O ESPÍRITO SANTO E O DOM DE LÍNGUAS

Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.

O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente.

Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso?

Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justiça!

Pois o que outrora foi glorioso, agora não tem glória, em comparação com a glória insuperável.

E se o que estava se desvanecendo se manifestou com glória, quanto maior será a glória do que permanece!

Portanto, visto que temos tal esperança, mostramos muita confiança.

Não somos como Moisés, que colocava um véu sobre a face para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se desvanecia.

Na verdade as mentes deles se fecharam, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido.

De fato, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações.

Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado.

Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade.

E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.

2 Coríntios 3:6-18

Durante muito tempo e ainda hoje, muitas pessoas não tem uma ideia correta a respeito do Espírito Santo. A Bíblia é a narração de como Deus operou no Antigo Testamento, como Jesus operou nos Evangelhos e como o Espírito opera agora na Igreja.

De alguma maneira o ministério de Deus no Antigo Testamento ofusca o Espírito Santo e não temos uma ideia correta de quem ele é ou o que faz. Nos Evangelhos vemos por outro lado Jesus o buscando consistentemente, a ponto de passar noites orando, ou dias jejuando. Nós notamos que Jesus dava uma importância enorme ao Espírito Santo e devemos então prestar atenção nisso e aprender, para podermos também dar a importância devida.

A respeito do Espírito Santo, acredito que existe nos meios pentecostais muita euforia e pouco conhecimento. Perguntados sobre quem é o Espírito Santo, a maioria dos cristãos não sabe responder. E para piorar tenho notado que de um tempo pra cá o ensino das doutrinas tem cada vez mais sumido.

A minha Igreja, por exemplo, tem cultos às sextas-feiras sobre o Espírito Santo e no domingo é o culto da família. Só que por falta de um entendimento melhor da parte de alguns pregadores, todo culto acaba virando culto de avivamento. Iguala-se tudo por um caminho só e Paulo indicou aTimóteo que não deve ser assim.

A PREGAÇÃO NA IGREJA

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” 2 Timóteo 4:2

Eu já disse que pregar é diferente de ensinar. De alguma maneira a pregação alcança o status de profecia, desde que ela seja inspirada pelo Espírito Santo. Assim, toda pregação inspirada é profetica, pois veio de Deus e Deus que caminha na eternidade, tanto passada, futura ou presente, acaba transmitindo eternidade na pregação. Pregar é falar inspirado por Deus. A inspiração vem em cima do que a pessoa sabe e não do que ele não sabe.

Fale na hora certa, ou não. A ideia aqui é falar a palavra sempre. Nunca a deixar de falar. Fale sempre de Deus, e nunca pare de falar.

Seria estranho falarmos que devemos ter cultos que tenham repreensão, mas é isso mesmo que Paulo nos diz. Quase todas as cartas de Apocalipse são escritos que repreendem as igrejas. Se notarmos que a Igreja caminha por caminhos contrários ao Evangelho, devemos repreender, se for o caso.

Corrigir é colocar nos eixos o ensino que está sendo mau compreendido, ou que não se teve. O ensino constante das doutrinas biblicas é a priori, a correção oficial da Igreja. Se uma Igreja é ensinada corretamente na doutrina bíblica, dificilmente ela é enganada facilmente.

Exortar é animar, trazer uma palavra boa, importante, de fé, que alegre o coração dos irmãos. Na maioria do tempo temos palavras assim e deve ser assim mesmo. As pessoas estão tão sofridas, com governos que só exploram a todos, em todo o planeta. As forças malignas das trevas não param de nos atormentar, dia e noite. Os demônios são mestres em criar em nossas mentes mal entendidos entre pessoas que se amam e se respeitam. Tenho duas filhas, frutos do meu casamento, logo depois que aceitei a Jesus: a Elizabeth e a Stephanie. A primeira hoje com 15 anos e a Stephanie com 11. Tenho dito a elas, preparando-as para um futuro, que quando pregarem, entre uma palavra de admoestação, que é uma bronca na Igreja e uma palavra de fé, sempre prefira a fé, a esperança, o que vai animar as pessoas. Mesmo que a Igreja esteja necessitando muito da palavra de admoestação, se existe uma palavra de fé, de animo, diga a segunda e não a primeira. Se for da vontadfe de Deus corrigir a Igreja ele o fará, mesmo numa palavra de fé, de exortação. Deus sabe como fazer as coisas.

