CIDADES SITIADAS

A cerca de três meses, as cidades brasileiras vivenciam momentos que mesclam temor, terror, dor, dúvida, esperança. A crise gerada pela pandemia desnorteou os indivíduos, fez muitos cidadãos refletirem sobre suas vidas, desencadeou uma onda de questionamentos e uma “enxurrada” de fake news.

O comércio com suas portas fechadas (exceção para mercados e farmácias) tem acelerado uma grave crise econômica. São milhares de pessoas desempregadas, tendo que repensarem suas vidas e como levar o pão para dentro de casa. Escolas fecharam suas portas para dar lugar a uma educação à distância sem muitas vezes possuírem dentre os seus profissionais ( professores, coordenadores, orientadores) um conhecimento tecnológico, ao menos, satisfatório. Famílias se viram dentro de casa com criaturas que desconheciam (filhos, pais, esposos, esposas...) e tiveram que fazer esse reconhecimento de maneira forçada... O filho por quem o pai brigava na escola, não era mais o mesmo! A pessoa com quem havia casado, não era a mesma! O tempo passado fora de casa, cada um seguindo sua rotina dia após dia, levou os integrantes de um lar a não se reconhecerem mais.

As cidades brasileiras vivem dias difíceis! Dias onde as prefeituras que precisam comprar itens para hospitais, revigorando a saúde municipal, não podem contar com os impostos vindos de muitos estabelecimentos comerciais, das escolas pequenas e de médio porte, dos indivíduos proprietários de imóveis ( que sem o recebimento de seus aluguéis não podem pagar o IPTU). Sim! Virou uma “bola de neve”! Com o comércio e a indústria fechando as portas devido ao isolamento social ou à falência, o desemprego aumenta, a fome se agrava, escolas fecham as portas por inadimplência alta, a violência impera dentro dos grandes centros; principalmente com a soltura de criminosos pela justiça ( a desculpa é o risco de contaminação nos presídios...). Atrelado a essa grave situação, ainda temos problemas no Sistema Público de Saúde, onde muitos profissionais estão trabalhando sem itens necessários para que não se contaminem, hospitais sem leitos e sem a tecnologia necessária para salvar tantas vidas em risco; Problemas relacionados a pessoas que na mais profunda ignorância, vão para as ruas sem máscaras e desobedecem leis que são para o bem maior; Problemas com relação ao número de jovens iludidos por teorias insanas e totalitárias que estão invadindo a internet e que põem em risco a segurança nacional.

Na contramão desta loucura toda, acontece que muitos cidadãos de bem passaram a entender a necessidade de cada um fazer a sua parte. Mantimentos começaram a ser recolhidos e cestas básicas foram entregues aos que estão atravessando as agruras de não ter o que comer e oferecer aos seus filhos; roupas, calçados, roupas de cama, produtos de limpeza, foram doados por famílias de certo poder aquisitivo, por ONGS, por famílias que se uniram para ajudar, por alunos e professores, por instituições religiosas. É a solidariedade pedindo passagem em meio ao pandemônio que se instalou. É o Evangelho se cumprindo na prática mais adorável, movida pelo sentimento chamado AMOR. A Esperança de dias melhores começa a tomar forma com as mãos que ajudam, com o coração que aquece o outro ( mesmo sem poder abraçar), com as mentes que levam a ideologia da EMPATIA e da ALTERIDADE. É Jesus nascendo nos corações humanos a despeito do ódio que muitos tentem estabelecer.

Lizze
Enviado por Lizze em 31/05/2020
Reeditado em 31/05/2020
Código do texto: T6963441
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