AVALIAÇÃO ESCOLAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

AVALIAÇÃO ESCOLAR: DESAFIOS e POSSIBILIDADES

(*) José dias de Oliveira

A avaliação escolar é, atualmente, um desafio para os profissionais da educação porque muitos educadores ainda não perceberam as mudanças significativas que há no sistema educacional. É diante dessas mudanças que podemos afirmar, com segurança, que o processo avaliativo é de suma importância para a aprendizagem dos alunos, uma vez que elas sejam observadas através dos dados relevantes da realidade da comunidade escolar. Neste caso, o tema central da avaliação deixa de girar em torno do aluno e da preocupação técnica de medir seu rendimento e passa a ser o centro das atenções que há em volta das condições em que é oferecido o ensino de formação do professor e de suas condições de trabalho, dos saberes diferenciados da cultura do aluno, do currículo, da cultura, da organização da escola e da postura de seus diretores que vêem somente a avaliação como somativa, ou seja, procurando empurrar o aluno para frente sem conhecimento prévio das disciplinas que são de caráter formativo do indivíduo, abandonando a avaliação diagnóstica, a formativa e as competências e habilidades que esse cidadão tem diante de um determinado conteúdo. É por este motivo que a avaliação dever ser um processo contínuo, que supõe permutas constantes entre o avaliador e o avaliado, tendo em vista a dependência do nível de ensino, ou seja, maior interação com as famílias dos educandos, como por exemplo, o caso das crianças menores e daqueles alunos adolescentes com desajustamento social e cultural.

Muitos professores não entenderam como devem ser feitas as avaliações de seus alunos, partindo para o extremismo da avaliação somativa, ou seja, o aluno só ganha pontos até pela atividade que faz, pelo visto nos cadernos, pelo o que ele também não fez, levando em consideração os pontos de comportamento que o aluno não tem, estimulando, com isso, a ele não estudar porque se ele não estudar também vai ser promovido para série seguinte, mesmo que tenha sido reprovado em alguma disciplina. É este modismo que os professores devem evitar, pois os alunos passam sem saber. E daí, de quem é a culpa? Do (a) diretor (a) da escola? Do professor (a)? Ninguém tem culpa, mas há aluno já até concluiu o Ensino Médio e faz vários concursos e não passa, por quê? Não há explicação para isso. Todos se omitem e lavam suas mãos, dizendo que são inocentes, mas, na verdade, não os são. É bom que se faça correções dessas besteiras e assumam o compromisso de exigir do aluno o que é de direito, chamando-o para a sua responsabilidade e chega e promover alunos nem ter conhecimento necessário para enfrentar a sociedade. Ou você não é responsável pela formação do indivíduo?

No presente momento, estamos atravessando dias difíceis em que os pais deixaram as questões concernentes ao ato de aprender somente por conta da “escola” e isto pesa sobre os ombros dos professores a árdua tarefa de ser educador, pai e psicólogo de seus filhos que, muitas vezes, se encontram desajustados socialmente e dentro da sala de aula. Neste sentido, o professor deve avaliar o processo histórico de cada aluno, levando em conta não apenas a dimensão cognitiva, mas a social, a afetiva de seus valores mutáveis que perpassam dentro de uma sociedade violenta e cruel. Contudo, os professores há que avaliar até mesmo a história de vida do aluno, bem como a de seus pais que se tornam muito complexo para entender a total desorganização dos pais quanto aos seus filhos. Mas diante desse quadro complexo, o (a) professor (a) há necessidade de buscar possibilidades de avaliar a qualidade de ensino a fim de que se faça recair a ênfase nas variações do processo ensino-aprendizagem que é, na verdade, uma tarefa difícil para formar esse indivíduo para que seja um cidadão de bem na sociedade.

Para dar conta disso, é preciso que os professores trabalhem dentro de uma perspectiva dialógica e dialética, voltada para a transformação desse indivíduo no plano pessoal, bem como no social. É por este motivo que é preciso enfrentar os desafios da problemática que se encontra na educação. De que maneira? Se os professores são mal pagos e não têm nenhum estímulo para ter uma capacitação pedagógica a fim de melhorar a qualidade de ensino de seus alunos.

É de suma importância observar o conhecimento prévio que cada aluno traz consigo, bem como as suas experiências. Nesta perspectiva, deve-se relevar o fato de que este conhecimento já adquirido facilita a aquisição de novo saber, sem esquecer que deve haver o respeito com a quantidade de novas informações a serem fornecidas diariamente. No eixo da aprendizagem, encontram-se três elementos fundamentais para adquirir o saber: qualidade, quantidade e tempo. Se há pouco tempo e opta-se pela qualidade, o resultado será baixa quantidade. Se a opção for pela quantidade, obter-se-á baixa qualidade. É uma escolha que deve ser feita mediante as condições existentes na programação escolar. Um bom planejamento deve prever essas condições para que se possam gerar maiores êxitos.

(*) José Dias de Oliveira é Professor de Língua Portuguesa e de Literatura, Poeta, atualmente encontra aposentado, mas desempenha suas funções na arte de escrever...

José Dias de Oliveira
Enviado por José Dias de Oliveira em 24/12/2008
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