Política e manipulação: quem controla a narrativa? /ᐠ。‿。ᐟ\
Uma antiga lenda narra que uma formiga precisava atravessar um rio tumultuado. Consciente das poucas chances de sobrevivência, ela sabia que o inverno rigoroso se aproximava. No entanto, sua decisão estava tomada: precisava chegar à outra margem para assegurar o bem-estar de sua prole.
A melhor alternativa parecia ser o escorpião, que todos os dias cruzava o rio. Contudo, a formiga não era ingênua; estava ciente dos riscos envolvidos. Por isso, antes de aceitar o acordo, estabeleceu uma condição: o pagamento seria feito somente ao chegarem a terra firme. O escorpião concordou, a atravessou, mas, assim que recebeu o pagamento, não hesitou em cravar seu ferrão impiedosamente, resultando na morte da formiga.
Esse enredo ilustra bem a realidade política que vivemos. O escorpião simboliza os políticos que, após serem eleitos, abandonam suas promessas e se voltam para interesses pessoais. A formiga, por outro lado, representa o eleitor, que muitas vezes se esquece de fiscalizar seus representantes e acaba sendo vítima de mentiras e falsas promessas.
Quais são as consequências de não exercer a cidadania de forma ativa? Muitos políticos, após o sufrágio, não hesitam em desviar recursos fundamentais da saúde, da educação e da segurança. Em vez de melhorar a qualidade de vida da população, desviam verbas públicas para projetos que beneficiam seus próprios interesses, como o asfaltamento de estradas que levam até suas propriedades privadas ou a construção de aeroportos destinados ao seu uso pessoal.
E o que faz o Judiciário diante dessa realidade? Em muitos casos, nada. Entre a burocracia e a falta de ação, processos são arquivados ou negligenciados, enquanto os cidadãos continuam à espera de serviços essenciais. Como lidar com a sensação de impotência diante de um sistema que parece não funcionar como deveria? Enquanto isso, milhares de pessoas precisam de tratamento médico, transplantes ou medicamentos, sem qualquer garantia de que terão acesso a esses direitos básicos.
Porém, há outro fator que não pode ser ignorado: a mídia. Como ela decide o que expor ou omitir? Ao selecionar quais escândalos destacar, contribui para a construção de uma narrativa que favorece determinados grupos, deixando de lado questões igualmente relevantes. Por que, então, certos escândalos permanecem abafados enquanto outros são amplamente divulgados?
O eleitor precisa refletir sobre o papel que desempenha nesse processo. Como garantir que suas escolhas sejam realmente fundamentadas em informações verídicas e não em manipulações? É essencial que o cidadão se mantenha atento, fiscalize e cobre aqueles que foram escolhidos para representar seus interesses. A política exige vigilância constante e um questionamento genuíno: será que, ao longo de nossas vidas, temos cumprido, de fato, nossa função de cidadãos?
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