OURO PRETO - UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO UNIVERSAL

Percorrer as íngremes e tortuosas ladeiras de Ouro Preto é como fazer uma regressão ao século XVIII, não somente pelo aspecto colonial das construções, mas principalmente pelos acontecimentos históricos protagonizados por diversos personagens que por ali passaram.

A fundação da cidade, anteriormente Vila Rica, antiga capital das Minas Gerais, data-se do final do século XVII, mais precisamente no ano de 1698, contudo a adoção do nome Ouro Preto ocorreu somente em 1823, ocasião em que a cidade resplandecia aos olhos da colônia e da corte portuguesa como uma verdadeira mina de ouro.

Além da exploração do minério pelos portugueses, Ouro Preto também contribuiu historicamente com os ideais de independência da nação do domínio lusitano. Embora a Inconfidência Mineira, um movimento de elite liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier não tenha atingido de imediato os objetivos propostos, serviu como um impulso para que o povo tomasse consciência da necessidade da independência do país. Tiradentes, um dos principais personagens da história do país, foi enforcado, mas sua contribuição será para sempre relembrada.

Ouro Preto orgulha-se também pela arquitetura, responsável por elevar a cidade ao invejado nível de Patrimônio Universal da Humanidade, e nesse aspecto outros personagens entram em cena para compor a história da cidade. Foi ali que nasceu e viveu Antônio Francisco Lisboa, o humilde filho de uma escrava africana com um mulato de mesmo nome. Aleijadinho, apelido herdado em virtude de uma doença que o atingiu aos 40 anos, é considerado o maior escultor do Barroco brasileiro, arte sacra e religiosa produzida na Europa entre os séculos XVII e XVIII, e que tem nas igrejas de Ouro Preto o maior exemplo das influências arquitetônicas européias. Ironicamente, o período que compreende os principais trabalhos de Aleijadinho é o posterior à sua enfermidade, fase em que expressa toda a dor e sofrimento através das obras. Embora falhe ao não registrar a data de seu nascimento, a história se redime ao fazer constar em seus arquivos a genialidade do artista, falecido em Ouro Preto em 1814.

Ouro Preto foi elevada à categoria de Patrimônio Nacional em 1933 e sua inscrição pela UNESCO como Patrimônio Universal data-se de 1980. Não é somente a arquitetura que deve ser preservada, mas também todos os fatos do passado que ali

parecem ser transportados dos livros de história para a atualidade. Ouro Preto apresenta uma característica fantástica e romântica de evasão no tempo, e só quem esteve ali é que consegue compreender esse sentimento.

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JDM

José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 07/02/2006
Reeditado em 04/10/2022
Código do texto: T108909
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