Não exalte à criminalidade!
Todos sabem, ou quase todos, que o Estado Brasil é constituído legalmente de três poderes: executivo, legislativo e judiciário.
O primeiro executa as leis (prefeitos, governadores e presidente da República). O segundo cria as leis (vereadores, deputados e senadores). E o terceiro faz com que as leis sejam cumpridas (juízes).
Nenhum dos poderes tem poder sobre o outro (em tese, já que o STF manda e desmanda nesse país), sendo que um fiscaliza (em tese novamente) os abusos ilegais dos outros. Esses três (mais uma vez em tese, rs) são os poderes que colocam ordem no Brasil!
No entanto, nas últimas décadas, surgiu um outro "poder" paralelo ao Estado brasileiro chamado: "tribunal do crime."
Neste "poder", quem executa, cria e cumpre as leis são os bandidos membros de violentas facções criminosas. Foi o que aconteceu, muito provavelmente, com o indivíduo que matou, há dois domingos, uma estudante de turismo da USP, próximo à estação de metrô Corinthians Itaquera. O miserável covardemente destruiu a vida da moça e de toda uma família. Pois bem, um sujeito desses merecia qualquer tipo de punição do Estado, seja pena de morte ou prisão perpétua, menos a punição vinda de bandidos. Explico!
Quando o "tribunal do crime" age no lugar do Estado, muita gente diz: "O que o Estado não faz, o crime faz." "Ou o crime é mais justo e mais eficaz que o Estado." "Ou ainda, o que é pior: a exaltação do crime organizado por parte de adolescentes e jovens."
Porque isso só alimenta e aumenta ainda mais, por exemplo, o bandido que mata para roubar o celular, o tráfico de drogas que destrói e mata inúmeras pessoas e famílias, a lavagem de dinheiro e, consequentemente, a sonegação de impostos, etc.
Ou seja, o tal do "tribunal do crime" de justo não tem nada, pois é o mesmo que causa terror em moradores que desobedecem suas ordens nas comunidades, que pega meninas de 12, 13 anos ou mais da comunidade para serem "mulheres" dos traficantes donos da boca, que promovem bailes funk por dias e dias, que matam policiais quando esses são reconhecidos, etc. Isto é, dizer que os caras fazem justiça porque matam um estuprador é tão bizarro, cruel e incoerente quanto aquilo que o desgraçado fez com a jovem estudante da USP.
Por isso, critique e cobre do Estado brasileiro por sua ineficiência, incompetência e lentidão em investigar e punir esses e outros casos, mas, em hipótese alguma, exalte o crime organizado. Esses caras são tão cruéis e bandidos quanto aqueles que foram e são punidos por eles.