus seguidores. Principalmente, por aqueles que irão assumir brevemente o poder. Ademais, com o apoio vergonhoso dos burgueses transvestidos de democratas, da poderosa mídia e de grande parte do poder judiciário. A propósito, onde estão aqueles que assinaram a constituição e juraram cumprir seus preceitos?

Por outro lado, é inconcebível ver uma pessoa do nível do Ex-presidente Lula ser confinado em uma cela. Ele que sempre ficou do lado dos mais fracos. No seu governo melhorou a vida de milhões de brasileiros, principalmente daqueles menos favorecidos economicamente. Um iletrado que tanto realizou pela educação, muito mais que todos os seus predecessores juntos, desde a independência do Brasil.

Desgraçadamente, para as pessoas que se norteiam pelos princípios da ética restaram apenas um sentimento de frustração e revolta, misturado com desesperança pelo futuro incerto do país. Pois, são obrigadas pelas circunstâncias, a conviver com uma realidade injusta e absurda! Oxalá, o “gigante adormecido” acorde de vez e o bom senso volte a prevalecer novamente!

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 09/12/2018
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