FUI UM MILITANTE E POLITICO MUITO RADICAL NA JUVENTUDE..

Acordei muito cedo para a vida politica, ainda menino de 5 anos encontrei em frente ao Cemitério Santa Cruz de Corumbá um pequeno broche de ouro em forma de vassourinha, claro: Era só banhado, eu acho, e perguntei ao meu pai porque essa vassourinha tão pequenina? - Ele que já fora parceiro de Getulio Vargas em Cuiabá defendendo o ex presidente nos anos 40 em sua juventude me disse - Meu filho essa é a vassourinha do Jânio! E seguimos pela rua Dom Aquino rumo a rua Major Gama onde moravamos a acima da Rua Dom Aquino em Corumbá, cidade onde eu nasci.

Meu pai faleceu e minha mãe também, ainda na infância e quase fui adotado e levado para a Europa nos anos 60, mas sem acreditar que minha mãe havia falecido...e tinha saudade do João, do Hélio e Tião meus irmãos que ficaram em Corumbá na época disse: Nem peça aos meus parentes, pois eu não vou e mesmo assim um casal muito bonito e jovem me deixou varias roupas bonitas e agasalhos de frio da Itália na época e fiquei trabalhando na Igreja São José, trabalhei em lavoura de japoneses e fui policia mirim na Capital Campo Grande, que na época era interior pois a Capital era Cuiabá.

Ainda cedo passei a procurar saber o que eram partidos politico e acabei entrando no partido clandestino PCB que era ilegal, mas eu achava que o pessoal era muito calmo e, apesar de eles terem sido verdadeiros professores de politica e me indicarem muitos livros para ler, eu quase entrei num partido mais radical disposto a entrar definitivamente para a luta armada e ajudar uma revolução socialista no Brasil, não fiz isso graças a dois professores de Corumbá que conversaram comigo e deram muitos conselhos.

Assim mesmo colaborei na função de ajudar pessoas que precisavam sair do país pela Bolivia para não serem presas, torturadas ou mortas...muitos eram simples estudantes ou professores tido como subversivos e apesar de todas as pressões jamais citei o nome destas pessoas, acabei sendo durante muitos tempo investigado pelos arapongas do S.N.I. e outros esbirros da ditadura e tive até meu nome relatado em documentos secretos da informação da ditadura durante os governos de Geisel e Figueiredo, mas nunca atirei ou matei ninguém graças a Deus e também vi muitos politicos de esquerda equivocados e que jamais tiveram entendimento da totalidade do que defendiam, não compreendiam e muitos eram apenas porra loucas. Admiro Apolônio de Carvalho, pois foi um sonhador que chegou a lutar bem antes na Guerra em França e Espanha contra os nazistas e fascistas, ela era oficial do exercito e foi expulso por sua militância politica.

Mas o tempo me mostrou que os veteranos integrantes do PCB que não aderiram a luta armada estavam certos, não se faz revolução armada num país com o enorme analfabetismo politico que temos no Brasil...Seria um suicídio vanguardistas, a Via democrática é longa e dolorosa, mas o caminho para a Democracia no Brasil precisa ser pacífico ...seria covardia mergulhar um país com um imenso contingente de pessoas carentes e desinformadas numa guerra civil sangrenta. Pois a violência hoje já mata mais cidadãos e cidadãs no Brasil que a guerra do Vietnã.

Precisamos tornar o Brasil mais justo, lutar por educação, pela geração de empregos, debater politica séria com jovens e as chamadas opções ideológicas devem ser decididas pela maioria do povo e não por minorias que se julgam detentoras da verdade e das ideologias...Ainda ousei disputar eleição de vereador, deputado estadual, Federal, Prefeito pelo PT e até pelo PSB. Tive a experiencia de dirigir o PCB na clandestinidade em Corumbá e depois fui filiado ao PT pois achei que o Lula seria o nosso Abram Lincoln...Entraria para a História como o Operário que se tornou o Maior e melhor Presidente de nosso país...mas entre 2002 e 2004 percebi que o meu sonho em relação ao Lula não sobreviveria...Triste segui meu caminho e resolvi trabalhar com vendas, comercio e cheguei a ser convidado e fui Assessor de Governo ...mas sem partido e distante dos meus sonhos socialistas....Agora apoio pessoas dignas, amigos e não tenho problemas em conviver com pessoas com religiões e idéias diferentes...Fiz de tudo para ajudar, mas eles preferiram pessoas e as tais " novas " lideranças...Mas a escolha de minha exclusão não foi minha....

Em Brasilia o senador Lúdio e o deputado Flávio Derzi que tanto eu bati chamando de latifundiários, políticos de direita etc...na minha ingenuidade radical, acabaram me recebendo em Brasilia como irmão e filhos e me ajudaram a conseguir emendas e recursos para Corumbá, Ladário e mais de 45 cidades do Estado...E fiz amizade e tenho respeito com todos que estavam na bancada federal de Mato Grosso do Sul,nenhum deles me negou solidariedade e apoio Deputados João, Deputada Mariza, Senador Juvencio, Deputado a época Moka, Deputado Nelson, Senador Ludio Coelho, Deputado Flávio Derzi, Marçal e mesmo deputados de outros estados do Brasil....Aprendi a distinguir o que é o mandato institucional , o que é amizade e relação humano e separar isso tudo de minha ideologia e posição politica, ideológica e amizade e respeito. Ali foi uma lição de humildade e cheguei a visitar o senador em sua Casa e fui recebido por Ludio e sua esposa com muito carinho e respeito. Tenho minhas posições muito claras, mas aprendi a respeitar pessoas com idéias diferentes....Eles jamais me rotularam e todos sabiam que antes de ser Deputado eu era um simples ferroviário que foi demitido pelo Collor. Não sou mais aquele menino radical e besta.

Hoje acredito que os países nordicos como Suécia, Noruega, Dinamarka etc..tomaram a decisão correta ...pois os politicos abriram mão de privilégios e os ricos admitiram reduzir a concentração de riquezas e investem pesado em Educação, Ferrrovias, Saude e dignidade de seus povos...