Ilustração: Retrato mediúnico obtido em Londres (1934), colorizado pelo fotógrafo Vicente Avela, a pedido e orientação de Chico Xavier
MARIA DE NAZARÉ - Visão espírita da mãe de Jesus

SUMÁRIO


     - Apresentação
     - Pontos de exame
     - O Espiritismo e as religiões
     - As Marias do Evangelho
     - Maria de Nazaré no Sul de Minas
     - Aparições, visões e obras mediúnicas
     - O culto a Maria no Catolicismo
     - Maria e as igrejas cristãs
     - Maria de Nazaré a Doutrina Espírita
     - Quem foi Maria de Nazaré
    - Outros espíritos elevados na vinda de Jesus
    - Passagens evangélicas
    - Livros espíritas que citam Maria de Nazaré
    - Maria na obra Boa Nova (Humberto de Campos)
    - Poesia: Retrato de Mãe
     - Apresentação PPT
     - Referências

Apresentação

Abaixo vai um resumo do estudo Maria de Nazaré - Visão espírita da mãe de Jesus, apresentado por Antônio Carlos Guimarães na Casa Espírita Francisco de Paula Vítor, de Lambari, MG, em 22 de abril de 2019.

Neste estudo, são examinadas passagens evangélicas referentes a Maria de Nazaré, na sublime missão de conceber e criar "o homem mais importante da história": Jesus Cristo.

Na exposição, são dadas informações acerca do pensamento doutrinário das igrejas católicas e reformadas a respeito de Maria, e também a visão da Doutrina dos Espíritos, destacando-se diversas passagens de obras espíritas que mencionam a mãe de Jesus.

Pontos de exame

Abaixo, os principais pontos a serem examinados na palestra:

 

 

O Espiritismo e as religiões

Doutrina que prega o livre-arbítrio e a caridade, o Espiritismo examina questões históricas e doutrinárias das outras religiões com respeito e tolerância.

Abaixo, o pensamento de Kardec sobre essa questão:



 
As Marias do Evangelho

Maria, irmã de Moisés - Antes de falarmos sobre as Marias, cujas atuações estão registradas no Novo Testamento, é interessante referirmo-nos a Maria (Miryam, em hebraico) - irmã de Moisés e Aarão.
Que teve importante participação como heroína carismática de seu povo, tendo sido a primeira mulher a receber o título de profetisa.

Quando o menino Moisés foi deixado flutuando num cesto de junco pela sua mãe, Jocabel, e recolhido pela princesa Termútis, filha do Faraó Ramsés II, Maria ofereceu-se para encontrar uma babá hebréia, que outra não foi senão a própria Jocabel, paga para cuidar do próprio filho até o seu desmame, devolvendo-o depois à filha do Faraó, que o criou.

Maria, mãe de Jesus - Espírito de elevadas virtudes, Maria foi a mãe carnal de Jesus. De condições humildes, era extremamente dedicada, Maria nasceu na cidade de Nazaré, na Galiléia. Era parente de Isabel, a mãe de João Batista, que nasceu seis meses antes de Jesus.

Maria de Betânia - Irmã de Marta e de Lázaro. Natural de Betânia. Todas as vezes em que ia a essa aldeia, Jesus hospedava-se em sua casa. Numa dessas visitas, assentou-se aos pés do Mestre e quis ouvir suas palavras. Marta, preocupada com os trabalhos do lar, perguntou a Jesus se não lhe parecia que Maria deveria ajudá-la, ao que ele respondeu que Maria havia escolhido a boa parte, a qual não lhe seria mais tirada.

Certa vez, quando Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso, aproximou-se de Maria, que portava um vaso de alabastro com unguento de grande valor e quando ele estava à mesa, derramou o unguento sobre a cabeça do Mestre.

Judas Iscariotes reclamou do que ele classificou de desperdício, pois o unguento poderia ser vendido e o dinheiro poderia ser entregue aos pobres.
Jesus perguntou porque Judas a afligia, quando ela praticou uma boa ação para com Ele. E enquanto os apóstolos tinham sempre com eles os pobres, a Ele não haveriam de ter sempre e onde quer que o Evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória dela.

