PAULO GUSTAVO – MAIS UMA LUZ QUE SE APAGA!

Prólogo

Em maio do ano de 2020, o eclético artista Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros, mais conhecido apenas por PAULO GUSTAVO, confessou, em papo com a amiga Ingrid Guimarães, exibido pelo GNT, que estava um pouco paranoico com a pandemia, temendo pegar a doença por conta dos seus problemas respiratórios – (ele era e sempre foi asmático – Nota do Autor).

Na ocasião, Paulo brincou dizendo que não aguentava mais as “lives”, febre da pandemia. "Morro de pânico quando toca o telefone e é “live”. Todo mundo quer fazer “live”. Não aguento mais “live"”, disse. "Prefiro encontrar ao vivo. Tenho preguiça de falar ao celular", comentou também, dizendo que não gostaria de manter as reuniões virtuais para o futuro.

MAIS UMA ESTRELA QUE CHEGA AO FIM

No final do fatídico ano de 2020 o recém-falecido PAULO GUSTAVO disse em um vídeo profético:

“Enquanto essa vacina tão esperada não chega, para todo mundo, é bom lembrar que contra o preconceito, a intolerância, a tristeza, já existe vacina: é o afeto. É o amor. Ame na prática, na ação. Amar é ação.”. – (SIC).

O ator criou a desbocada Dona Hermínia inspirado em sua própria mãe, Déa Lúcia Vieira Amaral. A personagem surgiu logo na estreia profissional de Paulo Gustavo, na peça “Surto”, encenada no Rio em 2004. Não demorou para estrelar seu próprio espetáculo, a partir de 2006 - o monólogo “Minha Mãe É uma Peça”, que rodou e ainda roda pelo Brasil afora.

A MORTE DO ARTISTA

Na tarde do dia 4 de maio de 2021, foi divulgado um boletim médico dizendo que o quadro clínico de Paulo era irreversível, mas ele ainda mantinha sinais vitais. Logo após às 22 horas, a apresentação da novela “Império” foi interrompida com o último boletim informando que o ator falecera às 21h12min. A morte do humorista marca o fim precoce e abrupto de uma carreira estelar, com poucos paralelos no nosso “showbiz” do país.

Em pouco mais de 15 anos, o ator saiu do anonimato para o posto de maior chamariz de público do cinema brasileiro. Bissexual assumido, ele nunca escondeu seu relacionamento com o dermatologista Thales Bretas. – (Sobre a opção sexual do artista... Trata-se de informação irrelevante para o contexto e objeto do presente trabalho. Nota do Autor).

A MINHA SINCERA DÚVIDA

Essa mortandade provocada por um monstruoso mal invisível abala a fé de muitos cristãos. Ora, se existe um Deus misericordioso, por que uma pandemia cruel está acontecendo? Ceifando a vida de inocentes e outras pessoas tão jovens? Por quê?

Vivemos numa época em que acontecem coisas incompreensíveis, ocorrendo desequilíbrios, maldades, violências e crimes que nunca desejamos... Principalmente contra idosos, mulheres, crianças e animais.

Aonde chegaremos, caminhando a passos rápidos e erráticos; destruindo valores éticos, morais e a unicidade familiar... sem educação, saúde, segurança, amor, civilidade e tolerância? Essa resposta eu sei: Ao fundo do poço da urbanidade!

Será que se trata das consequências trágicas do fato de que a maioria da humanidade se afastou de Deus e dos seus mandamentos? Eis a minha sincera dúvida!

Minha dúvida só reforça a minha tristeza e a descrença dos agnósticos e céticos. Maldita, cruel e medonha pandemia, seja de qual gênese for, que deixa a sociedade doente, sofrida pela perda de seus entes queridos; pessoas estressadas, confusas e loucas.

A IRREVERÊNCIA DE PAULO GUSTAVO

Com seu estilo irreverente e sua metralhadora verbal, PAULO GUSTAVO era um digno representante de uma escola do humor brasileiro que remonta a Zé Trindade, Costinha, Dercy Gonçalves, Bussunda, Nair Belo, Shaolin, Chico Anysio e dezenas de centenas de outros merecidos festejados artistas já desencarnados.

O comediante PAULO GUSTAVO ‘sem papas na língua’, que falava o que lhe viesse à cabeça, doesse a quem doesse (geralmente a ele mesmo), deixará uma lacuna difícil de ser preenchida, mas outros artistas estão em ascensão e muitos estão por vir. Assim é a vida. Tudo passa pelo círculo incessante da inteligência e determinação divina.

AS JUSTAS E MERECIDAS HOMENAGENS

As atuais homenagens a PAULO GUSTAVO são justas e merecidas! Não se discutem os excessos e, as irrefletidas palavras, entre amigos ou durante as entrevistas e apresentações do artista ou de quaisquer outros monstros sagrados das artes cênicas. Lembrem-se apenas das boas ações praticadas e esqueçam os triviais e insignificantes rompantes.

Muito cedo aprendi que estrelas, em todo o planeta Terra, vêm e vão com suas luzes esfuziantes para nos deixar saudosos. No palco que representa a vida, esses iluminados seres nos alegraram com os esplendores de suas irreverencias e sapiências sempre bem-intencionadas. – (Fazer-nos rir e sermos felizes – Nota do Autor).

CONCLUSÃO

Leitores amigos e amigas: Sorriam com ânimo e admiração. Não tenham medo da contradição de brincar com suas facetas sexy, em sonhos eróticos para adultos, e depois terem sonhos coloridos sendo os atores principais em peças infantis. Em todos nós, sem exceção, há incontáveis momentos de impetuosidades, beatitudes e atitudes irrefletidas, além do pueril e do extravagante. Assim creio!

Evitem a todo custo o revanchismo, o ódio e os ressentimentos negativos contra quem minimizou e minimiza até hoje os malefícios da pandemia. Não precisam aplaudir, mas respeitem todas as opiniões contrárias às suas.

“Hipócrita”, “verme”, “canalha”, “maldito”, “desgraçado”, “genocida”, “assassino”. Esses foram alguns dos termos usados por famosos, políticos da oposição e anônimos para responder ao nosso presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO após ele publicar nas redes sociais uma mensagem de condolência pela morte de Paulo Gustavo. Não se associem a esses rancorosos! É tempo de união e tolerância!

Acreditemos que, se há um céu pra irmos pós-morte, que seja como um jardim florido com pássaros de vistosas plumagens, córregos de águas murmurantes, perfumosas e cristalinas, onde as ingratidões, dores e decepções terrenas serão mascaradas por risos de crianças em coro com animais que, apesar de silvestres, sejam ordeiros, fiéis e mansos.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.