Muros de 1888: a liberdade que nunca chegou aos negros /ᐠ。‿。ᐟ\

13 de maio de 1888: a Abolição não trouxe liberdade plena. Embora a escravidão tenha sido formalmente encerrada, os negros continuaram à margem, sem direitos reais. A Constituição de 1824 já excluía os negros da cidadania, tratando-os como inferiores. Em 1837, uma lei os impediu de frequentar escolas públicas, tornando a educação um privilégio que lhes foi negado.

A Lei de Terras, de 1850, impediu o acesso à terra, deixando os libertos sem meios de subsistência. Sem educação, sem propriedade, e sem voz no parlamento, a marginalização foi profundamente institucionalizada. Enquanto isso, imigrantes tiveram acesso a terras, educação e negócios, uma oportunidade que aos negros foi sistematicamente negada.

A exclusão se estendeu por gerações, resultando na pobreza estrutural que ainda vemos hoje. A educação, quando acessível, é de qualidade inferior, e a escassez de recursos impede o acesso ao mercado e ao crédito. O racismo estrutural, que permeia todas as esferas da sociedade, ainda define quem tem ou não acesso ao futuro.

Mas a realidade não é uma fatalidade. A mudança depende de uma ação coletiva, uma conscientização histórica e a disposição para transformar. A exclusão que começou com a escravidão não pode ser ignorada, nem deve ser tratada como um problema isolado. Precisamos construir uma sociedade onde os muros que impedem a igualdade sejam derrubados.

A luta pela cidadania plena não terminou com a abolição; ela se reconfigura no presente. Somente ao reconhecermos e confrontarmos as barreiras do passado, poderemos, finalmente, garantir um futuro em que todos tenham as mesmas oportunidades. O que nos impede de dar esse passo? O que podemos fazer hoje para que a história não se repita?

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