ANTIGAS DOUTRINAS, NOVOS COSTUMES

Apesar das diferenças conceituais entre doutrina, que é imutável e de origem divina, e costume, que tem concepção humana e é passível de mudanças, na prática muitas igrejas evangélicas ainda fazem confusão na hora de pregar o Evangelho

Tanto a Bíblia quanto o dicionário apresentam as suas verdades; no entanto, enquanto que a primeira refere-se às verdades divinas e absolutas, o segundo aponta os sinônimos que enriquem a língua local. Assim, de acordo com os lexicógrafos – ou num termo mais coloquial, dicionaristas –, costume, num sentido literal, nada mais é do que a prática, o hábito adotado por um determinado grupo social; além disso, tem origem na concepção humana e pode sofrer modificações com o decorrer do tempo. Por sua vez, doutrina é imutável e designa ensinamento, instrução, dogma, princípio inerente a um sistema político, filosófico, científico – no caso específico, o bíblico. O Novo Testamento, por exemplo, mostra que a Igreja Primitiva fazia uso da palavra – que vem do grego didache – para se referir à doutrina dos apóstolos, ou seja, o ensinamento da primeira igreja, citada por Lucas em Atos 2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. E as diferenças não param por aí: a doutrina deve ser apregoada a todos, enquanto que costumes têm abrangência local; a doutrina é um princípio que se sobrepõe ao preceito, ou melhor, ao costume – jamais, o contrário –; e o mais importante: a doutrina bíblica santifica o crente mediante a Palavra de Deus – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17) –, ao passo que os usos e costumes não têm esse poder de intermediação divina.

Apesar, no entanto, das significações absolutamente distintas dos vocábulos, seus conceitos e aplicações estão sempre se esbarrando, especialmente quando se tem como referência o meio cristão e os novos, porém nem sempre comumente aceitos, métodos de evangelização utilizados por uma grande gama de igrejas evangélicas. É entre os pentecostais, basicamente, que a adoção dessas novas práticas tem causado mais furor, dividindo opiniões até mesmo entre os mais notáveis líderes: enquanto os conservadores lutam para manter intactas as tradições históricas, os contemporâneos têm militado por caminhos menos convencionais, apimentando o evangelismo com resquícios de liberdade e contemporaneidade. E é esse liberalismo cristão que tem enchido templos e mais templos por todos os cantos do país, como a Assembleia de Deus do Brás, em São Paulo. Seu líder, o pastor Samuel de Castro Ferreira, é o que pode ser chamado de pastor moderno, não somente por usar roupas de grifes famosas, pelo iPad que o auxilia durante os cultos ou pela página pessoal no Twitter, que contabiliza quase 200 mil seguidores, mas principalmente por promover uma mudança de mentalidade entre os membros da congregação. Diferente das celebrações politicamente – ou, biblicamente – corretas adotadas pelas igrejas mais conservadoras, ali as tradições foram relegadas a segundo plano, e em vez dos comportados hinos de louvor, o que mais se ouve e vê são músicas ritmadas pela batida do funk e coreografias para lá de animadas. “Muitos chamam de revolução, mas o que eu faço é uma pregação de um evangelho puro, sem acessórios pesados”, afirmou Samuel Ferreira à revista Isto É (edição 2167, 20/05/2011). Mesmo assim, ele se confessa conservador quanto aos dogmas. As palavras ditas ao jornalista Ricardo Cardoso podem não soar como uma crítica direta, mas para bons entendedores os acessórios pesados aos quais o religioso se refere são as tradições cultivadas pelos líderes remanescentes; entre eles, seu próprio pai, o bispo e deputado-federal petebista Manoel Ferreira, presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira, de quem ele recebeu a sucursal paulista, assim, de mãos beijadas.

Diante disso, o maior receio, e que deve estar tirando o sono dos integrantes da chamada “velha guarda da igreja”, é o risco desse neopentecostalismo se enveredar para além das grossas paredes dos templos, influenciando todo o ensinamento bíblico que, pelo menos em tese, deve ser transmitido de maneira uniforme, autêntico e sem dar margens a interpretações dúbias. O fato mesmo é que a matéria publicada pela Isto É fez suscitar uma nova discussão sobre a questão dos usos e costumes, e até que ponto esse “rompimento” com as tradições em favor de um evangelismo em que tudo é permitido pode afetar as bases doutrinárias da igreja como um todo, fincadas na essência da Palavra de Deus.

