A SANTIDADE E A QUEDA

“Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12:14

À primeira vista esse versículo pode ser visto como uma critica, mas ao compreender a santidade que combate a Queda, o Pecado Original, nós vamos observar que esse versículo é uma realidade.

Gênesis 1, 2 , 3 e 4 nos trazem o Plano da Salvação. Nos cap 1 e 2 vemos o homem criado de forma perfeita, à imagem e semelhança de Deus. No cap. 3 houve a Queda, onde Adão e Eva pecaram, sendo expulsos do Jardim. No cap. 4 o homem aprendeu a voltar para Deus através do culto, assim como temos a partir de então a linhagem santa, de onde viria o Messias, o Salvador, Jesus.

A santidade é o mecanismo onde Deus recria a imagem e semelhança perdidas com a Queda. A santidade opera em duas frentes: Na Cruz ela mata o nosso velho homem e cria um novo homem.

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Imagem física e semelhança divina moralmente. Deus tem atributos, ou características pertencente ao seu ser, sua pessoa.

Deus tem atributos comunicáveis e atributos incomunicáveis.

Os atributos incomunicáveis são os que Deus não pode repartir com o homem: Onisciência, onipotência e onipresença.

Os atributos comunicáveis, ou possíveis de serem emprestados ao homem, entre outros são a bondade, o amor, a justiça, o carinho, o respeito, a amizade.

Deus fez o homem perfeito, nos cap 1 e 2 de Gen., mas o homem pecou no cap 3. A Queda criou um novo homem, um homem que Paulo chamou de Velho Adão, a Velha Natureza Pecadora, o Homem do Pecado, o Ego. Esse homem é um estranho no Jardim, que Deus não conhece. É um intruso no Jardim e portanto precisa ser expulso. Esse ser é maligno, influenciado pelo Inferno, terreno, pecador.

As pessoas vêm à igreja para serem abençoadas e nem sabem que a meta da cruz é matar o velho homem, o Ego. Para que as pessoas sejam recriadas, ressuscitem em Cristo, precisa antes passar pela morte do Eu.

A santidade é o mecanismo que Deus usa para fazer esse trabalho duplo, de matar o velho homem, esse um desconhecido que invadiu o Jardim e num segundo momento de recriar a imagem e semelhança original, perdidas com a Queda.

A santidade não é só a maneira de voltar ao Jardim, para trás, para o passado, mas olha para frente, para o futuro, para a eternidade. Se o culto de Abel olhava para o Jardim, para trás, para o passado, para Gênesis, o culto da igreja de Atos olha para o futuro, para a eternidade, para Apocalipse.

Usos e costumes, que fazem parte da santificação, fazem parte da religião externa, do lado de fora da pessoa, que é feita para outros verem e na verdade não salva.

A santificação visa gerar a verdadeira santificação, que é interna, dentro da pessoa.

Usos e costumes podem mascarar o Velho Homem, o Ego, que não está convertido. O uso e costume: não faça, não toque, não coma, pode ser uma artimanha religiosa usada pelo desconhecido do Jardim, que estando no Jardim se degenerou, criando uma deturpação medonha da imagem e semelhança de Deus no homem.

Quando o homem se sente atraído ao pecado, na verdade ele está sendo atraído e enganado pela Velha Natureza, pelo desconhecido do Jardim. Alguém que Deus não conhece, destinado a expulsão do Jardim, que significa a expulsão da presença de Deus para um mundo de espinhos e abrolhos, portanto o Inferno. O desconhecido do Jardim está destinado ao Inferno., portanto não tem reforma para ele, mas ele precisa morrer.

A santidade recria a imagem e semelhança de Deus, trazendo de volta os atributos comunicáveis. Mas não é só voltar ao Jardim, ao que era o homem de Gen. 1 e 2, mas agora temos um passo além, um outro nível, onde ele agora é recriado à semelhança de Cristo.

A imagem e semelhança de Deus, no Jardim é um inocente, uma criança. A imagem de Cristo em nós é uma evolução humanitária. É um novo homem. O mundo tinha visto até então dois homens: um inocente, uma criança boazinha, uma imagem e semelhança de Deus, sem malicia, sem conhecimento. Num segundo momento o mundo viu um desconhecido, pervertido, perigoso, assassino, acusador, bandido, maligno, um verdadeiro demônio humano. A ressurreição proporcionou um novo homem, um novo Cristo.

