A origem do Rosário (Freis Dominicanos de Avrillé)

CONTEXTO

Muitos modernistas fizeram um método histórico para criticar os dogmas e simplesmente adapta-los à suas épocas e locais no tempo, ou seja, os dogmas mudariam de acordo com o tempo e o lugar; nem a liturgia e nem as práticas como o Rosario fugiram disso. É grande obra do demônio colocar em dúvida a doutrina da Santa Igreja, sua Liturgia, e o Rosário da Santíssima Virgem.

"A Santíssima Virgem, nestes últimos tempos em que vivemos, deu uma nova eficácia à recitação do Rosário, a tal ponto que não há problema, por mais difícil que seja, seja temporal ou, sobretudo, espiritual, na vida pessoal de cada um de nós, das nossas famílias, das famílias do mundo, ou das comunidades religiosas, ou mesmo da vida dos povos e das nações, que não possa ser resolvida pelo Rosário. Não há problema, digo-vos, por mais difícil que seja, que não possamos resolver pela oração do Santo Rosário. Com o Santo Rosário nos salvaremos; nós nos santificaremos; consolaremos nosso Senhor e obteremos a salvação de muitas almas." (Conversa entre Irmã Lúcia de Fátima e o Pe. Fuentes, 26 de dezembro de 1957.)

Essas declarações da Irmã Lúcia constituem certamente a mais bela apologia que se pode fazer ao Rosário. Certamente, a oração mais eficaz para tocar o coração de Deus é, sem dúvida, a oração litúrgica: a Santa Missa e o Ofício Divino (o breviário recitado pelos padres, monges e freiras). O Rosário nunca pretendeu substituir a liturgia. “Mas, inversamente, a liturgia não eclipsa o Rosário, que tem o seu caráter irredutível”. (1). Retomando os mistérios da vida do Senhor celebrados pela liturgia nos ciclos do Natal e da Páscoa, o Rosário considera-os de modo particular: “centrando a atenção no lugar que Nossa Senhora ocupa em cada um”. (3)

UMA EPOPÉIA

Na história, raramente uma devoção aparece repentinamente. A pedagogia divina muitas vezes leva séculos para preparar as almas para recebê-la. O Rosário, pode-se dizer, nasceu do hábito dos primeiros cristãos de agradecer à Virgem Maria por todos os benefícios que ela trouxera à humanidade; tais são os versos de Sedulius no século V inseridos na liturgia: "Gaudia Matris habens cum virginitatis honore/ Nec primam similem visa est, nee habere sequentem." (4)

Os cantos "Ave Maris Stella" e "Salve Regina", entre outros, nasceram de inspiração semelhante. Todos os tipos de saudações floresceram na piedade do clero e dos leigos, mais ou menos desenvolvidas de acordo com a inspiração.(5). Esta forma de piedade desenvolveu-se especialmente durante a Idade Média, seguindo a grande devoção mariana inspirada por São Bernardo. (6).

A contemplação da Virgem Maria, os seus privilégios e os favores que ela concede aos seus filhos foram consideradas uma alegria que excede todas as outras alegrias. Foi esta alegre piedade da “Salve, Nossa Senhora” que deu o nome ao Rosário. Na Idade Média, o símbolo da alegria era a rosa. Coroar a cabeça com uma guirlanda de rosas (terço) era sinal de alegria. A Virgem Maria foi até chamada de “jardim de rosas”. No latim medieval, um jardim de rosas é rosarium. (7).

Sentiu-se que a cada saudação a própria Virgem Maria experimentava um eco da alegria da Anunciação. Não se tratava apenas de alegrar-se ao pensar em Nossa Senhora; o propósito era também alegrar o coração de Maria. As saudações foram concebidas como rosas espirituais apresentadas à Virgem Maria, confeccionando-lhe uma coroa, um terço. Em troca, Nossa Senhora colocaria sobre a cabeça de seus filhos um invencível diadema de rosas, de graças espirituais.

