LIVRE ARBITRIO

DEVEMOS ENSINAR MAIS DOUTRINAS EM CULTOS PUBLICOS

Tenho notado que cada vez menos se prega doutrina nas Igrejas. Com a pretensa ideia de que a doutrina não é tão bonita de se pregar, é para iniciados de algum curso teológico, ou deve ser restrita apenas à Escola Dominical, não se prega doutrina. Faz muito tempo que digo que não tenho gostado da Escola Dominical, quando se usa o pretexto de se jogar o ensino para um dia e horário e para piorar não se abre a Bíblia e se ensina a Bíblia, mas ensinos de revistas ou livros, que aquirem o estatus de serem melhores do que a Bíblia.

Tenho comigo que não se prega porque não se sabe, nem da doutrina e nem da importância dela. Não existe doutrina bíblica que não se deva ser pregada para a Igreja, aliás, a doutrina, todas elas, são para a Igreja. Na época quando a doutrina foi instituída, ela era pregada em todos os cultos, em qualquer culto, a qualquer hora. Com o tempo a Igreja adquiriu os cultos públicos e adquiriu os cultos particulares, ou culto de portas fechadas. O que pela própria definição do que seja Evangelho, é estranho. Nunca deveria haver nenhum culto de portas fechadas numa Igreja Evangélica. Assim como não deveria haver as duas grandes diferenciações entre Igreja Pentecostal e Igrejas da Reforma. Um culto de portas fechadas para o ensino da Bíblia dá a impressão que vão discutir assuntos próprios de iniciados, o que demonstra ainda que a Igreja é exclusivista, o que difere de se pregar o Evangelho para todos.

É POSITIVO PENSAR NA DOUTRINA DO LIVRE-ARBÍTRIO

Ao pensarmos a respeito da doutrina do livre-arbítrio, quero deixar já apontado de inicio que devemos ver essa doutrina como positiva. É bom saber que existe alguma escolha minha, na minha caminhada cristã, assim como existe escolha sua, nos seus caminhos também. Isso é extremamente positivo e salutar, como vamos ver.

Talvez a maior pergunta a respeito do livre-arbítrio seja: Fui eu quem escolheu andar com Deus, ou foi Deus que escolheu andar comigo? No Velho Testamento existem muitas passagens que falam do ato soberano de Deus. Deus ordenou, Deus quis, Deus escolheu. Como é fácil de se notar, o pecador tem a incapacidade de reagir à revelação de Deus. O pecador, ou o homem natural, que nunca teve contato com Deus, não tem mecanismos de reagir ao Evangelho, ao Espírito, ou a Deus. A palavra não lhe toca o coração, os hinos são-lhe estranhos, as revelações do Espírito não são para ele. Existe uma barreira, um abismo, tão grande que o homem natural não tem capacidade alguma de transpor. Essa é a doutrina da perdição total. O homem está irremediavelmente perdido em seus pecados. Sendo incapaz de ter a iluminação; notamos que essa iluminação do Espírito só ocorre pela vontade do Espírito, nunca do homem natural, pecador. O pecador está perdido e não sabe que está perdido, para ele é natural a vida sem Deus.

Voltamos àquele assunto, que uma vez alguém evangelizando disse a uma pessoa não cristã: Onde você vai passar a Eternidade? No Céu ou no Inferno? A maneira de se dizer isso dá a impressão que se tem escolha e não tem. O pecador só tem uma escolha: Você quer aceitar a Jesus? Senão já se está perdido. E ainda assim essa pergunta, para ser feita a alguém deve ser regada por oração antes, pois ao o pregador dizer isso, barreiras enormes terão que serem transpostas, para que o homem natural venha até Jesus.

Sendo assim, a eleição divina, ou a escolha do homem que será salvo é um ato de soberania divina. Deus nos escolheu. E Ele não nos escolheu sabendo que um dia seríamos bons, ou teríamos atos bons, ou daríamos bons dízimos, antes Deus nos escolheu quando eramos ainda inimigos.

Alguns ao evangelizar colocam a coisa de modo como se fosse possível ao homem escolher Deus, não se iluda, não é, sempre é Deus quem nos escolhe.

