O SER HUMANO SÓ PODE SER BOM E FELIZ SE ACREDITAR EM DEUS (Análise crítica sobre essa afirmação)

Esta sentença está muito em voga ainda hoje, e os padres e pastores nos fazem lembrar dela a todo instante. Ela traz embutida outra proposição: que todos os ateus são infelizes e maus.

No entanto, estudos importantes mostram que nos países seculares, onde o fator religião é menor, e há um número cada vez maior de ateus e agnósticos, o grau de satisfação com a vida é superior do que em países muito religiosos. Alguns motivos, segundo os pesquisadores, são o maior nível cultural, o baixo índice de pobreza, as leis que respeitam os direitos humanos e a liberdade individual e de expressão. Talvez alguém gostaria de dizer que as pessoas nesses países sejam mais felizes não porque são ateias ou agnósticas, mas por causa da qualidade de vida. Sim, a qualidade de vida é importante, mas quero lembrá-los que há um outro fator essencial para a felicidade das pessoas que existe em profusão nos países seculares (a exceção são os países comunistas, isso vocês já sabem) e pouco se vê ou é inexistente em países de dominação religiosa: o respeito aos direitos humanos e a liberdade individual e de expressão.

Nos países teocráticos, onde é a lei religiosa que comanda o destino das pessoas, não existe respeito aos direitos humanos e à liberdade de cada um. E os níveis de felicidade são baixíssimos. Para a mulher, nem se fala. No estudo da Fundação Thomson Reuters feito em 2011, aparecem na lista como piores países para a mulher viver: Afeganistão vem em primeiro, e logo em seguida a República Democrática do Congo, o Paquistão e a Índia. O estudo do World Economic Forum (WEF), embora um pouco diferente, também mostra que os piores países para uma mulher nascer são os muito religiosos.

Agora, a listinha dos países em que as mulheres se sentem mais felizes. Em primeiro, Islândia, em seguida, Finlândia, Noruega, Suécia, Irlanda, Nova Zelândia, Dinamarca, Filipinas, Nicarágua, Suíça, Holanda, Bélgica e Alemanha. Com exceção das Filipinas e da Nicarágua, ambos com quase cem por cento de cristãos, os demais têm altos índices de ateísmo, agnosticismo e pessoas sem religião, isto quer dizer que acreditam em Deus, mas não nos deuses das religiões.

Para finalizar a sessão de listas, aí vai o relatório da ONU de 2013, sobre os países mais felizes do mundo: Dinamarca, Noruega, Suíça, Holanda, Suécia, Canadá, Finlândia, Áustria, Islândia, Austrália. Todos eles seculares, com altos índices de ateus e agnósticos.

Creio que o que foi exposto já basta para começarmos a duvidar da afirmação que ateus não podem ser felizes e bons. Como vimos, às vezes é justamente por causa da religião que as pessoas encontram dificuldades em serem felizes. E é graças à religião, que muitas pessoas cometem maldades contra seu semelhante. Pesquisem sobre mutilação genital feminina, apedrejamento de adúlteras, casamento infantil, proibição ao divórcio, ao uso de métodos contraceptivos, ao estudo escolar de meninas, só para terem uma ideia.

Por que a religião é perigosa na maioria das vezes? Porque a religião não permite que se questionem suas verdades, impõe comportamentos e uma lei moral que muitas vezes trazem mais sofrimento que felicidade aos devotos. A religião ensina fundamentalmente que você só será recompensado depois da morte se acreditar no seu Deus. Não importa o quão bom você foi durante a vida, não crê, vai para o inferno. Essa tática antiga de aliciamento vigora ainda hoje e tem dado certo, haja vista que o número de crentes é bem superior ao de ateus e agnósticos.