COMO SURGIU A AVE MARIA

Neste fervor de saudar Nossa Senhora, não é de estranhar que a saudação mais popular tenha sido tirada diretamente do Evangelho, dos episódios da Anunciação e da Visitação, que todos conhecem: “Salve, cheia de graça, o Senhor é contigo: bendita és tu entre as mulheres” (Lucas 1, 28). “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lucas 1, 42). Essas duas saudações formaram a primeira parte da Ave Maria. Segundo a opinião comum, eles se juntaram por volta do século XI. No início do século XVII, a segunda parte da Ave Maria ainda não era de uso geral, e a Ave muitas vezes permanecia incompleta, compreendendo apenas a primeira parte.

A INSTITUIÇÃO DO ROSÁRIO POR SÃO DOMINGOS

Em vão se esperaria encontrar na literatura dos séculos XIII e XIV um relato detalhado da instituição do Rosário por São Domingos. Esse não era o gênero literário da época. Os escritores estavam mais ansiosos em edificar seus leitores — o que é o mais importante — do que em escrever história. As origens do Rosário são, portanto, como que cobertas por uma sombra misteriosa. A Providência quis que assim fosse, com todo o respeito aos racionalistas modernos. É um segredo entre a Virgem Maria e o seu servo Domingos. Mas seria uma grande impiedade e uma surpreendente falta de bom senso e razão usar esta sombra para negar a São Domingos a invenção desta oração como fazem os modernos: Seria uma grande impiedade porque a instituição do Rosário por São Domingos pertence à tradição mais segura, não só da Ordem Dominicana, mas também da Igreja Romana. Esse é o principal argumento.

Seria falta de bom senso e de razão, porque os documentos dos séculos XIII e XIV oferecem indicações tão numerosas e tão evidentes que bastam para situar a instituição do Rosário num tempo nem anterior nem posterior a São Domingos. Desenvolveremos estes dois pontos sobre os quais a crítica moderna permanece completamente silenciosa.

A TRADIÇÃO DA IGREJA ROMANA

Em primeiro lugar, citemos a Bula "Consueverunt Romani Pontífices" (1569) de São Pio V. Ali ele escreve muito claramente que São Domingos inventou e depois propagou em toda a Santa Igreja Romana um modo de oração chamado Rosário ou Saltério da Santíssima Virgem Maria, que consiste em honrar a Santíssima Virgem pela recitação de 150 Ave Marias, em conformidade com o número dos salmos de David, acrescentando a cada dezena de Aves o Pai Nosso e a meditação dos mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na Bula "Monet Apóstolus" (1573), que instituiu a solenidade do Santo Rosário, o Papa Gregório XIII lembra que São Domingos, para desviar a ira de Deus e obter a ajuda da Santíssima Virgem, instituiu esta prática tão piedosa que é chamada o Rosário ou o Saltério de Maria.

Em 1724, tendo os contraditores posto em causa a atribuição do Rosário a São Domingos, Bento XIII pediu à Congregação para os Ritos que estudasse a questão.

O promotor da fé, Próspero Lambertini, futuro Bento XIV, estabelecendo-se nas bases sólidas da tradição romana, aniquilou as objeções.

Em 26 de março de 1726, Bento XIII tornou obrigatórias as lições do breviário romano para as Matinas da Festa de 07 de outubro, ensinando que Maria recomendou a São Domingos a pregação do Rosário ao povo, dando-lhe a entender que esta oração seria um socorro excepcionalmente eficaz contra as heresias e os vícios. (8).

Bento XIV, ao tomar conhecimento das objeções à atribuição do Rosário a São Domingos, declarou que a tradição Romana estava fundada nas bases mais sólidas — validíssimo fundamento — e respondeu aos adversários: "Você nos pergunta se São Domingos instituiu o Rosário. Você declara que está perplexo e cheio de dúvidas sobre este assunto. Mas então o que você acha de tantos oráculos dos Sumos Pontífices, de Leão X, de Pio V, de Gregório XIII, de Sisto V, de Clemente VIII, de Alexandre VII, de Inocêncio XI, de Clemente XI, de Inocêncio XIII, de Bento XIII, e de outros ainda, todos unânimes em atribuir a São Domingos a instituição do Rosário?" (9).

