O que levou Débora Rodrigues à prisão? /ᐠ-ꞈ-ᐟ\
Débora Rodrigues, cabeleireira de Paulínia (SP), nunca imaginou que um dia trocaria a rotina do salão de beleza por uma cela de prisão. Foi presa depois de pichar a estátua "A Justiça" com a frase "Perdeu, mané" durante os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Confessou o vandalismo e disse ter agido no calor do momento. Mas o que a fez percorrer quase 900 km até a capital e se envolver nesse turbilhão?
Em 17 de março de 2023, Débora foi detida na 8ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os ataques aos prédios dos Três Poderes. Ao contrário do que muitos pensam, não foi apenas a pichação que a levou à prisão. Ela responde por cinco crimes: associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes votou por condená-la a 14 anos de prisão, mas Luiz Fux, em 26 de março de 2025, indicou que a pena pode ser revista por ser considerada desproporcional. Enquanto isso, Débora continua presa na Penitenciária Feminina de Rio Claro (SP).
O que leva alguém a deixar para trás o cotidiano em uma cidade pacata para acampar por semanas diante do QG do Exército e depois marchar até a Praça dos Três Poderes? Foi apenas um impulso coletivo, como ela sugere, ou havia algo mais? Sua participação ativa nos acampamentos e na invasão levanta dúvidas. Não há indícios de que tenha sido financiada, mas como alguém que admite ter "conhecimento raso" sobre política se envolveu em algo tão grande?
Em depoimento ao STF, Débora afirmou que não sabia o valor simbólico da estátua e pediu desculpas pelo ato. O caso expõe a linha tênue entre protesto e crime. Se sua intenção era ser ouvida após as eleições de 2022, será que encontrou a melhor forma? Agora, a mesma Justiça que ela pichou a responsabiliza por suas escolhas. O pior de tudo é que aqueles responsáveis pelos atos de 8/1 continuam impunes, vivendo suas vidas como se nada tivesse acontecido. A lição é: se você não quer ser punido, não cometa um crime.
PS: Após dois anos de prisão, nesta sexta (28), o ministro do Supremo Alexandre de Moraes concedeu a Débora o direito de cumprir prisao domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. E mais: ela não pode dar entrevistas. Se ela descumprir será presa novamente.
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