Paulo ainda fala: Exorte com paciência. Aliás, faça tudo com paciência. Eu tinha muito medo de pregar, e mesmo tendo uma palavra revelada, estudada, eu tremia muito e me atrapalhava muito na hora de ir pregar. Isso durou muitos anos até que um dia o Espírito Santo me deu um conhecimento, uma revelação, de que todos, do maior ao menor, do mais rico ao mais pobre, do mais graduado ao menos graduado, todos os homens e mulheres, sem exceção, estão doentes com a doença do pecado. A Palavra é a cura para o pecado e se você é quem vai pregar, é você que está levando a cura. Os pregadores são, de certa forma enfermeiros com o remédio nas mãos, para as pessoas doentes que precisam de cura. O remédio é a Palavra de Deus. Sendo assim, os pastores, os profetas, os evangelistas, os diáconos, as missionárias, todos, do menor ao maior, precisam da palavra que Deus deu a você. Isso mudou radicalmente a maneira como prego e o que prego. Quan do tenho uma platéia muito graduada, logo penso que se Deus sabia que pessoas com mais escolaridade, ou tamanho espiritual estariam me ouvindo, é porquê a sua fala, ou a sua maneira de falar é o que precisam no momento.

Outra coisa que me ajudou e espero ajude você também, a pregar melhor, é o que Paulo ensinou a respeito do corpo em 1 Coríntios: todos somos um corpo e as partes do corpo necessitam umas das outras. Os pregadores são a boca, mas mesmo o melhor pregador do mundo precisa ouvir. Se só pregarmos e não ouvirmos, não seremos alimentados pela Palavra e ai teremos pregadores fracos, anêmicos. E o mais interessante. Da forma que Deus escolheu fazer a coisa, é que somos completados no ensino que nos falta, não nos nossos pares, no que temos similaridade, mas no que não temos. Eu posso não gostar da maneira que alguns irmãos pregam o Evangelho, mas eles complementam o meu ministério e preciso então ouvi-los. Eu poderia dizer essa mesma verdade da seguinte maneira mais geral: Temos os ensinos pentecostais, que não aceito a todos, mas gosto de muitos, assim como temos os ensinos das Igrejas Evangélicas tradicionais, que não aceito a todos, mas gosto de muitos. Eu me identifico como um evangélico pentecostal reformado, ou um reformado pentecostal, se é que você me entende. Tanto os pentecostais tem algo a nos ensinar, como os reformados. Devemos estar atentos, pois o irmão mais grosso de Bíblia, pode dizer algo que seja justamente o que necessitamos. E o irmão mais conhecedor de Bíblia pode ser quem justamente está usando mais do embromeichon evangélico. Ter escolaridade, Teologia, Faculdade, ajuda, mas se não tiver revelação de nada importa. O que tenho notado é que gente com menos conhecimento biblico tem orado mais e pedido mais a revelação da palavra e assim pregado melhor. Por outro lado, gente com maior conhecimento tem dependido menos de Deus e trazido pregações ruins e até sem vida.

Paulo falou para Timóteo para ele pregar, repreender, corrigir, exortar e doutrinar. Tudo o que vem antes de doutrinar, aqui, é para o momento, para a necessidade urgente que a Igreja está passando. A pregação e seus derivados, são a inspiração para o momento, para o dia a dia, mas o que leva a Igreja para frente é a doutrina. Dia desses falava com um amigo: E se a Igreja parasse de ensinar sobre a Ceia, sobre o Batismo nas Águas, sobre a Salvação? Daqui a pouco tempo, uma geração apenas, a Igreja seria totalmente desconfigurada e nem saberia como rebater as forças das trevas, pois não saberia o que é correto e o que não é. Apenas uma geração sem ensinar as doutrinas da Igreja e ela pode ser destruída. A pregação é o que impulsiona as pessoas para a vida, para o dia a dia, porém é a doutrina que impulsiona a Igreja para as eras, para o futuro. A doutrina perpetua a Igreja. Se gostamos das pessoas nós pregamos. Se gostamos da Igreja nós a doutrinamos.

NEM TODOS FALAM EM LÍNGUAS

1 corintios 12 fala dos dons, do corpo de Cristo e encerra fazendo perguntas:

Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.

Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas.

São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de realizar milagres?

Têm todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam?

1 Coríntios 12:27-30

Ficou associado que o dom de línguas é o sinal do Batismo da Igreja, porém o sinal mais evidente não é o dom de línguas, mas a manifestação do Espírito Santo. Paulo chama esse período de Ministério do Espírito.

Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.

O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente.

Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso?

Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justiça!

2 Coríntios 3:6-9

Vê-se que por esses versículos que tem muita coisa a se meditar quando se fala em Ministério do Espírito.

O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO

Podemos dizer que o Antigo Testamento é o tempo do Ministério de Deus, os Evangelhos são o tempo do Ministério de Jesus e de Atos em diante até além da Tribulação, chegando até o final do Milênio ainda notamos a presença do Espírito agindo na Igreja. Pois é o Espírito quem convence. Isso acontece hoje, acontecerá na Tribulação e continuará no Milênio. Depois do Milênio a Bíblia se cala e a gente não sabe o que vai acontecer.

A comunhão estava em declínio e haviam manifestações duvidosas, entre os Coríntios. E ai no versículo 31 de 1 Coríntios, Paulo orienta para buscar os melhores dons e fala que vai mostrar um caminho mais excelente. O capítulo 13, inteiro é um hino inspirado, ou um salmo, que Deus deu a ele, enquanto escrevia Coríntios. Essa fala ficou associada ao versículo 31 do cap. 12, onde alguns imaginam que o caminho mais excelente, de operar nos dons é o amor, o amor faz parte de tudo, mas não é isso.