A EVIDÊNCIA DE DOCUMENTOS DOS SÉCULOS XIII E XIV

Os documentos contemporâneos evidenciam o surgimento de um novo costume. Vimos nas primeiras saudações marianas a origem remota do Rosário. No entanto, é fácil demonstrar que não se praticava o costume de recitar um determinado número de Ave Marias; numa palavra, não constituía uma instituição antes da época de São Domingos, simplesmente porque nenhum documento e nenhuma tradição a mencionam. Mas é surpreendente — e convincente — observar que, desde a época de São Domingos, abundam nos arquivos da época os sinais desta devoção, que foi adotada por todos, das classes cultas às pessoas humildes, da clausura ao mundo. Os números de 50 e de 150 Ave Marias aparecem nos arquivos de forma significativa.

São numerosos os documentos que comprovam que, nos conventos e mosteiros da Ordem Dominicana, a partir do século XIII, recitavam-se grupos de Ave Marias, sejam 50, 150 ou 1000…

Quem deu esta devoção aos frades e freiras dominicanas dos séculos XIII e XIV? Não seria o fundador da Ordem, Domingos de Gusmão? (10)

Citemos este lindo testemunho sobre o rei São Luís: Todas as noites o rei se ajoelhava cinquenta vezes, cada vez levantando-se e depois ajoelhando-se, e cada vez que se ajoelhava recitava lentamente uma Ave Maria. (11).

O uso de contas também invadiu todas as camadas da sociedade daquela época. Em Paris, havia nada menos que três empresas fabricando este item. (12).

Outro fato interessante e revelador diz respeito a Romeu de Lívia, discípulo direto de São Domingos. Nas crônicas antigas lemos que o Beato Romeu, aparentemente um escrivão muito letrado, porque foi sucessivamente prior do convento de Lyon, depois provincial da Provença e, finalmente, prior de Bourges, morreu enquanto apertava firmemente nas mãos o cordão com nó no qual contou as suas Ave Marias, meditando e instruindo os frades nesta devoção à Santíssima Virgem e ao Menino Jesus. (13).

Este fato mostra que, desde o início, os primeiros pregadores mostraram-se muito zelosos na divulgação da devoção de São Domingos ao Rosário. Os Dominicanos, dispersos pelos quatro cantos da cristandade, teriam uma influência decisiva na expansão do Rosário e na sua implantação em todas as classes da sociedade. O Reverendo Padre Mortier, OP, eminente historiador da Ordem Dominicana, escreveu:

"A Ordem fundada por São Domingos desenvolveu desde o seu início, de forma extraordinária, a devoção prática à Ave Maria. Isto é incontestável." (14).

Mas o Rosário não era apenas um novo e belo costume de homenagear Nossa Senhora pela repetição da saudação angélica. Desde a época de São Domingos, o Rosário apareceu como uma arma contra os inimigos da Igreja.

Um documento histórico mostra São Domingos empregando vitoriosamente esta oração em uma famosa batalha contra os hereges. (15). Trata-se da primeira vitória do Rosário, conquistada em Muret, perto de Toulouse, em 12 de setembro de 1213, por São Domingos.

Oitocentos cavaleiros católicos, convocados pelo Papa Inocêncio III, encontraram-se confrontados por cerca de 34.000 soldados inimigos (os cátaros foram reforçados por tropas espanholas lideradas por Pedro II de Aragão). Domingos, com o clero e o povo, entraou na igreja de Muret e os fez rezar um Rosário após o outro. Cinco meses após o acontecimento, um notário do Languedoc escreveu:

"Dominicus afferre Dum incipit tarn humilis. Dominicus coronas confene Statim apparet agilis." (16).

O notário observa a humildade de Domingos, que não hesita em rezar o Rosário (uma oração muito humilde, uma oração do povo); e ele comenta sua agilidade em completar as coroas, ou seja, oferecê-las uma após a outra. (17).

A vitória dos cavaleiros católicos, liderados por Simon de Montfort, foi brilhante e milagrosa. (18). As crônicas relatam que os inimigos da religião caíram uns sobre os outros como as árvores de uma floresta sob os machados de um exército de lenhadores. Se a cruzada da qual a Batalha de Muret foi um dos episódios mais gloriosos que restaurou a paz política, foi sobretudo a pregação do Rosário que converteu e pacificou definitivamente a região.

Aqui chegamos a um ponto essencial. Antes de ser um louvor a Virgem Maria, antes de ser um braço providencial de defesa da cristandade, o Rosário foi sobretudo para São Domingos um método de pregação.