O ESTRANHO E ENIGMÁTICO LIVRE-ARBÍTRIO

Mas Deus fez várias vezes convites a Israel, como se fosse possível Israel escolher a Deus, ou não. Havia a opção de andar com Deus e a opção de rejeitá-lo. Alguns convites tinham termos assim: Escolhei hoje... (Josué 24.15) Escolhei a vida... (Dt 30.19) Vinde a mim... (Mateus 11.28) Arrependam-se... (Atos 3.19).

São muitos e variados os convites para o homem aceitar ou não a Deus, como se fosse decisão dele essa escolha. Assim como parece ser decisão nossa esse emprego, ou morar nessa casa. Em outras palavras: Que mecanismos agem na livre-escolha dada por Deus?

Muitas passagens dão a impressão clara que o homem pode tomar uma decisão, aceitando ou não, como se fosse decisão dele alguma escolha, qualquer escolha, até a decisão da vida, ou da morte. Mas quem escolheria em sã consciência a morte? Mas porque muitos optam por não escolher Deus? Essas são questões sérias levantadas.

A SOBERANIA DE DEUS E A SOBERANIA DO HOMEM

A Bíblia dá a impressão que o homem tem o livre-arbítrio, ou a livre escolha, de todas as coisas. Mas dependendo da resposta ela vai eliminar um dos lados: ou a soberania de Deus vai prevalecer, ou a soberania do homem.

Poderíamos imaginar que a soberania de Deus exercida pode cortar a responsabilidade do homem. Pois se Deus escolher tudo, para toda a nossa vida, seríamos marionetes dirigidas por Deus.

Mas as duas verdades são reais: Deus é soberano e escolheu o homem antes da criação do mundo, mas fez de uma forma que o homem é responsável pelas escolhas que faz. A resposta a esse dilema podem ser as Leis da Criação. Deus criou o universo e tudo o que ele contém e no sétimo dia descansou, quer dizer, Deus passou a administrar o que já está pronto. Deus não precisa fazer de novo cada vez que alguma coisa sai do lugar, Ele já criou tudo perfeito, com mecanismos para dar certo.

Sobre o homem, por exemplo. Deus criou leis da vida, onde o homem nasce, cresce, aprende a falar, a andar, a aprender, a pensar, a namorar, a casar, ter filhos, fica velho e um dia morre. Isso se chama o ciclo da vida, que é uma lei de Deus que está vigorando a todos os homens.

O universo é cheio de leis, muitas delas que nem sabemos como funcionam. Mas Deus, a respeito do homem, apesar de que o homem natural não tenha em si a capacidade de ser salvo, Deus já o criou com esses mecanismos. O homem tem sim, mesmo o mais perdido dos pecadores, a capacidade dada por Deus dentro de si, para escolher ou não a Deus. Deus criou o homem com o livre-arbítrio e dele vai ter que dar conta um dia.

Mas o livre-arbítrio, ou as escolhas naturais do homem natural, são falhas e muitas vezes pautadas no pecado. O homem pecador, na carne, vai optar por escolher o pecado e não a espiritualidade de Deus. O que é extremamente natural: o pecador pecar.

VOLTAR PRA CASA

Adão e Eva pecaram e foram expulsos do paraíso. Tiveram dois filhos: Caim e Abel. O mais novo, Abel, um dia fez o primeiro culto de todos. Esse primeiro culto é descrito como voltar para casa. Abel descobriu que cultuar a Deus é voltar para a presença de Deus.

Devido ao pecado original o homem caiu da presença de Deus, tendo agora obscurecido o seu espírito, que é a parte que entra em contato com Deus e tudo o que realiza o faz na carne, na velha natureza pecadora, sem a contrabalança do espírito dirigido por Deus. O homem é dirigido por si, ou pela carne, que sabemos que é influenciada por demônios. Ou o homem está em Deus, ou está nos demônios; ou o homem está no Espírito, ou o homem está na carne.

Alguns homens, mais do que outros, sentem o forte desejo de voltar para casa, ou voltar-se para Deus. E alguns mecanismos que já estão em todos os homens, mas que nunca foram usados por alguns, são a escolha da fé e do arrependimento para voltar para Deus. Outro mecanismo é a oração que traz revelação. Quando o homem ora e tem revelações de Deus, ele sabe exatamente qual é o melhor caminho.