Embora se defenda do rótulo de pastor extremamente radical, José Wellington Bezerra da Costa admite pertencer ao grupo mais conservador entre os assembleianos. “Sei que vivemos num mundo moderno, mas me lembro de ter aprendido na faculdade de Direito que “costume vira regra, e regra vira lei”, alerta, de maneira generalizada, o presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Contudo, à própria Isto É, ele criticou, polidamente, a postura do líder da AD do Brás: “Samuel é um menino bom, inteligente, mas é liberal na questão dos costumes e descambou ao abrir a porta do comportamento”. O assembleiano garante ainda que não costuma proibir ninguém ou impor regras rígidas aos seus membros, mas apenas transmitir a cada um as verdadeiras práticas inerentes à vida cristã. “A igreja tem sua doutrina – a Bíblia –, a qual não se pode mudar e para a qual não há emendas”, sintetiza.

Fundador da Convenção Batista Nacional e da Igreja Batista do Povo, o pastor Enéas Tognini conhece como ninguém as mutações da prática evangelística ao longo das décadas. Nos anos 1960, o atual presidente de honra da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) encabeçou o movimento de renovação espiritual que, segundo ele, trouxe sua parcela de contribuição para atribuir um pouco mais de liberdade aos evangélicos; sem, de forma alguma, transgredir a doutrina bíblica. “O movimento de renovação espiritual visou, propriamente, a parte interior, ou seja, a santificação, que começa em nossos corações e se estende pelo lado exterior. Contribuiu um pouco no sentido de garantir mais liberdade entre os evangélicos, mas foram, essencialmente, os pentecostais que começaram a impor regras. Isso tudo é do homem, e não de Deus”, afirma o religioso de 97 anos, considerado um dos mais importantes teólogos em atividade e grandemente reverenciado no meio cristão. “A doutrina bíblica é de Deus, do Espírito Santo; os usos e costumes são impostos pelo homem. Então, a pessoa que tem Cristo no coração está sendo perfeitamente fiel à doutrina, à Palavra de Deus”, explica.

Religião ou seita? – Se diferenciar doutrina e costumes não tem sido nada fácil para os crentes, as coisas se complicam ainda mais ao acrescentar aquilo que muitos, evangélicos ou não, classificam como seitas, ou seja, um conceito estabelecido por um determinado grupo social que diverge do sistema dominante. É o caso da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, estabelecida sobre bases comportamentais extremamente rígidas, ou ainda antagônicas em relação aos usos e costumes adotados pelas igrejas neopentecostais, como a Bola de Neve e seu estilo alternativo; ou pelas puramente pentecostais, como a própria Assembleia de Deus e sua essência genuinamente cristã.

Não assistir televisão por serem essas portadoras de mentiras e heresias; não ler jornais ou revistas, a não ser de conteúdo cristão; não criar animais de estimação e não comer carnes de porco, gordurosas ou mal passadas; não usar a cor preta e vermelha, tidas como satânicas; não cultivar plantas e até mesmo não beber Coca-Cola, cuja procedência dos ingredientes é desconhecida, são algumas das imposições da ADUD aos seus convertidos. Seu líder, o pastor Marcos Pereira da Silva, ficou famoso ao atuar como negociador durante uma rebelião de detentos na cidade de São João do Meriti em maio de 2004. Não fosse por ele, certamente o saldo do sangrento episódio da Baixada Fluminense, que ficou conhecido como massacre de Benfica, teria sido ainda maior – foram contabilizados 31 mortos. “Se eu não estivesse ali, teriam morrido umas 100 pessoas”, argumentou o pastor, na ocasião. Até hoje ele continua fazendo suas pregações em presídios e bocas de fumo pelas madrugadas cariocas, e por isso conquistou o respeito da população carcerária e até mesmo dos mais tenebrosos líderes de facções criminosas da cidade.

Se por um lado o líder da ADUD considera as regras da igreja necessárias e coerentes dentro de uma doutrina bíblica, por outro há evangélicos que veementemente as contestam, como o professor de hebraico e hermenêutica Jones Mendonça. “São indiscutíveis os bons resultados obtidos pelo trabalho do pastor Marcos Pereira da Silva na transformação de presidiários, e muitos os relatos de pessoas que largaram uma vida entregue às drogas, ao banditismo e à violência. Mas não há como se calar diante de algumas regras absurdas impostas por sua igreja”, acusa o teólogo, que defende a propagação de um evangelho cuja libertação deva ser isenta de preceitos pré-estabelecidos, principalmente tão radicais quanto os da igreja carioca. “Se antes da conversão o fiel era escravo dos desmandos do ‘chefe da boca’, das facções criminosas e de um instinto inclinado à destruição, após a conversão ele acaba se tornando escravo de regras sem sentido, como por exemplo, a proibição de ter plantas em casa sob uma suposta capacidade de possuírem espíritos maus”, compara.