Por recomendação de Nossa Senhora, São Domingos pregou os mistérios da fé e, ao mesmo tempo, fez a seu público rezar Paters e Aves. Ele agiu assim porque o discurso, por mais brilhante que seja, não é suficiente para converter. Somente a graça de Deus pode quebrar as resistências secretas da alma, e esta graça só pode ser obtida pela oração. É antes de tudo a oração do apóstolo, e São Domingos passava as noites em oração.

Mas, diz São Tomás:

“acontece que as orações feitas por outro não são respondidas… por causa de um obstáculo colocado por aquele por quem se reza”. (20).

Contudo, se o próprio pecador começa a orar, ao orar ele remove o obstáculo à sua conversão.

Existem, de fato, “quatro condições cujo cumprimento asseguram que alguém obtenha o que pede: é necessário pedir o que é necessário para a salvação eterna e fazê-lo com piedade e perseverança”. (21).

É, portanto, obra de um apóstolo particularmente inspirado e sobrenatural aliar a sua pregação à oração daquele que está sendo instruído. (23).

Este método foi particularmente apropriado para destruir a heresia cátara. Para os cátaros, o mundo físico é obra do maligno, o diabo. Portanto, Deus não poderia ter assumido um corpo humano no ventre de uma Virgem e morrido numa cruz para nos salvar. Negaram assim os mistérios da Encarnação e da Redenção, blasfemando contra a Santíssima Virgem Maria, e só reconheceram uma oração, o Pai Nosso, à qual tinham um apego supersticioso. Se a ausência da pregação católica favoreceu a implantação do catarismo, a pregação popular dos mistérios do Rosário que juntou à oração do Pater e da Ave foi o remédio radical para este flagelo.

Uma multidão de frades percorria o país, unindo às suas palavras o exemplo de uma vida de pobreza. Durante o século XIII, existiam nada menos que 118 conventos de religiosos mendicantes (Dominicanos, Franciscanos, Carmelitas, Agostinianos, Sachets) fundados em Languedoc (24). Entre 1216 e 1295, contam-se 1.100 frades dominicanos vivendo na região. (25).

Esta união da oração vocal com a meditação dos mistérios de Cristo e de Nossa Senhora influenciou a prática piedosa, e tão rapidamente que, em 1236, por exemplo, já era mencionada no Saltério colocado nas mãos das Beguinas de Gand. (26). Novamente, nada semelhante é encontrado antes de São Domingos.

Ao número de documentos que temos comentado gostaríamos de acrescentar mais um de surpreendente precisão em que, em 1221, o nome do Rosário está ligado a São Domingos durante a sua vida. Nele estão indicadas as condições de uma confraria perfeitamente constituída. Este documento é um testamento conservado nos arquivos do Colégio de São Tiago de Palência, na Espanha. Um certo Antonin Sers incumbe a execução de suas intenções ao “honorável senhor Dom Peter Gonzales Telle, reitor dos Nicolatos e primeiro administrador da confraria fundada em homenagem ao santo Rosário, com o consentimento do Senhor Bispo Telle, pela respeitável confraria de Dominic de Guzman”, diz o testador, “ao qual pertenço”. E acrescenta: “Desejo que os membros se reúnam para rezar por mim, bem como para custear as despesas das velas da confraria que levarão nas mãos, que recebam 38 maravedis e três medidas de trigo.”

“O que poderia ser mais claro?” exclama Mamachi (26). 'Não só quanto ao nome, mas quanto à confraria do Rosário, e que data do tempo de São Domingos, mais de dois séculos antes de Alain de la Roche. E essa vontade e testamento de Antonin Sers é extraído de arquivos autênticos - 'monumenta ex archivis authenticis extracta'; está claramente datado -'notis chronologicis distincta'; isso é oferecido com a autoridade de irrecusável testemunhas -'et fide dignis testimoniis roborata', ou seja, na afirmação dos notários públicos -"publicanorum scribarum' do auditor da nunciatura apostólica e dos conselheiros da coroa. Se você não pode submeter- se a tais autoridades, em quem você pode acreditar?" (27).

