A pobreza como bode expiatório

Quando fala-se em drogas um dos pensamentos que vem na discussão é a questão social, como se a pobreza, a miséria fosse a responsável pelas pessoas usarem drogas. Não podemos negar que esta questão social contribui em muito para seu inicio, mas é importante dizer que a classe média e alta também fazem uso e que muitos encontram-se totalmente dependentes de substancias químicas. É evidente que as conseqüências, os efeitos tem maior reflexo nas classe menos favorecidas, pois ela é mais vulnerável a exposição.
São também os destas classes sociais é que acabam sofrendo todas as conseqüências como a falta de uma assistência em programas de recuperação ( clinicas e comunidades terapêuticas), e também a programas de Redução de Danos.
Enfim, é esta classe social que recebe toda as formas de preconceitos e são atacadas como se fossem a ponta de um novelo e responsabilizadas por as mazelas sociais, jogando sobre ela toda responsabilidade de uma total inércia do Estado, a transformando em vitima em determinados momentos e réu noutros. Expondo sobre ela toda a culpa e responsabilidade do caos social, como se ela pôr si só fosse culpada das pessoas consumirem drogas.
Sabemos que muitos fatores são responsáveis para que uma pessoa tenha o primeiro contato com as drogas como a ociosidade, a auto afirmação, o complexo de inferioridade, de superioridade, o estilo de vida, a curiosidade, a falta de espiritualidade, os exemplos, o modismo, o preconceito, imitação enfim, uma gama de fatores que estão inserida em todas as camadas sociais, sendo assim, a drogadição não é privilegio dos pobres e não deve ser a eles creditados todas as afirmativas negativas, sendo usados como bode expiatório.
Não estou aqui afirmando que a questão da pobreza social, a desetrutura familiar ( é fundamental dizer, a desetrutura familiar esta também contida nas classes sociais mais elevadas), não seja também um fator que facilita o uso de drogas levando as pessoas a tornarem dependentes químicos é para estes que deve-se existir a intervenção do Estado. Primeiramente, promovendo a igualdade de oportunidades, a justiça social criando condições para que aqueles que são desprovidos de recurso financeiros possam ter supridas suas necessidades e dificuldade. A família por exemplo o Estado tem o dever de dar a ela condições necessárias de Educação, Saúde, Moradia, assistência a todos os membros familiares , não lhe sendo negado a eles tais direito. Oferecer a todos oportunidade de desenvolver-se e ter acesso a uma qualidade de vida possibilitando a liberdade de escolha, e que a drogadição não seja sinônimo de miséria.
A liberação das drogas, segundo meu ponto de vista não é a solução, devido a grandes conseqüências sociológicas que causaria na sociedade deste a corrupção, aos danos causados tanto os de ordem orgânica, quanto psíquico e social nos indivíduos que adquirem a doença da dependência e que tem uma progressão.
Embora muitos afirmam que a dependência não seja hereditário e acredito mesmo que não seja, uma fato é real, grande parte dos dependentes crônicos de álcool tem historia de álcool em sua arvore genealógica. Esta realidade deve ser um fator de estudo até mesmo para ter-se uma resposta mais clara no que se diz a pré disposição. Um estudo minucioso também deve se fazer em relação as drogas ilícitas, para analisar os efeitos que possam ser transferidos às gerações futuras. É fundamental uma equipe inter e multi disciplinar, para aí sim, posicionar ao futuro e então podermos discutir a legalização ou não.
Na área cientifica a dependência ainda é muito nebulosa, não existe uma definição, opinião consensual. Muitos conceitos considerados afirmativo para vários entendidos do assunto, para outros não passam apenas de linhas de pensamento. Na psicologia, como na psiquiatria há varias divergências no modo de tratamento. Todo este quadro de desencontros vai de encontro a não legalização.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 07/04/2005
Reeditado em 10/03/2006
Código do texto: T10219