Não tão linha dura quanto a ADUD, mas sem abandonar o conservadorismo cristão que as caracterizam, é a pentecostal Deus é Amor, fundada na década de 1960 pelo missionário David Miranda, além da centenária e discretíssima Congregação Cristã no Brasil. Discreta por raramente ver o nome de seus líderes ou suas ações veiculadas nos meios de imprensa, por não se envolver politicamente e por até não coletar o dízimo; contudo, nada modesta em relação aos números, já que atualmente só é superada pela Assembleia de Deus em quantidade de fiéis. “Quando tratamos do assunto usos e costumes, é preciso levar alguns fatores em consideração. Na Deus é Amor, as mulheres são proibidas de usar calças compridas, pois os líderes alegam serem roupas de homens. Geralmente as mulheres que sofrem tal vitupério têm em mente a ideia de que só essa é a igreja certa”, opina o pastor João Flávio Martinez, presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP), ministério interdenominacional que promove a fé cristã mediante a produção de pesquisas e informações religiosas.

A nova cara do evangelismo – Caracterizada por pregações descontraídas, ambientes com luz difusa e muita música, na Bola de Neve os crentes, a maioria formada por jovens com visual completamente diferente do estilo engomadinho de outras igrejas, podem usar roupas despojadas, bermudas, além de expor suas tatuagens e piercings, que dificilmente exporiam diante de um pastor pentecostal. Desde sua fundação, há pouco mais de uma década, pelo surfista Rinaldo de Seixas Pereira – hoje, o apóstolo Rina –, a igreja tem quebrado paradigmas e estereótipos dentro da sociedade evangélica, a começar por seu próprio púlpito – uma prancha de longboard. Com isso, a “igreja dos surfistas”, como ficou conhecida, tem atraído diferentes entidades de classes e tribos urbanas: surfistas, skatistas, esportistas, artistas, profissionais liberais, enfim, cada uma com seus interesses específicos além dos templos, mas com o mesmo propósito perante Deus: a salvação. Enaltecida ou criticada, a Bola de Neve tem provado que não surgiu apenas como um modismo temporário; pelo contrário, veio para ficar e introduzir uma nova cara ao evangelismo, calcada numa alternativa nada convencional, mas bastante eficaz, de se pregar a Palavra. Prova disso é o crescimento em ritmo de avalanche, como sugere o próprio nome da denominação. “Deus nos chamou para abrirmos as portas para excluídos, os mendigos, os drogados, os abandonados, para aqueles que nunca receberam um abraço ou que há tempos não sabem o que é um sorriso; mas nos chamou também para entrarmos no meio do esporte: surfe, futebol, skate. E é isso o que fazemos, apenas o obedecemos”, diz o escritor e estudante de administração Carlos Juliano Gonçalves dos Santos, líder-diácono da Bola de Neve de Curitiba (PR), que prefere substituir usos e costumes por estilo de vida da igreja. “Há mesmo muita confusão, talvez por não haver uma explicação coerente por parte de muitos líderes. Costume é uma prática habitual, um modo de proceder e enxergar determinadas coisas, no qual chamamos de visão; doutrina são verdades extraídas da Bíblia, que visa ao aperfeiçoamento espiritual do crente. Conheci o estilo de vida da igreja durante uma ministração. Deus deu uma visão ao apóstolo Rina, e sobre essa visão todas as células da igreja, com seus respectivos pastores, caminham juntas numa unidade sem divisão”, explica o jovem, que tem se preparado para o chamado pastoral e se esquiva de eventuais críticas oriundas de outras denominações, sobretudo das tradicionais, contra o liberalismo tido como exacerbado da Bola de Neve. “Sempre haverá críticas e, principalmente quando algo vai ficando muito exposto, também surgem as oposições. Não temos pretensão nenhuma em ser a igreja do momento, não estamos brincando de fazer igreja porque Deus não brinca de ser Deus. Mas, temos a certeza de que somos parte do corpo de Cristo”, conclui.

