CHUVA DE BENÇÃO!
Certo dia, já cansada de ser sempre a culpada por todos os desastres da sociedade, a chuva resolveu não cair mais. Ela disse: "Sempre que pessoas perdem seus lares, móveis, carros ou, infelizmente, a vida, a culpa é minha. Eu caio, rego as flores, plantas, árvores, florestas, permito uma melhor respiração para todos os seres viventes etc., mas ainda assim sou a culpada por todos os estragos. Por isso, nunca mais vou aparecer!
Você já imaginou um mundo onde não houvesse chuva? Onde não cairia uma gota de água do céu? Seria angustiante, né? Aliás, provavelmente nem haveria vida.
Nos últimos dias, tem chovido de maneira avassaladora no Brasil, mas especificamente em São Paulo. Na sexta-feira passada, por exemplo, choveu demais e esta semana, até domingo, promete mais. Mas será que a culpa é da pobre, aliás, abençoada chuva? Não! Porque, embora estudiosos digam que o clima atual está desregulado, é fato que, desde que o mundo é mundo, chove. "Ah, mas não com tanta intensidade como agora", diriam muitos. Pode ser, mas acredito que sempre houve períodos de muita, média e pouca chuva, e que a natureza sempre precisou se autorregular.
Agora, é fato também que o mundo moderno de hoje contribui muito mais para enchentes, catástrofes, inundações etc. do que no passado. Só que isso não tem necessariamente a ver com a chuva, e sim com outras posturas (humanas). Por exemplo:
1: São Paulo, a capital, está tomada por mini, médio e gigantescos edifícios. Como em uma verdadeira caça ao tesouro, as grandes corporações e construtoras constroem prédios a cada esquina vazia, com o aval do poder público. Não há um projeto que vise a plantação de árvores e parques. Ou, se há, pelo menos não é divulgado.
2: Muita gente ainda age de maneira incivilizada. Jogam lixo na rua, em praças, na praia, etc., de forma desrespeitosa. Essas pessoas contribuem negativamente para as inundações. Por isso, escolas, universidades e empresas devem ajudar na construção de bons comportamentos, e o poder público deve punir quando necessário.
3: As grandes capitais, e especificamente São Paulo, devem muito a seus imigrantes: italianos, portugueses, turcos etc., mas principalmente aos nordestinos, que construíram praticamente essa cidade. No entanto, a capital paulistana já não suporta mais gente. Não tem condições de abrigar tantas pessoas. E isso não tem absolutamente nada a ver com xenofobia e outras discriminações. Jamais. É apenas a constatação de um fato empírico, ou seja, provado!
4: E, por fim, nossos políticos que não sabem gerir a máquina pública. Sempre agem (e, quando agem) de forma reativa, ou seja, quando a água já foi para o brejo e nunca de forma preventiva. Isso poderia evitar muitas catástrofes.
Conclusão: a chuva é uma bênção, seja ela fraca, média ou forte. Cabe a nós, humanos, fazer aquilo que estiver ao nosso alcance para recebê-la bem, sem culpá-la! Viva a chuva!