Diplomata “Águia de NHONHO”/ Água (hidro) de MAIA

Hoje (de acordo com os “insuspeitos” comentaristas jornalistas da Globolândia) o que se torna produtivo mesmo é entrevistar o Rodrigo Maia, o deputado presidente da Câmara Federal.

Os competentes analistas da Extrema Imprensa fizeram seus cálculos e concluíram que:

- “se o Rodrigo Maia usar o poder que tem para que o Legislativo aplique um golpe de parlamentarismo “branco”, isso aí NÃO é um ataque à democracia brasileira.

Sim, meu casual leitor/minha casual leitora, mas esse raciocínio (aparentemente chocante) fica aceitável por muitos brasileiros descuidados quando é apresentado pelo reverso:

- se, ainda que por hipótese distante, o homem que teve quase 57 milhões de votos quiser contar com o apoio pacífico da opinião DA POPULAÇÃO, então temos por certo que isso é o Poder Executivo tentando aplicar um golpe (em quem???) no Rodrigo Maia.

Sem perceber, muita gente “engole” o primeiro raciocínio acima, mas achando que está se indignando com o segundo raciocínio (também aí de cima).

Então está combinado, não é mesmo? Basta a pessoa achar que o Rodrigo Maia está protegendo a democracia brasileira no momento em que ele tentar tomar a função do Poder Executivo. Mas, todavia, contudo, se por acaso as pessoas forem para as ruas em protesto (não-violento) para exigirem que sejam respeitados os limites constitucionais entre os Poderes... ah! Mas isso daí é um ataque à democracia – aquela mesma que é tida como o “governo do povo, pelo povo e para o povo” na sua definição clássica.

Então, temos aí a diplomacia que a Extrema Imprensa adora, que é a diplomacia do Águia de Nhonho – aquele que é gostoso de ser entrevistado porque joga para a torcida representada pelos jornalistas – o que nos leva à ideia de que o povo vai aceitar o Rodrigão Maia jogando na primeira divisão das decisões orçamentárias, coisa que vem para substituir o troca-troca com que esse "Águia-Água de Maia" queria estar podendo contar agora.

Mas, é claro, para neutralização de qualquer manifestação nas ruas, basta espalhar uma “notícia” de que o grupo do presidente da República está sempre fazendo um “acordão”. Assim, teremos a impressão de que o “Águia-Água de Maia” é tão sedutor para os demais políticos como já é assim para os jornalistas (dispostos a se ofenderem com bananas, enquanto negociam com melancia).

É como tomar doce da mão de menino?

Veremos.

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Nota de esvoaçamento ----------- Rui Barbosa recebeu o cognome de "Águia de Haia" do Barão do Rio Branco que era o Ministro das Relações Exteriores na época da 2ª Conferência Internacional da Paz em 1907 "um diplomata de grandes qualidades e também um excelente criador de slogans", segundo dr. Américo Jacobina Lacombe.

Rio Branco pensava enviar para a Holanda uma "embaixada de águias", (Rui Barbosa e Joaquim Nabuco) tal como tivéramos no Império "um ministério das águias" – 21º Gabinete Conservador de Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda – assim chamado por Joaquim Nabuco em virtude da experiência dos ministros que o compuseram. Nabuco não aceitou a missão, mas colaborou muito informando Rui Barbosa sobre o perfil dos delegados estrangeiros que compareceram à Conferência. (Confira, extraído de: http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?ID_S=298&ID_M=762 )