UM CORPO NOVO NA MEIA IDADE

Um corpo novo na meia idade

Como lidar com as transformações corporais quando se chega aos 50 anos?

Quando nos aproximamos dos 50 muitas transformações corporais ocorrem, e podem nos afetar não apenas fisicamente mas também emocionalmente.

É o fechamento de um ciclo e o início de um outro. Assim como ocorre na passagem da infância para a puberdade, perdemos um corpo e gradativamente vamos ganhando outro.

Esse novo corpo funciona de maneira diferente e não vem com manual do proprietário!

Você vê mudanças nos cabelos, na pele, na visão, na audição, nas unhas, nos dentes, na voz, na memória, nos ossos, no funcionamento dos órgãos internos: rins, intestino, estômago, etc., há uma transformação hormonal e cognitiva também.

A forma como a pessoa lidará com esse novo corpo será muito influenciada pela forma como lidou com todas as outras mudanças ocorridas em sua vida!

Se tem como base ser uma pessoa rígida, pouco flexível e com dificuldade para adaptação, possivelmente sofrerá com essas mudanças. Sem contar que, naturalmente, junto com o ganho de um novo corpo, vem também as mudanças de humor e mais uma vez quem você foi durante a vida toda até agora, irá influenciar!

Paralelo às transformações corporais, estarão ocorrendo as mudanças familiares, sociais e econômicas.

Os filhos estão saindo de casa por diversos motivos; os pais, idosos, também podem estar partindo; muitos amigos da infância já se foram; é o momento em que muitos estão em processo de aposentadoria do trabalho formal e, consequentemente, com alterações financeiras em seu orçamento; os que são casados também observam mudanças no relacionamento precisando ressignificar alguns valores, enfim, são muitas novidades!

Essas mudanças exigirão um olhar diferente sobre si mesmo! Vamos imaginar que a perda do corpo anterior e a chegada de um novo corpo, corresponda a um processo de luto.

A princípio a pessoa pode negar que esteja envelhecendo, muitos tentam manter os padrões de antes: mesmo estilo de roupas, mesmas atividades, enfim, não há problema nenhum, porém, pode ser que o corpo não fique tão sintonizado com esse padrão da etapa anterior, e vem aquela sensação de estranheza, de não “combinar”, muitas vezes até de se tornar inadequado.

Há ainda aqueles que não admitem as limitações que a idade impõem, colocando-se em situações sofríveis, por exemplo, não usam os óculos para não parecer “velho”, não aceitam ajuda, não aceitam alguns tratamentos ou procedimentos médicos por parecer que é típico de pessoas mais idosas, atitudes essas que podem abrir precedentes para outros problemas.

Algumas pessoas reagem com revolta quando a idade vai avançando, sentem raiva desse novo corpo uma vez que ele denuncia que ela já não tem mais 18 anos, e com isso podem colocá-lo em riscos, por exemplo com cirurgias plásticas, muitas vezes desnecessárias e feitas com precipitação apenas para tentar se livrar do que o espelho tem mostrado.

É quase uma negociação: eu faço algo para que em troca eu tenha minha aparência de volta!

Algumas pessoas ficam deprimidas quando observam que precisam se despedir do antigo corpo e receber um novo. Olham com pesar e tristeza para sua imagem refletida em fotografias ou no espelho, acreditam que esse momento é o fim! Chegam a se isolar, deixam de fazer coisas que antes lhes davam prazer e agem como se estivessem doentes, e muitos de fato adoecem, pois assumem uma postura de impotência e inutilidade!

Sabe aquele frase: Aceita que dói menos? Pois é, a palavra mágica é:

A C E I T A Ç Ã O!

Essa fase da vida não precisa ser necessariamente ruim, pois são justamente as perdas dessa etapa que levarão o indivíduo a uma introspecção acerca da vida e assim desenvolver outros atributos, que lhe trarão muito mais liberdade, privacidade e empoderamento de si! É a fase da viagem para dentro de si, de se permitir ter tempo para apreciar momentos, lugares e pessoas mais demoradamente, elaborar suas perdas, apreciar novos ganhos, ampliar e renovar sua visão de mundo, sendo mais gentil e generoso consigo mesmo, e com tudo ao seu redor.

Então, ficam as dicas:

Renove seu brilho, desenvolva novos talentos, busque seus pares, coloque sua roupa mais bonita, aos 50 você não será mais o(a) mesmo(a), será melhor pois estará se reinventando!

Lucy Previato
Enviado por Lucy Previato em 27/11/2018
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