PARIS - Série: Viagens


PARIS – Minhas impressões

Paris, a eterna cidade Luz, com o Sena rendilhando seu território, é realmente um espetáculo estarrecedor
Não quero fazer uma descrição de puro deslumbramento de uma caipira que vai a primeira vez a Paris, quero deixar realmente minhas impressões gerais.
Falar dos monumentos históricos, seria repetir a mesmice, quero falar de uma Paris em Agosto, bem diferente dos outros meses, já que os Parisienses estão de férias nesse período.
Sendo assim, apesar da horda de turistas que a invade, ela é calma. Não vi nenhuma situação de risco, andei pelas ruas de dia e à noite. Milagre, pois uma cidade cosmopolita, deve ter uma gama terrível de problemas, mas que não consegui perceber, nesse primeiro contato.
Paris, é uma cidade plana, com apenas alguns montes, isso não impede que a temperatura no inverno atinja -15ºC, e no verão temperaturas de 36ºC.E é nesse curto verão que o Parisiense se espalha pelos diversos jardins, boulevards, amplas avenidas, como a dos Campos Elíseos.
Esplanadas, cheias de bares, cafés, grande parte nas largas calçadas, deixam no ar um aroma adocicado. Flores são comuns em qualquer ruela ou avenida.
Descer o Rio Sena de barco à noite, é um espetáculo ímpar, não só pela iluminação feérica, mas pela história que nos conta suas margens. Edificações similares, com telhado de telhas de lousa, dão a cor acinzentada aos cumes dos Edifícios.
Um país que regozija-se de suas vitórias, e as enaltece em todos os lugares, seja no museu do Louvre, seja nos palácios de Versailhes, a maioria dos monumentos são em homenagem aos heróis de batalhas de outrora, a mim soa um pouco estranho, já que nós brasileiros, não fomos conquistadores, e nem tivemos colônias espalhadas pelo mundo.
As vitórias do passado, hoje, cobram um alto preço dos Parisienses. Como dominaram uma série de regiões, impondo a língua francesa, e como, a França de dez anos atrás, tinha problemas com a falta de densidade demográfica, um país envelhecido, abriu suas portas, aos países que antes estavam sob seu domínio, e muitos abandonaram seus lugares de origem para viver em França, principalmente Paris, se adaptam facilmente, pois falam a mesma língua. Povos mais simples, cujo índice de natalidade é muito superior ao do francês, se radicam em Paris e têm quatro ou cinco filhos, entram com o pedido de seguro ao Estado, e são sustentados pelo Estado Francês, o que gera um dispêndio financeiro muito grande aos cofres públicos, mais um filho, mais Euros…
Paris é uma cidade extremamente cara, para os padrões brasileiros, mas, segundo os próprios franceses, ela também é cara para eles.
É uma cidade com magnetismo, atrai os “ricos” de todas as partes do mundo, possui hotéis luxuosíssimos, as grifes famosas, tanto de roupa como de perfume, estão lá, lado a lado nas sofisticadas avenidas.
O sistema de transporte coletivo, através de trens e metrôs , funciona, pelo menos para o turista, ao chegar , compra-se uma cartela para uma semana, que é devidamente identificada , com nome , foto, com custo de trinta Euros, durante aquela semana, anda-se de trem ou metrô e suas conecções, sem ter que comprar mais nenhuma passagem, e quantas vezes quisermos. É passar a mão no mapa da cidade, levantar cedo, pegar o metro, descer em uma estação que tenha algo interessante por perto e percorrer muitos trechos a pé, pois a visão de quem caminha pelas ruas é outra, daquele que só avista do carro.
A cultura, bate-nos de todas as direções.Nas margens do Sena existem sebos com livros muito baratos (mesmo para os nossos padrões), livrarias numa mesma avenida, são incontáveis. Nos trens, nos metros, nos jardins, está lá o sujeito com seu livro na mão a ler.
Um dos raros montes de Paris possui uma Igreja belíssima chamada Sacré Coeur, onde nos fins de tarde e principalmente a noite, concentram-se povo e artistas, os quais pintam caricaturas, retratos ao vivo, com a praça rodeada de cafés, restaurantes,
Várias óperas, a Ópera de Paris, é mais antiga, linda e suntuosa, mas o Parisiense vai a ópera agora em endereço novo, a Ópera da Bastilha, bem em frente ao monumento aos mortos e a liberdade, dos que fizeram parte daquela insurreição, contra o julgo estabelecido, na Place de la Bastille. É um edifício cinza, todo em vidro , imponente , mas não suntuoso.
A nova Biblioteca Francoais Mitterrand é um complexo interessantíssimo, formado por um conjunto de prédios em L, do meio deles , tem-se a impressão que se está dentro de um cubo. Calculo que para conhecer toda a biblioteca, teria que ter uma semana disponível
Outra coisa interessante, existem muitas ciclovias e o Parisiense as usa, levam suas bicicletas e seus bichinhos de estimação: os cães, e saem a passear… Mais uma, há banheiros públicos espalhados por toda a cidade, e com uma moeda de meio euro poderá ser usado, têm água para lavar as mãos e a limpeza automática é imediata, tão logo o usuário deixe o recinto!!!
Agora maldosamente, uma curiosidade curiosa…a mais velha profissão do mundo , em Paris , é praticada em traillers, estacionados ao longo das vias que não distam muito do centro, e funciona com lampiões interiores, se estiver aceso sua dona está “em serviço”, se a luz estiver apagada, ela está disponível…”profissão “ totalmente autônoma, sem cafetões ou coisa que o valha por trás. A Polícia circula por essas avenidas, e ninguém perturba os pombinhos…, mas não pense que são dez ou quinze num mesmo lugar, são centenas…com as luzinhas acesas….cheguei a desconfiar que por isso era chamada de Cidade Luz…….

Teria muito a contar, mas ficaria muito longo e cansativo, só posso dizer, que quem tiver oportunidade vá, é uma bela cidade, e muito rica culturalmente.



E para terminar um poema de Leila Luna:

PARIS JE T’AIME

Paris histórica
Paris boémia
Paris elegante
Paris gourmet

Paris deslumbrante
Paris rica
Paris pobre
Paris cinza e
colorida…

Paris artística
Cidade Luz!!!
Paris glamourosa,
sedutora,
irresistível
mágica
romântica…

Paris de ontem
Paris brava
Paris forte
Paris de sempre…

enigmática
soberba
eterna!!
Mestra das artes,
das danças, dos aromas,
dos sabores, da beleza,
do amor…
O mundo curva-se a seus pés
como um servo e você,
altiva passa um rastro
de luz…
Paris Je T’aime!


Malubarni - Paris- 14/08/2004