ARTIGO – A ditadura no Senado – 21.03.2019 (PRL)
 
ARTIGO – A ditadura no Senado – 21.03.2019 (PRL)
 
 
A disputa pela presidência do Senado Federal na presente legislatura foi digna de um filme policial de péssima envergadura. Muitos foram os candidatos que postulavam esse pomposo cargo, que por lei está na linha sucessória do presidente da república. O doutor Renan Calheiros, MDB-AL, velho cacique do nordeste, com sua candidatura firme e forte, avassaladora, seria o mais votado, inclusive porque o presidente Bolsonaro não pretendeu se arriscar na indicação de nomes, e só mesmo ele sabe e entende de sua posição.
 
Por conta do Regimento Interno da Casa, em face de ser remanescente da mesa diretora anterior, como suplente, coube a direção dos trabalhos ao   senador Davi Alcolumbre, um simples desconhecido dos brasileiros de modo geral, que guardou em sigilo até a última hora que também seria candidato a presidir o Senado, hipótese que se conhecida com antecedência o afastaria dessas cogitações. Foi uma jogada de inteligência, suficiente para afastar a sede do Renan de voltar ao comando da maior casa de leis do país, até mesmo porque réu em processos diversos no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que sem motivos aparentes não faz o necessário e indispensável julgamento.
 
Então o Alcolumbre passou a ser a melhor opção, até mesmo porque grande parte dos aspirantes ao cargo renunciou em favor dele, especialmente a senadora Simone Tebet, que tinha muita perspectiva de abocanhar esse cargo, todavia embora ela seja uma excelente parlamentar ainda é verde para tal investidura.
 
Confessamos aqui e agora que não mantínhamos essas esperanças de que esse candidato pudesse ter pulso suficiente para conter o resquício das maldades deixadas pelos governos anteriores e por alguns dos que reeleitos o foram para continuar infernizando a vida do cidadão brasileiro. Certo que muita pose ele reúne, parecendo uma figura impoluta no alto de seu corpo forte e avassalador, tanto que quer impor sua vontade ante boa parte dos senadores, mormente os vinte e nove que assinaram o requerimento de instalação de uma CPI para investigar tribunais superiores.
 
O próprio governo não deseja essas apurações, embora pelo que dizem os noticiários, as redes sociais e os vídeos postados na internet haveria crimes passíveis de “impeachment”, que aqui não temos condições de afirmar, todavia negar o direito líquido e certo dos parlamentares legitimamente eleitos pelo voto sagrado do povo brasileiro é dar vaso a mais uma ditatura no país, não bastasse a exercida pelo Supremo Tribunal Federal. E tanto é assim que nomeou um senador do MDB de Pernambuco, o doutor Fernando Coelho, para exercer a liderança do PSL no Senado, denotando aí uma escassez de exímios políticos nessa sigla que, de repente e por interesses, passou a ter, por exemplo, a maior bancada de deputados na Câmara. E o novo líder fez um pronunciamento absolutamente contrário à implantação da CPI, até porque é acusado lá no Supremo do cometimento de algum ilícito penal, que agora irá para as mãos da ministra Rosa Weber, da corte eleitoral.
 
Enquanto esse coitado cidadão Alcolumbre agir dessa maneira, em nossa opinião será o pior presidente do Senado de todos os tempos, e não se admirem os caros leitores se ainda conseguir, naquele toma lá dá cá, que alguns neófitos retirem suas assinaturas no documento protocolado na mesa pelo senador de Sergipe, o doutor  Alessandro Vieira, que está na sua primeira legislatura no parlamento senatorial.
 
Existe ainda um pedido feito pelo jurista Carvalhosa, um homem de fé, citando trinta e duas causas suficientes a determinar a apuração dos fatos e possível impedimento do doutor Gilmar Mendes que, sem qualquer dúvida, tem conhecimento e cultura bastantes para exercer o cargo na mais alta corte de justiça, todavia sem extrapolar suas atribuições.
 
Ora, se cabe ao Senado aprovar a nomeação dos componentes do tribunal mediante indicação do presidente da república, fica bastante claro que esse poder tem também a faculdade de excluir os que julgar desnecessários ao cumprimento do que implora a nação brasileira, ou seja, abolir duma vez a corrupção desenfreada que tomou conta de toda e qualquer instituição oficial. Até empresas do mais alto gabarito nacional foram levadas a cometer esse mal, que encheu de vergonha a nossa pátria ante as instituições mundiais em todos os sentidos.
 
Pra não perder a embalagem, pedimos permissão para dizer aqui que em nossas modestas observações o presidente da Câmara, Doutor Rodrigo Maia (DEM-RJ), de repente passou a desqualificar o trabalho do notável homem da justiça brasileira, o conhecido e aplaudido Doutor Sérgio Moro, seja não colocando seu projeto penal em votação, seja ao declarar na imprensa que ele é empregado do Bolsonaro e que seu projeto é mera cópia de outro da autoria do ministro Alexandre de Morais, numa baixeza fora do comum, capaz até de provocar uma ruptura no governo do Capitão. Parece existir um trabalho para minar as forças de quem obteve a simpatia da maioria do povo brasileiro.
 
Ficamos por aqui.
Nosso abraço.

NOTA: Em contraposição ao que determinou o STF, a partir desta data deixaremos de comentar toda e qualquer deisão dos poderes constitucionais.

 
SilvaGusmão
Foto: GOOGLE

22/03/2019 08:01 - heliojsilva fez um expressivo comentário:
 
Esse governo está uma bagunça, cadê o presidente? Eleito pelo povo, esse Maia é outro que não merece a confiança do povo, é uma raposa cuidando do galinheiro. Sérgio Moro um juiz respeitado pelo povo, agora é menosprezado em rede nacional por um sujeito suspeito de cometer caixa dois. O que a nossa política prova é que quem é honesto não de deve caminhar nesse terreno cheio de lodo. É ficar a pergunta:Cadê o presidente?

Muito obrigado caro poeta e comentarista.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 21/03/2019
Reeditado em 22/03/2019
Código do texto: T6604095
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