Fé e política: a manipulação oculta /ᐠ。‿。ᐟ\
Ninguém nega que a manipulação ideológica raramente aparece de forma explícita. Ela se infiltra nas mentes e corações e transforma crenças infundadas em dogmas incontestáveis. Esse fenômeno não é novo. Filósofos gregos já o discutiam há séculos. Hoje, contudo, ele atinge níveis alarmantes e absurdos. Repetir uma mentira vira consenso entre os desatentos.
Essa dinâmica impulsiona a ressurreição de antigos mitos e a rejeição da ciência por grupos que se dizem defensores da tradição. A exaltação de "Deus, pátria e família" ressurge como um mantra, muitas vezes sem base ética real. Não seria esse um risco? Devotar-se a esses princípios não é problema, contanto que não sejam usados para impor visões limitadas de mundo.
Os que propagam essa tríade ignoram suas contradições e se apresentam como guardiões da moralidade e do saber. O discurso autoritário repete premissas frágeis com convicção. Assim, narrativas distorcidas viram verdades para os que não acessam fontes confiáveis. Quando a desinformação afeta decisões críticas, como a recusa de vacinar, o resultado pode ser catastrófico. Por que arriscar a saúde pública?
Nesse contexto, é fato que as crenças pseudocientíficas ganham ainda mais força. A ideia de que a Terra é plana não surgiu de descobertas, mas de influências que trocam evidências por retórica vazia. Filósofos, como Erastóstenes, já demonstraram que as sombras variam por causa da curvatura da Terra. Se o planeta fosse plano, todas as sombras seriam iguais. Isso faz sentido?
Ou seja, o revisionismo irracional nasce da falta de pensamento crítico e refuta séculos de conhecimento acumulado. De outro lado, hoje, a fé é usada como escudo político há tempos, mas a apropriação da religião por figuras questionáveis transforma textos sagrados em instrumentos de opressão e falsas verdades. A Bíblia, antes um caminho para a espiritualidade, tornou-se mote dos intolerantes. E o mais horrendo: o debate saudável perdeu espaço para o insulto e à agressão gratuita, atingindo mulheres, minorias e economicamente desfavorecidos.
Para concluir, o problema é quando camadas populares defendem ideologias ditas pelas elites que jamais os enxergarão como iguais. Essa é a triste realidade. Pois bem, combater a manipulação exige pensamento crítico, reflexão e discernimento. A verdade não é monopólio de ninguém, mas é inegável que a consistência da veracidade dos fatos que a sustentam.
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