Entre os documentos que comprovam o volume publicado nos "Annales Ordinis Praedicatorum", o ilustre estudioso tem o cuidado de publicar, com a vontade de Antonin Sers, todas as atestações a favor deste ato entregues, a pedido dos Dominicanos, por Dom Francisco Antonino de Angulo, do Conselho de Sua Majestade Católica, seu secretário e primeiro oficial da secretaria da Câmara e do Mecenato Real.(28).

Como é possível não atribuir a São Domingos a instituição do Rosário quando os Sumos Pontífices o atribuem a ele com unanimidade ininterrupta, e quando abundam os documentos que comprovam o surgimento da devoção na época do santo e na ordem que ele fundou?

Quanto à forma como o Rosário foi dado a esse grande santo, se foi pelas vias ordinárias da graça, isto é, por uma simples inspiração? Ou foi antes sob a forma de uma visão celeste da qual o santo guardou segredo e durante a qual a Virgem Maria teria instruído e consolado o seu discípulo?

A última solução não pode ser rejeitada. Deve até ter o nosso favor, porque provém de uma tradição venerável, demasiadamente favorecida pela Igreja e tão enraizada na memória dos fiéis para ser apenas uma lenda piedosa.

Onde ocorreu a revelação? Os cidadãos de Toulouse situam-no na floresta de Bouconne, não muito longe da sua cidade, onde São Domingos fundou o seu primeiro convento. (29).

A Igreja de Puy diz que estava em sua catedral. (30). Pe. Petitot fala de uma tradição que situa o evento no santuário de Prouille no Languedoc, aos pés da aldeia de Fanjeaux, lugar onde São Domingos fundou as freiras contemplativas dominicanas e de onde enviou seus primeiros frades pregadores a toda a Europa em 15 de agosto de 1217. (31).

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Este artigo é de “The Angelus” — Fevereiro de 2003. Traduzido de Sel de la terre (No. 38, outono de 2001), exclusivamente para Angelus Press por Miss Anne Stinnett. Traduzido do inglês para o português por Cauan Gimenes e revisado por Rafael Aparecido. Este artigo foi publicado primeiro no perfil "Acontecimentos pós-CVII", do site Medium.

(1) Irmão Miguel da Santíssima Trindade, Toda a verdade sobre Fátima, vol. 3 (Buffalo, NY: Publicações do Coração Imaculado, 1990).

(2) Pe. Roger Calmel, OP, “Dignite du Rosaire,” Itinerários, abril de 1962, p. 142.

(3) Ibid ., pp.142–143.

(4) Ter a alegria da maternidade e a honra da virgindade. Ninguém mais foi visto possuindo um privilégio semelhante, nem antes nem depois dela.

(5) Notemos São Hermann-Joseph (1161–1241), premonstratense e sacerdote alemão, que escreveu em honra de Nossa Senhora uma longa oração de 80 estrofes que são saudações a Nossa Senhora. Ele pede que ela se alegre por todos os presentes que recebeu e por tudo o que ela é. Para ele, ela é “a Rosa do amor”. (Pe. Joseph Andre, Le chapelain de Notre-Dame, [Abbaye St-Michel de Frigolet, Tarascon-sur-Rhone, 1955], pp. 128–137.)

(6) Sobre este tema da relação entre a alegria, a rosa e o rosário, ver o artigo “Rosaire”, do Pe. Gorce, OP, no Dictionnaire de theologie catholique.

(7) A qua [Maria] cum monitus esset ut Rosarium populis praedicaret, velut singulare adversus haereses et vitia praesidium.

(8) Citado pelo Pe. Antonin Danzas, OP, em sua obra Etudes sur les tempsprimitifs de I’Ordre de Saint-Dominique (Paris: Oudin Freres, 1877), vol. 4, pág. 59.

(9) Pe. Mortier, OP ,Histoire abregée de I ‘Ordre dominicain en France (Tours: Mame, 1920), vol. 4, pág.8.

(10) Danzas, Estudos, p.402.

(11) Mencionado pelo Pe. Danzas, ibid., p.406.

(12) Bernard Gui, citado pelo Pe. Petitot, OP, Vie de saint Dominique (Saint-Maximin: Editions de la Vie Spirituelle, 1925), p.185. Este livro foi republicado em 1996 sob o título Dominique Guzman, un saint pour le XXIe siecle. Bernard Gui, de quem Pe. Petitot fala, é um dos primeiros e mais conscienciosos historiadores dominicanos. Ele escreveu no início do século XIV.