Se a Bola de Neve é a igreja da moda entre a galera jovem, outras denominações neopentecostais também merecem os créditos nessa nova onda do evangelismo desencadeada a partir da segunda metade do século passado. Fundada pelo controverso casal Estevam e Sônia Hernandes, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo não tem um líder com o corpo bronzeado pelo sol do litoral paulista e se equilibrando sobre um pranchão de surfe; aliás, nos últimos anos, a igreja teve que se equilibrar mesmo na corda bamba diante de tantas tribulações a que foi submetida. Entretanto, sua contribuição para a quebra de certos tabus dentro da igreja evangélica é inegável. Apesar das polêmicas que envolvem a vida de seus fundadores, como a entrada ilegal de dólares não declarados nos Estados Unidos em 2007, e até mesmo, dois anos mais tarde, pelo desmoronamento do teto do templo-sede da igreja, em São Paulo, a Renascer vai conseguindo se reestruturar. Sem falhar, ano após ano, a Marcha para Jesus é sempre certeza de sucesso de público. No último dia 23, o evento reuniu mais de 1,5 milhões de pessoas, pelas contas da Polícia Militar. Já, pelos organizadores, foram quase 5 milhões. Nessa divergência aritmética, o que menos importa são os números; o mais importante é que a principal peregrinação evangelística do país transcorreu em clima de muita paz, louvor e adoração a Deus. Presentes, membros de praticamente todas as igrejas brasileiras compuseram, ao menos pelas ruas da zona norte de São Paulo, uma comunidade cristã unificada. Independente de regras ou usos e costumes adotados por seus líderes, ali, além da união, prevaleceu também a mensagem do Evangelho numa só língua e mediante uma doutrina única – a bíblica. Eventos dessa natureza resgatam aquilo que todo cristão deve ter sempre em mente: muitas podem ser as denominações, mas Jesus é um só. Todos que o aceitaram como Senhor e Salvador de suas vidas – e, por isso, fazem parte do corpo de Cristo – devem levar adiante a sã doutrina, imutável, contida em sua palavra. Doutrina essa que também representa o amor, a paz e, sobretudo, a fé incondicional no criador.

Modernidade versus banalidade

“Ser pastor nos dias atuais é mais difícil do que em qualquer outra época da história”, revela David Fisher em seu livro O Pastor do Século 21 (Editora Vida). Para chegar a essa conclusão, o escritor norte-americano remete à visão pastoral do apóstolo Paulo, fincado nos alicerces da Igreja Primitiva para, junto com suas próprias experiências ministeriais, apresentar um modelo prático, dinâmico e inspirador para os estudantes de teologia. Segundo ele, os pastores e lideres que souberem discernir o tempo presente irão, em nome de Cristo e no poder do Espírito Santo, estabelecer igrejas poderosas em que os valores do Evangelho serão abraçados, ensinados e vividos em todo o esplendor. Explora, ainda, as metáforas paulinas relacionadas a ministério, delineando uma imagem fiel do pastor ou obreiro eficiente, bíblico e preparado para enfrentar e vencer os desafios da sociedade moderna em geral e do rebanho de cristãos em particular. Diante dessa resenha, entende-se que a doutrina bíblica transmitida nos dias de hoje deve ser a mesma dos primórdios do cristianismo, independente das ferramentas que venham a ser utilizadas durante as pregações, ou dos usos e costumes delineados por cada uma das diferentes denominações que fazer parte da sociedade evangélica contemporânea.

Em face ao que aponta o líder da Colonial Church, em Minneapolis, apenas uma indagação: qual é a imagem fiel do pastor moderno e eficiente? Será aquele que, como o assembleiano Samuel Ferreira, faz uso das tecnicidades práticas do mundo tecnológico e virtual para se comunicar com seus membros e promover uma transformação em sua igreja? “Pastor moderno é aquele que está inteirado com a sua realidade, que se instrumentaliza de informações e dos recursos tecnológicos de maneira a beneficiar seu ministério”, define o pastor Altair Germano da Silva, membro da Assembleia de Deus de Abreu e Lima (PE). Para o assembleiano, que também é autor de livros como O Líder Cristão e o Hábito de Leitura (CPAD), não há qualquer problema em ser moderno, mesmo para um evangelista ou pregador, desde que ele não deixe de lado os verdadeiros princípios e fundamentos bíblicos. “O obreiro precisa ter cuidado para não confundir 'modernidade' com ‘banalidade’, e jeito de ‘ser’ com jeito de ‘aparecer’”, emenda. Particularmente, ele se julga um pastor moderno, que procura usar de todas as ferramentas possíveis, e sempre com os olhos voltados para a Palavra de Deus. “Embora o contato virtual jamais possa substituir o pessoal, nem sempre o evangelismo corpo a corpo é possível. É aí que entram as ferramentas de multimídia, mas como exceção à regra e nunca o inverso. Com o advento da internet, a mensagem do Evangelho pode chegar a lugares onde fisicamente não é possível”, garante ele, que define sua igreja como moderada quanto à adoção dos usos e costumes. “Seja moderno e contextualizado, mas acima de tudo moderado. Perceba os limites. Pense, reflita mais um pouco antes de adotar certos comportamentos, ou de seguir certas tendências da moda”, aconselha para, em seguida, cravar: “Afinal, boa doutrina sempre produz bons costumes”.

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JDM

José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 18/07/2011
Reeditado em 04/10/2022
Código do texto: T3103886
Classificação de conteúdo: seguro
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