Maria de Magdala - Sua cidade de origem era Magdala, povoado situado na margem ocidental do lago da Galiléia. Dotada de grande beleza, vestia-se ricamente. Jesus expeliu sete Espíritos obsessores que a atormentavam. Dali por diante, Maria passou a ser uma das suas mais assíduas seguidoras. Após a crucificação, foi a primeira pessoa para quem Jesus apareceu.

Maria de Cleofas - Era prima-irmã de Maria de Nazaré. Esposa de Alfeu de Klopas. foi mãe de Tiago Menor, Simão Cananeu e Judas Tadeu. Segundo os evangelistas Marcos e João, Maria de Cleofas esteve presente, juntamente com Maria de Nazaré e Maria de Magdala no ato da crucificação de Jesus.

Maria, mãe de Marcos - Sua casa, situada num bairro pobre, isolado, de Jerusalém, era local de encontro dos primeiros cristãos. Provavelmente, Maria era uma viúva rica, pois tinha muitos servos. Sua casa era suficientemente grande para os cristãos se reunirem. Pedro voltou para a casa dela após a libertação "miraculosa" da prisão.

 
Fonte: Altamirando Carneiro - Jornal Espírita, maio/06
 

Maria de Nazaré no Sul de Minas

Para contextualizar o tema, recorda-se manifestações católicas de Maria de Nazaré no Sul de Minas, frisando-se

- o papel que ela teve na vida de Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor), mentor espiritual da casa espírita em que se realizou a palestra;

- a história do culto à N. S. da Saúde, padroeira de Lambari (MG).
 

 

Aparições, visões e obras mediúnicas

Nesse passo, comenta-se brevemente algumas aparições de Maria, relatadas na Catolicismo, visões da freira alemã Anne Catherine Emerich (beatificada em 2004) acerca do desencarne de Maria de Nazaré e obras mediúnicas recentes atribuídas ao Espírito de Maria de Nazaré.

 

Notas:

1. Entre as visões de Anne Catherine Emerich, está a descrição de que Maria desencarnou em Éfeso, tendo ali sido enterrada; depois, ressuscitou e foi elevada aos Céus (ALVAREZ, 2015, pág. 43-44).

2. Veja: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Catarina_Emmerich

3. Na Revista Espírita de agosto de 1866, no título Criações fantásticas da imaginação, Kardec comenta o artigo As visões da senhora Cantianille, publicado no L’Événement, de 19 de junho daquele ano, e menciona que esse caso assemelhava-se às "visões da Irmã Elmerick". Confira aqui
 

O culto a Maria no Catolicismo

Nesse passo, comenta-se o surgimento e evolução, ao longo dos séculos, do culto a Maria de Nazaré no seio da Igreja e as primeiras críticas a ele feitas por John Wycliffe (1324-1384), e depois retomadas por Lutero, no Século XIV.

 

 
Veja aqui: O culto a Maria

Maria e as igrejas cristãs

Aqui, dá-se uma notícia histórica do culto pela Igreja Católica de Maria de Nazaré, como advogada e intercessora, e as contestações doutrinárias e teológicas no âmbito das demais igrejas cristãs.

 

Maria de Nazaré a Doutrina Espírita

Uma breve visão de Maria de Nazaré, segundo o Espiritismo:
 
- Para o Espiritismo, tudo em o Cosmo se resume a Deus (Causa Primária), Espírito e Matéria (criados por Deus).
- Jesus não é Deus (nem parte da Trindade), e sim Espírito, criado por Deus. O mais puro Espírito que passou pela Terra.
- Maria é um Espírito sublime, que recebeu a missão de ser a mãe carnal de Jesus.
- A concepção e o nascimento de Jesus se deram dentro de leis naturais.
 

Quem foi Maria de Nazaré

- Maria era filha de pais judeus, Joaquim e Ana.
- Maria (ou Miriam) é um nome de origem hebraica; entre os muitos significados do seu nome, há este: Senhora da Luz.
- Seu nascimento teria ocorrido entre 18 ou 20 aC, possivelmente em Jerusalém ou Séforis, na Galiléia.
- Viveu em Nazaré
- e ficou noiva de José, da tribo de Davi
.

