Os sons das ruas em que trafegamos a passos rápidos, entre sinais que fecham e abrem, escondem mais que um cenário multicolorido. Para além de tudo, também as múltiplas fontes de influências, pensamentos, correntes e filosofias – tangíveis ou não -  de certa forma nos perseguem.  

Lutando bravamente, pais e mães de nossos tempos têm percebido que o seu esforço, embora não seja vão, parece não ser suficiente para deter essas vozes do mundo. Ainda mais forte do que qualquer coisa que se possa tocar, o clamor virtual por comportamentos contrários à Palavra de Deus vem como uma onda, assolando crianças e jovens. A todo momento escutamos notícias tristes de ataques em massa e saltos para a morte que nos fazem questionar de que forma a humanidade chegou a este ponto.  

Por outro lado, sem ter como voltar atrás em seu trajeto, a sociedade sofre diante de uma bifurcação que se apresenta como uma pergunta: que faremos? 

Quando dizemos que a Bíblia é a Palavra de Deus e relato de milagres contados por meio da história de homens comuns, estamos reproduzindo o eco de séculos – um eco espiritual. E, como fonte do mesmo logos que deu vida a tudo, é também o único caminho puro para conduzirmos nossas casas.  

Desde a minha infância escuto pastores e missionários, mulheres e homens de oração que me dizem que a Bíblia tem respostas para todas as nossas perguntas. Quer gire em torno de comportamentos sexuais e empréstimos financeiros, quer seja sobre a qualidade do entretenimento ou como gerenciar uma casa... lá está a resposta.  

Confesso que, como escritora, já tendo lido compêndios e bibliotecas inteiras, nunca me deparei com um livro (ainda que inspirado pelo próprio Deus) que nos conduza de tal modo às águas tranquilas descritas no Salmo 23. Por vezes, as respostas bíblicas descem sobre nós como rhema, algo que jamais poderia ser encontrado entre homens, um mistério total que colhe nossa angústia e devolve em forma de bondade, justiça e amor. Esse falar sobrenatural acontece em dias comuns e extraordinários. 

Então, conduzir nossos filhos e influenciá-los significa primeiro conhecer a Palavra de Deus e viver o que Ela diz sobre si mesma. Efésios 6 nos relata uma armadura impenetrável, que nos fará resistir nos dias maus. O texto também conta que os pés precisam estar calçados com versículos e relatos que nos iluminam por dentro e por fora. Aponta ali um poder de proteção que lembra o poder do capacete e da espada de um guerreiro.  

Os joelhos no chão, a leitura concreta e diária (visível) da Palavra de Deus não somente em nosso lugar secreto, como junto à família reunida, construirá uma barreira que transcende tudo o que podemos chamar de força. Em que hora diária de oração você se reúne com seus filhos e cônjuge para ler a Palavra e orar? Que devocional adotaram para o amanhecer e final do dia? Que tipo de hinos soam em sua casa, proclamando o poder destes salmos e citações? 

Em outro ponto, Deuteronômio 6 nos orienta a inculcarmos nos corações de nossos filhos tudo o que há na Palavra. O termo inculcar significa repetir constantemente. E, mais ainda, este capítulo nos diz que não somente devemos fazer isso estando de pé e assentados, como andando pelo caminho. Repita: orações, salmos, canções, lições bíblicas para seus filhos sem cessar. 

Mais adiante, o mesmo Deuteronômio nos explica que precisamos atar esse ensinamento em um lugar acima de nossas portas e à nossa testa. Sim... a Palavra tem que estar nítida nos corredores da sua casa, naquilo que você veste, em versículos legíveis e nas plaquinhas que você compra para enfeitar sua parede. Trata-se de uma decisão de brilhar o Evangelho de forma muito mais forte do que o mundo brilha seus conceitos.  

Quantos de nós colecionam livros impróprios, consomem a violência vendida pelos canais pagos, seguem pessoas de mau comportamento nas redes sociais e assistem reality shows da pior qualidade? E também não é verdade que estas mesmas pessoas tantas vezes nos procuram, em busca do que fazer a respeito de seus filhos?  

Como mãe, esposa e serva, rogo a vocês que não permitam que filhos sob sua responsabilidade trafeguem nas redes sociais sem controle parental. Deixar que alguém tão jovem tenha a liberdade que nenhuma geração teve de acessar o mundo é não somente uma irresponsabilidade como uma insanidade. Lembro-me claramente de dar justificativas a meus pais sobre onde e com quem estava enquanto morava debaixo do teto deles e isso se traduz por amor. De modo algum confie no senso de decisão de uma pessoa que ainda está em formação. 

Outra orientação fundamental sobre influenciar filhos está relacionada à nossa frequência na igreja. Não somente devemos ir à igreja, como precisamos ser a Igreja. Não tenham medo de levar seus filhos às consagrações, vigílias, montes de oração e manhãs de jejum. Enquanto obedecem comandos de amor, permitam que estejam ali, ouvindo aquelas vozes, absorvendo a atmosfera dos templos reais e virtuais, erguendo suas mãos em adoração. Não esperem que façam isso quando forem homens e mulheres se não foram ensinados repetidamente quando ainda pequenos e orientados a ter reverência em seus corações.  

E, por fim, deixo a vocês um versículo que relembra o valor profundo da atitude parental. Que este texto precioso encerre esta reflexão como um modo de proclamar quem devemos ser e os abrace, como pais zelosos, em suas atitudes. São palavras de Paulo ao amigo Timóteo:  

“Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti.” 2 Tim 1:5 

Abra a Porta e Andréa Faulhaber
Enviado por Abra a Porta em 12/05/2021
Código do texto: T7253635
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