Temos a impressão, dada pela Igreja, mas não pela Bíblia, que os frutos do Espírito, ou os dons de poder, que são capacitações dadas para a Igreja a partir do Batismo da Igreja, onde o Espírito começa agora a agir livremente em todos os filhos da fé, são só para serem usados na Igreja, mas na vida.

Graças a Deus que nos últimos tempos a Igreja tem percebido que os dons e frutos são para serem usados na vida diária, corriqueira, assim como na Igreja também. A vida do crente é onde ele está e com certeza nós não passamos a maior parte do tempo na Igreja. Então o Espírito Santo e seus dons e frutos e poder, devem ser carregados para o nosso lar, para o nosso emprego, para a nossa vida, onde competir que seja nossa vida.

EXERCENDO O LIVRE-ARBÍTRIO

O homem foi criado por leis de Deus tão perfeitas, que não é preciso fazer um novo homem para que ele opte pela presença de Deus, esse mecanismo já está dentro de todos. Mas sendo ativado esse mecanismo, a mudança será tão drástica que ele é chamado de novo homem. Ativado o mecanismo da mudança de espírito, onde o nosso espírito, antes nas trevas, passa agora para a luz, ou é influenciado diretamente pelo Espírito Santo, somos chamados e tidos como novos homens. Mas esse mecanismo de fazer a coisa certa está dentro de todos os homens, mas nem todos vão acertar, pois o pecado em nós grita, para que façamos o mal e não o bem.

O cristão por outro lado tem vislumbres, ou visitações do Espírito, que lhe dirigirão ao melhor de Deus. Ou o melhor do que Deus tem para o homem segundo a situação que ele esteja passando no momento. Ou seja, o homem deveria orar sempre e congregar sempre, tendo sempre o contato com a Palavra, para saber de Deus qual é o melhor caminho a se seguir, em todas as situações.

A má compreensão do livre-arbítrio, focando apenas no Velho Testamento e no que aprendemos do ensino segundo o Velho Testamento, deixa de fora o Espírito Santo. O Novo Testamento é o Espírito Santo. Sem o Espírito Santo, o Novo Testamento não faz sentido algum.

Então sim, você tem a capacidade dada por Deus em escolher o melhor. Até o homem que não é cristão, pode hoje decidir algo muito importante, confiando que Deus já colocou essa resposta dentro de você. E ai compreendemos que por causa de mecanismos que já estão dentro de nós, a Palavra age em todos os homens, os hinos tocam a todos e os Espírito pode falar com todos. Deus criou o homem com mecanismos de respostas positivas ao Espírito Santo. Todos os homens em todos os tempos podem responder afirmativamente ao Espírito. Mas sim, temos a opção de escolher. A nossa escolha vai dizer quem está nos influenciando, se Deus ou o diabo, se o Espírito Santo ou a carne.

BOAS ESCOLHAS DARÃO BONS RESULTADOS.

O resumo do que seja livre-arbítrio é saber fazer boas escolhas. E o homem não sabe escolher bem, senão olhar para Deus. Apesar do homem poder escolher, sendo essa uma capacidade dada por Deus, as escolhas sem Deus estão comprometidas. A melhor maneira de saber exatamente o que fazer e fazer sem medo de errar, é buscar a direção de Deus em oração, leitura da Palavra e revelação do Espírito. E quando digo revelação do Espírito, não estou me referindo a buscar profetas ou Igrejas, mas antes que o Espírito Santo se revela e revela a vontade de Deus, a todos que o busquem.

Sendo assim o livre-arbítrio não é um bicho de sete cabeças, mas antes o entendimento dos mecanismos da vida, que Deus permitiu no homem. Todo homem tem o livre-arbítrio, até mesmo os anjos o tem, como vimos na Batalha no Céu , onde a terça parte se revoltou contra Deus e saiu da sua presença. Eles escolheram se revoltar.

Ainda hoje, podemos ter boas escolhas e escolher o melhor de Deus para nossas vidas. Já posso ter boas escolhas com os mecanismos que Deus já colocou em mim, mas posso fazer melhor, com a direção direta do Espírito Santo.

Livre-arbítrio, é totalmente decisão sua. Amém!

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 21/05/2018
Reeditado em 21/05/2018
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