A Parábola do Filho Pródigo na Versão Capitalista

Uma das parábolas bíblicas mais comentadas pela exegese cristã é a Parábola do Filho Pródigo. Todavia totalmente fora de foco nesta era pós-moderna, essencialmente capitalista. Se o é assim para a parábola bíblica mais conhecida, imagine-se para as demais.

Começa pela ênfase ao título, quando "título" não é bíblico. No inglês, por exemplo, é “O Filho Perdido”.

Depois vem a forma esdrúxula de se iniciar os comentários.

Já se tornou lugar comum dizer que o pai deu a herança ao filho mais novo, quando a própria parábola diz que ele dividiu a herança com os dois filhos. Aliás, o pai não poderia dar a parte da herança pertencente ao mais novo sem primeiramente dar a do mais velho - o primogênito. Sendo que ao mais velho caberia porção dobrada. Ou seja: Dois terços para o primogênito e um terço para o mais novo.

Se não der ênfase a esses detalhes introdutórios, a parábola sai totalmente truncada; sutil.

Depois vem os demais descalabros, na "Versão Capitalista Revisada e Atualizada".

Insiste-se em dizer que o pai deu a herança (normalmente se atenta para dinheiro) sem explicar que era uma herança materna. Por só existir herança com a morte do testador.

Porém o maior disparate está em se frisar que o filho mais novo desperdiçou a fortuna, quando não consta na Versão Almeida, antes da década de 50. Nesta diz que ele dissipou. Consoante ao escrito grego.

No caso, o desperdiçador foi o filho mais velho. Que perdeu a única oportunidade de entrar na Festa do Reino.

E, por aí, vai...

Edmilson N Soares
Enviado por Edmilson N Soares em 09/12/2019
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