FEMINICIDIO E MACHISMO

O que é o feminicídio? Apenas o assassinato de uma mulher ?! Algumas pessoas irão pensar assim, mas não é apenas isso. Este ato é desrespeitoso com a mulher e com toda a sociedade, em que vemos a descriminação por conta das diferenças de gênero, sendo conhecida como feminicídio ou outro nome e ação femicídio.

¨Isso não acontece, isso é coisas da cabeça de vocês mulheres feministas. ¨ Esta é a fala de muitos homens e de algumas mulheres, que acham esses acontecimentos coisas normais, mas não são por isso, alguns exemplos reais desses acontecimentos:

¨Em 1º de março, uma mulher foi morta a tiros em um posto de gasolina na Zona Norte de São Paulo, na frente de amigos, durante uma confraternização. O autor é um homem desconhecido, que depois de chamar a moça para conversar a sós atirou na cabeça da vítima no momento em que ela decidiu ir embora.

No mesmo dia, em Osasco, um homem assassinou a facadas a companheira durante uma discussão, em casa. Esperou a polícia chegar ao local e justificou o crime alegando que teve a "honra” ferida pela vítima.

Também em Osasco, um homem matou a facadas a namorada durante uma briga no último domingo 1º. Ele fotografou a vítima morta e enviou as fotos para a filha dela pelo Whatsapp. ¨ (CARTACAPITAL; Deutsche Welle 2018)

Mesmo que esses casos são de extrema vigilância, se esses abusos e mortes tivessem acontecido a 3 anos atrás não seriam tratadas como caso sério ou tendo lei específica, por que só começou a valer em 19 de marco de 2006, Lei 13.104, que inseriu no Código Penal brasileiro o crime de feminicídio, além da Lei Maria da Penha, Lei 11340/06 - nº 11.340, posta em 7 de agosto de 2006.

O feminicidio é o final da etapa da história da violências contra as mulheres, em que no Brasil se apresenta em quinto lugar entre todas as nações, com uma taxa de feminicidios de 4,8 para 100 mil mulheres, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS); matando assim, oito mulheres por dia no Brasil.

Os dados apontam que entre os anos de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875. Enquanto homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013.

Deste modo vemos, que as discriminações são ativas não apenas pela diferença de gênero; mas também, pelo machismo, pelo racismo, pelo etnocentrismo, pela lesbofobia e por outras formas de desigualdades que se manifestam desde a maneira como elas vivem, ocasionado pelo tempo. Como consequência ações violentas, por exemplo: assassinatos cruéis, sendo marcados por torturas, e degradações do corpo e da memória. Além de não se encerrar ai ocorre a morte da vítima, e não há justiça, o criminoso na maioria dos casos passa despercebido.

Além do feminicidio, outro assunto polêmico é o machismo, em que não são os homens cometem o mal do machismo, mas também algumas mulheres. A ¨cultura do machismo¨ dominou tanto que chegou a contaminar as mulheres dos anos 60 e 80, trazendo em consequência a descriminação por parte de pessoas que mal acreditamos. Por isso, para que existe dia da mulher, em que os agressões dão rosas e no resto do ano só as restam desaforos?!

Como a ex - presidenta Dilma Rousseff, disse durante a cerimônia de sanção da lei de tipificação do feminicídio, o nosso pais é um lugar generoso e não deve-se haver mais descriminações nesta terra de iguais.

No livro de Lygia Fagundes, A estrutura da bolha de sabão, a escritora compara a sociedade a algo frágil por exemplo a bolha de sabão; em seu livro ela aborta temos variados mas um deles que me chamaram atenção foi sobre o machismo, falando que as mulheres de hoje são chatas na visão de alguns homens por serem intelectuais, nos comparando com o antigamente que éramos submissas.

No livro Contos Negreiros, tem 13 capítulos com cada um um conto, denunciando a sociedade atual, um deles é Vanicléla- Capitulo V; este trecho conta a história de uma mulher que representa muitas nesta sociedade machista, sofrendo por diversos tipos de violência, que as pessoas muitas vezes não veem ou não dão atenção.

¨Agora que valor me dá esse belzebu? Quanto vale ele ali, na praça? Pergunta, pergunta. A vida dele é me chamar de piranha e de vagabunda. E tirar sangue de mim. Cadê meus dentes? Nem vê que eu tô esperando uma criança.

Agora, disso ninguém tem ciência. Ninguém dá um fim. ¨

(Pág. 42 - CapituloV)

Mesmo que o machismo e o feminicidio sejam coisas que são proibidas, que tem leis e ¨penas¨, muitas ações ainda são cometidas de várias formas, um exemplo são funks, como ¨Só surubinha de leve¨ de MC Diguinho e ¨Covardia¨ de MC Livinho, músicas estas que fazem referência ao abuso, violência, desrespeito, autoridade do homem sobre a mulher, aprovando e colocando-o homem como gênero superiores.

Muitas músicas feministas, ajudam e dão forças as mulheres, mas muitos homens acham que é uma forma de repressão, mas estão enganados eles devem aprender que o mundo não ¨gira ao seu redor¨.

Esta música de Kell Smith, apresenta o poder que a mulher tem, seus direitos de ser quem quer ser, enquanto na sociedade é imposta a ser um modelo feito.

¨Respeita as mina

Toda essa produção não se limita a você

Já passou da hora de aprender

Que o corpo é nosso nossas regras nosso direito de ser

Respeita as mina

Toda essa produção não se limita a você

Já passou da hora de aprender

Que o corpo é nosso nossas regras nosso direito de ser

Respeita as mina¨ (Musica: RESPEITA)

A vida da mulher atual é feita cheia de obstáculos, estes que coloca-a como objeto de trabalho e sexo, sendo colocada como fraca, mas isso mudou agora somos iguais a vocês, se não gostarem apenas respeitem...

¨Nem serva, nem objeto

Já não quer ser o outro

Hoje ela é um também¨ (Musica: DESCONSTRUINDO AMELIA)

Como Simone De Beauvoir disse, nos mulheres não nascemos assim, nos tornamos o que somos...

Nenhuma mulher é fraca ou incapaz, ela é ao contrario disto, pois o mundo faz acreditar que seu poder não vale a pena. Somos metade da população e mães da outra metade; então pense antes de falar, ou agredir uma mulher, pois foi umas delas que te deram vida.

Ariadna Benicá
Enviado por Ariadna Benicá em 11/07/2018
Reeditado em 29/08/2018
Código do texto: T6387611
Classificação de conteúdo: seguro