(13) Ibid., p.8.

(14) Pe. Petitot menciona isso em sua obra Vie de saint Dominique no capítulo 9, p. 187. O facto é igualmente relatado pelo Pe. Danzas na p.449 da obra citada.

(15) Domingos traz rosas [para Nossa Senhora], parece tão humilde quando começa [a rezar]; Domingos faz coroas, ele parece tão ágil [na oração].

(16) Petitot, Nós, pp.

(17) Os católicos sofreram apenas 8 mortes, e os seus inimigos, 10.000, entre os quais estava o próprio Rei de Aragão.

(18) Um excelente livro sobre este assunto é, sem dúvida, o trabalho de Dominic Paladilhe, Simon de Montfort et le drame cathare (Paris: Librairie Aca-demique Perrin, 1988). Mergulhando nas melhores fontes, o autor mostra-nos a verdadeira face de Simão de Montfort, um dos mais belos exemplos da cavalaria cristã ao serviço da Igreja.

(19) Veja Matinas de 7 de outubro no breviário romano.

(20) Suma Teológica, IIII, Q. 83, Art. 7.

(21) Ibid., II II , Q. 83, art. 15, ad 2 em multa. No artigo 16, São Tomás acrescenta: “…Deus ouve a oração do pecador se ela procede de um bom desejo natural, não por justiça, porque o pecador não merece ser ouvido, mas por pura misericórdia, desde que, no entanto, ele preenche as quatro condições dadas acima.”

(22) É interessante notar que São Francisco Xavier, o grande apóstolo da Ásia, usaria um método semelhante. Suas populares lições de catecismo eram exercícios tanto de oração quanto de doutrina: “Eu disse o Credo artigo por artigo…! disse-lhes que ser cristão é simplesmente acreditar firmemente, sem hesitação, nestes doze pontos…. Então Eu disse o Pater Noster e a Ave Maria… Recitamos doze Paters e doze Aves em homenagem aos doze artigos da Fé.” (A. Brou, São François Xavier [Paris: Beauchesne, 1912], pp.204–5).

(23) Ordem mendicante fundada por um franciscano c. 1240.

(24) Estes fatos são detalhados na obra do Pe. Vicaire, OP, Les Precheurs et la vie religieuse des pays d’Oc au XIHe siecle (Toulouse: Privat, 1998), no capítulo intitulado L’action de I’ enseignement et de la predication des Mendiants vis-a-vis des cathares , especialmente pp.374, 375.

(25) Mencionado pelo Pe. Danzas, OP, Estudos, p.433.

(26) Dominicano, falecido em 1792. Foi secretário da Congregação do Índice e Mestre do Palácio Santo no Papa Pio VI. “As obras do Padre Mamachi supõem uma erudição muito grande” (Dictionnaire de theologie catholique, vol. 9, col. 1807).

(27) Annales Ord. Praed., I, 324.

(28) O que aqui relatamos foi retirado do livro do Pe. Antonin Danzas, OP, Etudes sur les temps primitifs de I’ordre de saint Dominique, vol. 4 Beato Jourdain de Saxe, pp.428–29.

(29) Este é o relato relatado por São Louis-Marie Grignion de Monfort em Le secret admirable du Tres Saint Rosaire.

(30) Próprio do breviário de Puy, no dia da Dedicação da catedral (11 de julho). Além disso, todos os cronistas e historiadores do Velay, especialmente no século XVII, mencionam a passagem de São Domingos e a sua aparição da Santíssima Virgem sobre o Rosário.

(31) Petitot, Vie de Saint Dominique, p. 189. As diversas tradições que relatam aparições de Nossa Senhora a São Domingos em diversos lugares para lhe entregar o Rosário não são contraditórias. É sabido que a Santíssima Virgem apareceu inúmeras vezes a São Domingos durante a sua vida. Nossa Senhora, que tinha o hábito de falar com São Domingos, bem poderia ter falado várias vezes com ele sobre o Rosário, pois esta devoção teria tanta importância na história da Igreja.