AS HIENAS REPARTEM SEUS DESPOJOS.

AS HIENAS REPARTEM SEUS DESPOJOS.

VALÉRIA GUERRA REITER

Apesar de nós (progressistas) possuirmos um desejo vicejante de igualdade, inclusive nos mirando em tantas históricas reações que ocorreram ao longo da trajetória brasileira; através de estudos mais aprofundados sabemos que há manipulação burguesa e elitista nos trâmites de estas sublevações.

Através de revoltas separatistas nós caminhamos na luta contra a ferida que fora aberta pelo mercantilismo e que minou a posteriori (com seu infectante imperialismo) um paraíso incólume como o Brasil. Aqui nesta terrinha solar e tão mal iluminada pelos podres poderes exploratórios tivemos vários agentes espoliadores: Portugal, Inglaterra, Holanda, França, Estados Unidos, e etc.

As Revoltas conhecidas como Nativistas, a exemplo da Guerra dos Emboabas, a Revolta de Beckman, ou a Guerra dos Mascates, tiveram sua gênese a partir de disputas econômicas, com participação de grupelhos, como no caso da Guerra dos Emboabas: entre emboabas e vicentinos, em relação à exclusividade de exploração das minas de ouro.

A Guerra dos Mascates seguiu o mesmo roteiro: os mascates, na sua maioria eram de portugueses, e na verdade o embate ocorreu entre senhores de engenho de Olinda, e comerciantes do Recife; e ocorreu no ano de 1710 entre Olindenses e recifenses, na busca de hegemonia política e econômica em relação ao senhorio de engenho e comércio.

De todas as Revoltas Nacionais, (Separatistas ou Nativistas), a Revolta de Canudos, aparentemente de cunho religioso, gerou uma Comunidade de Vinte e cinco mil habitantes que criaram uma independência da República recém-instituída; República esta que não perdoou de forma alguma esta postura que incluía a utilização de terras improdutivas: soou para mim como um dos modelos revolucionários mais audaciosos de cunho social.

E após a quarta investida dos soldados da República contra o Arraial de Canudos, os vinte e cinco mil viventes de esta independente quase nação: se transformaram em despojos saboreados pela robustez de uma República militarista gananciosa; e dentre as baixas constava a figura de um dos líderes religiosos mais corajosos da vanguarda histórica: Antônio Conselheiro.

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E quando hoje, um ministro, da atual e moribunda República formada por um misto de militares, milicianos, bolsonaristas e fanáticos religiosos (que servem como títeres) de um comando internacional “quer cortar a cabeça de outro ministro”, é sinal que os despojos continuam a serem divididos sobre os cadáveres de um povo admoestado pelas rédeas da fome e da contaminação por um vírus que mata.

As hienas no mundo ecológico ocupam seu nicho de carnívoros decompositores na função de famigerados carniceiros que aguardam “babando” pelos restos caçados por outros carnívoros e tal pilhagem nutricional é sonegadora e ideal.

Há brasileiros que temem verdadeiramente o conceito comunismo; e preferem enfrentar a fome ou a morte por contaminação pestilenta; talvez, por desconhecer (realmente) o supracitado termo que significa: universal; comum.

#FIQUEEMCASA

#LEIABRAZILEVIREBRASIL

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 10/04/2020
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T6912072
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