A graciosidade do amor veio ao mundo.

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. (Felip. 2:5-8). Aqui no deparamos com uma passagem na qual devemos entendê-la de corpo e alma. Penetrar a fundo porque seu imenso conteúdo abre nossa mente à reflexão e nosso coração à maravilha, do amor de Deus.

Quando se fala da plenitude dos tempos o idioma grego tem a ver com um dos aspectos. O grego é uma linguagem muito mais rica que a nossa. Onde nós temos uma só palavra para expressar uma ideia, o grego oferece com frequência duas ou três ou mais. Em certo sentido são palavras sinônimas ainda que jamais tenham o mesmo sentido, conservam algum matiz especial ou certo significado particular. Isto vale especialmente para a passagem presente. Aqui segundo os linguistas Paulo escolhe meticulosamente cada uma das palavras para expressar seus pensamentos.

A palavra aqui traduzida por sendo provém do verbo grego hyparquein. Este termo segundo os linguistas não é a palavra grega usual para sendo. Mas descreve o ser em sua própria essência; ou seja, o que não pode ser mudado ou alterado. E em seguida ele usa duas outras palavras: Morfe e squema. Ambas significam forma e podem ser traduzidas por forma na falta de outro termo em nossa língua. Mas cada uma traz consigo um significado diferente. Morfe é a forma essencial de algo, que jamais se altera; squema é a forma externa que muda de tempo em tempo e de circunstância em circunstância. Ou seja, A morfe jamais se altera; o squema muda continuamente. Uma criança tem a morfe humana, mas seu squema é de criança ou um ser humano em formação. Outro exemplo é a lagarta que tem em sua morfe a borboleta, mas o seu squema é de lagarta.

E tendo esclarecdo os termos. Dediquemo-nos a desvelar a beleza de Cristo Jesus e ao escrever isto meus olhos ficam marejados diante de tanto mistério e de um amor que jamais buscou a glória para si mesmo, e sim a ofertou a humanidade. O verbo grego é kenoun que literalmente significa esvaziar. Paulo o usa aqui na forma mais gráfica possível para que fique bem claro o sacrifício da encarnação. A serenidade, a paz e a glória da divindade foi o que Jesus depôs voluntariamente para fazer-se humano. Esvaziou-se de sua divindade para assumir a humanidade. Eis a verdade de Cristo, Ele jamais pediu holocausto, mas sim dou de si mesmo em amor e misericórdia.

Assim sendo vemos que um Deus ilimitado vestiu o manto das limitações humanas não para julgar a humanidade, mas por amá-la e compreendê-la. É comum vermos seres humanos querendo ser deuses, mas a mais graciosa beleza foi que Deus se fez humano e numa humanidade sem reserva. E mais Ele nos amou na forma humana com a intensidade de Deus. Ele o fez para que entendêssemos que amar é uma capacidade humana, e quanto mais forte é o amor de uma pessoa, mais forte será o seu bom ânimo. Não houve e nem haverá alguém que tenha desafiado o mundo ao seu redor e o tenha vencido, não com armas, mas sim com amor.

Aqui fica algo para refletirmos, com o que realmente podemos transformar o mundo ao nosso redor? Com mentes carregadas pela belicosidade, ou com corações plenos no Espírito da graciosidade do amor que a si mesmo se limitou por amor e não fugiu da humilhante cruz, para vidas fossem glorificadas em amor e verdade. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 23/10/2018
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