Se o ministério de Deus no Antigo Testamento era criar uma linhagem santa e uma religião, minimamente espiritual, para que esse Filho viesse a existência, nos Evangelhos vemos Cristo, um homem totalmente direcionado pelo Espírito Santo. O terceiro ministério é o do Espírito, que batiza a igreja com dons, para que possa trabalhar e batiza o homem com frutos, a nova imagem e semelhança de Deus, o outro nível em Cristo.

Santidade então é o mecanismo usado por Deus para recriar a imagem e semelhança de Deus no homem caído, afetado pela Queda. A santidade opera então duas coisas: A morte do homem caído, o desconhecido por Deus, que invadiu o Jardim e ressuscitar a imagem e semelhança perdidas, de Deus, criando um novo homem, um novo Adão, um novo Cristo em nós.

E se a santidade é o mecanismo usado por Deus: morte e ressurreição, a santificação é a nossa participação e anuência a sermos recriados, refeitos, destruído o Velho Homem e recriado a imagem e semelhança de Deus e criado, pela primeira vez o novo homem em Cristo. Se a imagem e semelhança emprestavam atributos comunicáveis de Deus ao homem, a imagem de Cristo, gerada pelo Espírito Santo gera frutos do Espírito.

Então a santificação também opera duplamente: Primeiro recria a imagem e semelhança dos atributos comunicáveis de Deus, e segundo cria frutos do Espírito em nós.

A verdadeira santificação não é então usos e costumes, chegar na hora correta do culto, vestir gravata, assistir TV ou coisas assim, mas a santificação é o confrontamento, difícil, duro, não querido por muitos, do Velho Homem. A santificação confronta pela palavra o Velho Homem, as velhas atitudes. A santificação visa uma transformação interna, onde o Ego é confrontado agora de frente, apontado o dedo na cara, sobre que influências malignas, terrenas, demoníacas, são essas, que querem operar em nós?

Toda vez que o pecado fala forte, quem está falando é o desconhecido do Jardim. Quando há uma confrontação da Palavra com alguma atitude nossa, e nos revoltamos com a palavra que nos confronta, quem está falando é esse desconhecido do Jardim.

A santificação tem que trazer para fora essas trevas do pecado, da Queda, essa influência, esse Velho Adão e esculhamba-lo publicamente, matando-o na cruz, para que o novo Adão passe pela ressurreição, que também é dupla: recria a imagem original e cria uma nova imagem, como Cristo.

A maneira mais fácil, porém difícil, dolorosa de o Velho Homem em nós morrer é pela humilhação. O homem, a mulher, que Deus quer salvar, é humilhado, esmiuçado, esfregado o rosto na lama, confrontado o seu pecado, na maior profundidade possível, até ele reconhecer que não tem reforma e precisa morre. O nome disso é arrependimento. O homem precisa compreender que não tem reforma para si, do jeito que está não tem solução, precisa morrer. Ninguém gosta de ser humilhado, mas a humilhação, talvez a falta de dinheiro, de saúde, de emprego, de uma esposa, ou outra coisa, vai confrontar o Ego, que é orgulhoso. O Velho homem tem uma característica maior, que é orgulho. O desconhecido do Jardim é orgulhoso a ponto de seu orgulho virar revolta contra Deus.

Não são poucas as pessoas que não aguentam essa transformação, essa humilhação, essa quebra, essa destruição feroz do velho homem. Deus está trabalhando, quando muitas vezes pega o crente fiel e o deixa sem emprego, doente, solitário, perdido. Deus pega um empresário rico e poderoso que se converte, tirá-lhe o emprego, para que ele seja tratado, numa destruição feroz do seu Ego, que precisa ser destruído e criado dependência de Deus, fé, e humildade.

A nova natureza é humilde, mansa, amiga. Mas para chegar nisso, passou pela moinha de Deus. Não imagine você, que está sendo provado por Deus, passado pela moinha de cana, uma, duas, muitas vezes, que Deus não o ama. Ele o está tratando, para recriar a imagem e semelhança perdidas e criar frutos do Espírito. O dom de línguas não é absolutamente o sinal do batismo da igreja, mas o Espírito operando agora, ou o ministério do espírito o é.

Amém

Fique na paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 09/05/2021
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