A ORIGEM DO RACISMO – PARTE II
 
 
Após o massacre na Tanzânia, a intolerâncial racial continuou a expandir-se. Pelo mundo afora, os povos indígenas eram exterminados por colonizadores brancos. Por volta da década de 1840, um cirurgião de Edimburgo,Roberto Knox, competente e respeitado no meio científico,  publica um livro denominado “ A Raça – Literatura, Ciência e Arte” disseminando por toda a Europa a idéia de que os tipos raciais nasceram para lutar e que as raças superiores iriam naturalmente eliminar as raças inferiores. 
 
Ele não era o único a pensar dessa maneira. Havia um sentimento de racismo crescente e abafado dentro das elites dominantes que, passaram a ter a voz de Knox para dar voz aos seus pensamentos. O raciocínio das elites vinha nos rastro de um sentimento religioso, porque descobrira-se que as raças subjugadas tinham os seus próprios conceitos de divindade e não se submetiam aos conceitos que lhes eram impostos pelos missionários cristãos.
 
Nos Estados Unidos da América, Samuel George Morton, um renomado médico craniologista, começou a buscar subsídios para as suas teorias medindo o crânio dos mortos. Baseado em um estudo de cadáveres a ciência da época, capitaneada por George Morton, começou a fixar as bases do que seria chamado Racismo Científico. Morton media os crânios de todas as raças consideradas inferiores com base no seguinte axioma: “quanto maior o crânio, maior o cérebro.”
 
Mas a voz que teria maior impacto sobre as raças, viria de uma das maiores mentes do século XIX: Charles Darwin e a sua consagrada Teoria das Espécies. Darwin defendia o conceito de que a evolução mudara as espécies e esse raciocínio foi o álibi para que imediatamente ele e os seus seguidores aplicassem essa mesma teoria aos seres humanos.
 
A pergunta era: “ se a evolução mudara as espécies por que não se faz o mesmo com os humanos?” Imediatamente, com essa proposição, três áreas da cultura social foram afetadas: a biologia, a religião e a sociologia.
 
As elites raciais dominantes passaram a alegar que a seleção natural explicava impecavelmente a situação global da grande raça britânica.
 
 Observando que existiam insetos acima de insetos, um vivendo à custa do outro, numa hierarquia de especialistas, Darwin foi além: ele disse que as pessoas são organismos expansivos da mesma espécie, e que seria totalmente lícito que os mais fortes dominassem e subjugassem os mais fracos, até o exterminio.
 
A leitura que pode ser feita a partir de então era esta: “ os ingleses são como outros organimos e se expandem pela terra porque são bons em se expandir.”
 
Portanto, a evolução de Darwin passou a sugerir que tinha que haver perdedores nesse processo. A corrente dos chamados “darwinistas sociais” deu um novo estímulo ao colonialismo e à concorrência entre humanos. 

Os crimes do Imperialismo pelo mundo afora começaram a se disseminar com uma velocidade inigualável para os padrões da época. Povos nativos da América do Norte, do Pacífico, e da África, viriam a ser subjugados como prova de que o darwinismo social estava certo. Os darwinistas sociais previam um futuro no qual essas raças seriam apenas peças empalhadas nos museus.
 
Na América do Norte, séculos de doenças e guerras devastaram os nativos; o mesmo acontecia com os povos no interior do continente australiano; situação idêntica estava ocorrendo na África dizimando também aquela nação.
 
Uma única voz solitária bramia contra essa poderosa corrente: os missionários evangélicos que continuavam tendo a Bíblia como o seu instrumento de guia e fé. Esses eram os únicos que defendiam a igualdade de todos os homens perante Deus. Mas, por causa da sua fé,  eram vistos como pessoas retrógadas que tinham falhado em aceitar o grande pensamento científico da época.
 
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* Fonte de consulta: Documentário produzido pela BBC – A Origem das Raças. 

*Imagem pesquisada no Google.- "Mauro Brilli - Desesperacion."
Ana Ribas
Enviado por Ana Ribas em 26/10/2008
Reeditado em 02/11/2008
Código do texto: T1249734
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