OS DONS UM DIA VÃO CESSAR

Mas ainda assim Paulo fala algo muito importante, no meio do seu hino, os dons vão cessar, um dia eles vão acabar.

O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.

Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;

quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.

Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.

Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.

1 Coríntios 13:8-12

O CAPÍTULO DO DOM DE LÍNGUAS (ler 1 Coríntios 14-1-33)

Chegamos então ao grande capítulo 14 de 1 Coríntios, que é o grande capítulo do Dom de Línguas. O pastor Gary Fischer nos dá um resumo bom do assunto.

Tudo para edificação (14:1-19). A meta das reuniões cristãs tinha sido sempre a edificação, o desenvolvimento espiritual dos irmãos. A profecia edificava os coríntios porque ensinava, consolava e exortava. Mas falar em línguas (i. e., em outras línguas) nos cultos em Corinto não edificava porque somente Deus e a pessoa que falava sabiam o que estava sendo dito. O único modo pelo qual falar em línguas estrangeiras poderia edificar os coríntios era se alguém as traduzisse para a língua que falavam; de outro modo era como uma trombeta soando uma advertência ininteligível, inútil. Paulo não estava "rebaixando" as línguas porque ele não podia falá-las; ele podia. Mas sabia que as reuniões da igreja fortaleceriam os irmãos somente quando os presentes entendessem a linguagem que estava sendo falada.

O propósito das línguas (14:20-25). O verdadeiro papel das línguas era servir como um sinal para os incrédulos. Em Atos 2 os apóstolos falaram em línguas e pessoas de várias nações que tinham-se juntado para a festa judia do Pentecostes puderam enten-dê-los. A súbita capacidade dos apóstolos para falar línguas estrangeiras maravilhou a multidão e levou à conversão de 3000 em um só dia. Corinto não tinha milhares de pessoas de outras nações reunidas para uma festa. Quando os irmãos falaram em línguas estrangeiras ali, isso soava como algaravia. E pior, falavam todos ao mesmo tempo, compondo a confusão. Do modo como os coríntios estavam abusando das línguas, seria mais provável alguém ser convertido pela profecia (que era realmente para os crentes) do que pelas línguas.

Instruções especiais (14:26-40). Paulo deu regras minuciosas para o uso dos dons espirituais, regras que são quase sempre ignoradas por aqueles que declaram ter estes dons hoje em dia. Somente dois ou três oradores em línguas ou profetas deveriam falar em cada reunião. Cada um tinha que falar na sua vez. Nos cultos, nunca deveria ter diversas pessoas falando ao mesmo tempo. Nenhuma mulher deveria falar alto nas assembléias da igreja. O culto inteiro tinha que ser conduzido com decência e ordem. Os princípios por trás destas regras aplicam-se na adoração de hoje, também. (Gary Fischer)

RESUMO

1. O Espírito Santo não é um poder, Ele tem poder. O Espírito Santo é a terceira pessoas da Trindade. O Espírito Santo é um ser, que fala, que tem sentimentos, que age, que manda, que convence, que orienta, que perdoa.

2. O dom de línguas não é o sinal do Batismo da Igreja, ou a capacitação para cumprir o IDE, mas sim a presença e manifestação do Espírito Santo.

3. Alguns dizem, pela maior falta de conhecimento bíblico possível, que se alguém não fala em línguas não é batizado, isso como sinônimo de ser cristão. Ou seja, dizem que se você não fala em línguas você não é cristão, ou é um cristão de segunda categoria. Mas Paulo fala que nem todos tem o dom de línguas.

4. Por quê uns tem o dom de línguas e outros não? A questão é a mesma dos outros dons. O Espírito Santo dá o dom para a edificação da Igreja, então ele sabe quem vai operar melhor, ou não, naquele dom. Quem não tem, a princípio, é porque não precisa desse dom.

5. O uso do dom de línguas. Paulo orienta para buscar os dons, mas principalmente o de profetizar. Quem ora em línguas, fala com Deus e o seu espírito ora bem e o seu espírito humano fica edificado, mas a sua mente não. Quem tem o dom de línguas precisa buscar a interpretação das línguas.

6. A palavra é melhor que o dom de línguas.

7. A palavra inspirada é profecia.

8. A interpretação das línguas assume o papel de profecia.

9. Ordem no culto, que falem dois ou três em línguas estranhas, se houver interprete, senão ninguém fala. Que falem, também, dois ou três profetas por culto. A profecia é a interpretação. Ou seja, ninguém fale em línguas se não vai profetizar, ou falar na língua dos ouvintes.

10. Que falem dois ou três, com interpretação, que se transforma em dom de profecia. E que falem, também, dois ou três profetas no culto e só. (1 Cor. 14.27-29)

Amém.

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 20/06/2018
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