Augusta Schimidt

“O futuro não nos pertence ainda, embora nossas ações sejam determinantes para a sua construção.”
A.S

Sempre que pensamos num mundo melhor, acreditamos que vamos colher os frutos cujas sementes plantamos ao longo da vida.
Por vezes nos deparamos com situações que melhor seria desaprendermos, ou seja: que o dinheiro é fundamental, que um grande posto na carreira significa sucesso e que mudar a forma de pensar é crucial. Para tais situações o pensar não basta, requerem uma ação verdadeira. Uma mudança efetiva.

O Brasil é ainda um país criança, por isso acredito que ainda existam chances, mas é preciso para isso que se criem laços, compromissos e para que haja uma transformação, há que se cuidar da educação.
Há pouco mais de 500 anos, quando os portugueses aqui chegaram, encantaram-se com as belezas naturais, com as palmeiras, os coqueirais.
E no regresso às suas terras, carregavam os porões das caravelas com espécies vegetais e animais que acreditavam ter importância ao homem e a sua sobrevivência.
Foi assim que começaram a se criar as leis e a tutelar determinados bens, surgindo então a obrigação ao respeito. Conclui-se assim que as leis são normas valoradas e criadas por representantes da sociedade e refletem o corpo social que jamais compreendeu que o valor da vida não se relativiza pela forma do corpo que habita.

Como bem disse Drummond de Andrade, “as leis não bastam, os lírios não nascem das leis”.

O Brasil está crescendo e com ele as urgências. Homens concretos vivem e morrem sem opções. As promessas são muitas e grandes as frustrações. Perguntas sem respostas, conquistas e desconquistas, verde descolorido e um povo sentido. Jovens que convivem com o conformismo e a indiferença e o desmoronamento de seus sonhos.
Ser jovem hoje em dia, se caracteriza conforme o contexto histórico no qual está inserido, pois sua formação é definida e concretizada a partir do que se espera de uma categoria social. As sociedades dinâmicas utilizam as potencialidades da juventude para produzir transformações positivas. No entanto, essa potencialidade só se transforma em função social quando há um processo de integração desses agentes revitalizadores.
Uma analise histórica das políticas sociais do Brasil mostra que seu caráter fragmentário marginaliza os jovens na rede de proteção social. Quando se olha para a conjuntura atual, crise social, falta de políticas sociais básicas, desemprego, violência, entende-se o porquê dos jovens dos anos 2000 projetarem seu futuro na ótica do risco. As etapas naturais percorridas para chegar à condição de adultos estão sendo dificultadas. Vivemos hoje na fase do encurtamento da idade infanto-juvenil que se configura um fator importante da crise social.
Em virtude das dificuldades financeiras, os jovens são obrigados a manter a dependência dos pais ou se aventurar aos negócios ilícitos. Considerando também que a escola publica está muito longe de alcançar seus objetivos formativos, os jovens das famílias desestruturadas acabam, na maioria das vezes, movimentando-se em direção ao crime.
Diante disso, faz-se necessário uma nova estrutura de formação e inclusão do jovem na sociedade.

Augusta Schimidt
Enviado por Augusta Schimidt em 02/02/2009
Código do texto: T1418613
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