 
Outros espíritos elevados na vinda de Jesus

Espíritos de elevado grau se reencarnaram ao tempo da vinda de Jesus, segundo o Espírito Emmanuel:

Debalde os escritores materialistas de todos os tempos vulgarizaram o grande acontecimento, ironizando os altos fenômenos mediúnicos que o precederam. As figuras de Simeão, Ana, Isabel, João Batista, José, bem como a personalidade sublimada de Maria, têm sido muitas vezes objeto de observações injustas e maliciosas; mas a realidade é que somente com o concurso daqueles mensageiros da Boa Nova, portadores da contribuição de fervor, crença e vida, poderia Jesus lançar na Terra os fundamentos da verdade inabalável.
 
A Caminho da Luz. Emmanuel/F.C.Xavier
 

Passagens evangélicas

São poucas as referências a Maria de Nazaré nos textos evangélicos. As seguintes passagens foram comentadas:

 
- Anunciação (Lucas 1, 26-38)
- Visita a Isabel (Lucas 1, 39-45)
- Jesus no Templo (Lucas 2, 41-52)
- Bodas de Caná (João 2: 1-12)
- Maria na crucificação de Jesus (João 19, 26-27)
- Maria no Cenáculo (após a Ascensão) - (Atos 1, 14)
 

Maria e o Evangelho de Lucas

Segundo a Bíblia de Jerusalém (Paulinas, 7a. edição, 1980), o evangelista Lucas é "um escritor de grande talento e uma alma delicada" e "elaborou sua obra de modo original, com um esforço de informação e de ordem".

Lucas teria trabalhado com o material vindo da tradição, com o texto primitivo de Marcos e uma Coleção de Logia (ditos e passagens de Jesus, sem autor conhecido), que combinou com informações pessoais, obtida em esforçada pesquisa.

O Espírito Emmanuel (Paulo e Estevão, FEB, 1984), diz que quando o Apóstolo Paulo esteve em Éfeso, a convite de João, ele visitou "a mãe de Jesus na sua casinha singela" e

 
interessou-se pelas suas narrativas cariciosas, a respeito da noite do nascimento do Mestre, gravou no íntimo suas divinas impressões e prometeu voltar na primeira oportunidade, a fim de recolher os dados indispensáveis ao Evangelho que pretendia escrever para os cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria.

Paulo não escreveu o que pretendia sobre a vida de Jesus, mas passou a Lucas tal incumbência, quando esteve preso em Roma.

Diz Emmanuel:

 
A esse tempo, o ex-doutor de Jerusalém chamou a atenção de Lucas para o velho projeto de escrever uma biografia de Jesus, valendo-se das informações de Maria; lamentou não poder ir a Éfeso, incumbindo-o desse trabalho, que reputava de capital importância para os adeptos do Cristianismo. O médico amigo satisfez-lhe integralmente o desejo, legando à posteridade o precioso relato da vida do Mestre, rico de luzes e esperanças divinas. 

Livros espíritas que citam Maria de Nazaré

- Ação e reação. Ed: FEB, 2004.
- Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. FEB, 1942.
- Mãe. Diversos Espíritos. São Paulo: Matão. O Clarim,1974.
- Pão nosso. Emmanuel.FEB, 2006.
- Caminho, Verdade e Vida. Emmanuel. FEB (n. 171)
- Religião dos Espíritos. FEB, 2006.
- A caminho da Luz. FEB, 1985.
- Paulo e Estevão. FEB, 1984.
- Memórias de um Suicida. Yvonne A. Pereira. FEB, 1985.

 

Maria na obra Boa Nova (Humberto de Campos)

Na tradição cristã, que o Espiritismo adota, diz-se que, após a Crucificação, Maria de Nazaré ficou na companhia de João Evangelista, e com ele foi morar em Éfeso, onde veio a falecer anos depois.

Duas belissimas passagens do livro Boa Nova (H. de Campos/F. C. Xavier) são citadas:

 


A tradicional prece de Ave Maria

O movimento espírita brasileiro recebeu influências do Catolicismo nas poesias psicografadas, nas preces e nos hinos dedicados a Maria de Nazaré. 

Veja-se esta poesia de Amaral Ornelas, psicograda por Chico Xavier:

 
AVE MARIA

Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!

Cheia de graça e bondade,
É por vós que conhecemos
A eterna revelação
Da vida em seus dons supremos.

