Mais um tango em Paris

Uma medicina baseada em evidências deve ser capaz de apresentar indicadores numéricos de sua eficácia. Ela pode e deve apresentar à população quantas vidas suas ações salvaram (depois de infectafas pelo covid 19) e quantas pessoas suas ações impediram de adoecer (serem infectadas). Deve apresentar, sobretudo, à população, quais métodos de estudos comprovam esses indicadores e qual é a sua validade técnica no meio científico e acadêmico. Sem esses indicadores, tais ações, com suas pantomimas higienistas, dignas das performances propagandistas de Leni Riefenstahl, não passam de pastiche, perfumarias baratas expostas nas vitrines das boutiques politiqueiras parisienses à época da ocupação nacional socialista alemã da década de quarenta.

A lógica da morte fascista neoliberal tem caracteristicas camaleônicas. Ela não chega montada em um cavalo alado que solta fogo pelas ventas e apavora a cristandade. Não, ao contrário, sorrateiramente, ela se adapta ao cenário e se camufla para agir incólume. Verde entre os verdes, branco entre os brancos, destila, assim, seu doce veneno misturado ao pseudosoro da vida que alega ofertar. Como a ideologia que alimenta, ela é difícil de ser detectada porque se disfarça com a máscara do comum e do normalmente aceito. É insidioso como um câncer e só revela seus efeitos devastadores quando os sintomas já se alastraram no corpo social e já é tarde demais..