O Senhor sempre é convosco,
Mensageira da ternura,
Providência dos que choram
Nas sombras da desventura.

Bendita sois vós, Rainha!
Estrela da Humanidade,
Rosa mística da fé,
Lírio puro da humildade!

Entre as mulheres sois vós
A Mãe das mães desvalidas,
Nossa porta de esperança,
E Anjo de nossas vidas!

Bendito o fruto imortal
Da vossa missão de luz,
Desde a paz da Manjedoura,
Às dores, além da Cruz.

Assim seja para sempre,
Oh! Divina Soberana,
Refúgio dos que padecem
Nas dores da luta humana.

Ave Maria! Senhora
Do amor que ampara e redime,
ai do mundo se não fora,
A vossa missão sublime!

​​​

A tradicional prece de Ave Maria costuma ser feita em muitas casas espíritas, com pequena modificação:

​​​​
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​​​Poesia: Retrato de Mãe

Maria Dolores descreve a assistência maternal e espiritual de Maria de Nazaré ao Espírito de Judas Iscariotes, que, cego e solitário, sofre nas zonas umbralinas preso a terrível remorso.

MARIA DOLORES/CHICO XAVIER
Retrato de Mãe


Depois de muito tempo,—
Sobre os quadros sombrios do calvário,
Judas, cego no Além, errava. Solitário…

Era triste a paisagem
O céu era nevoento..

Cansado de remorso e sofrimento,
sentara-se a chorar…
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que, em oração, ela lhe diz:
— Meu filho, por que choras?

Acaso, não sabeis? – replica o interpelado,
Claramente agressivo,
Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar,sem amor e sem fé…
Não ouviste falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do senhor…
A principio, julguei
Poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus
Sacrifício, martírio, sangue e cruz,
E em flagelo e aflição
Eis que a minha vida agora se reduz…
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim…
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita,
Nunca penetrareis minha dor infinita…
O assunto que lastimo é unicamente meu…

No entanto, a dama calma respondeu:
-Meu filho, sei que sofres, sei que lutas,
Sei a dor que te causa o remorso que escutas,
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte…
E acrescentou serena:
— A Bondade do Céu jamais condena;
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado
Sofre com paciência a dor e a prova;
Terás em breve, uma existência nova…
Não te sintas sozinho ou desprezado.

Judas interrompeu-a e bradou rude e pasmo:
— Mãe ? Não me venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira,
Fui procurar consolo e força de viver
Ao pé da pobre mãe que me forjara o ser !…
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos,
Mas teve medo de meus sofrimentos.
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal,
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal;
Intimou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal, de onde, por certo, eu vinha…
Ah! detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha…
Não me faleis de mães, não me faleis de amor…
Sou apenas um monstro sofredor..

— Inda assim — disse a dama docemente-
Por mais que me recuses, não me altero;
Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação…
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança.
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!…

E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou:
— quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina Mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!…

No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
— Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.

Apresentação PPT

Veja Apresentação PPT deste estudo:

 
Disponível aqui
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Referências

- Maria - Rodrigo Alvarez. Globo Livros, SP, 2015

- Maria de Nazaré - Roque Jacintho - Luz no Lar, SP

- As quatro Marias - In O Evangelho pede licença - Paulo Alves Godoy - FEESP, SP, 1981

- A devoção de Maria de Nazaré pelos espíritas. Maria Ercília Zilli. Revista Último Andar n. 31, 2018 Págs. 98 a 111. 

- Maria, mãe de Jesus - EADE - CRISTIANISMO E ESPIRITISMO - Mod. II - O Cristianismo - disponível aqui

- O retrato de Maria:
 
http://www.guia.heu.nom.br/amor_materno_e_filial.htm#ave_maria

- Quem é Maria para os espíritas? Veja aqui:
http://grupoallankardec.blogspot.com/2010/01/quem-e-maria-para-os-espiritas.html?m=1


https://afilhadopadrinhosa.blogspot.com/2018/01/maria-de-nazare-mae-de-jesus.html

https://tvmundomaior.com.br/conheca-os-mitos-e-verdades-na-visao-espirita-sobre-maria-mae-de-jesus/

http://www.institutochicoxavier.com/index.php/informativo/artigos-2/2140-a-doce-maria-mae-de-jesus