SOUTH PARK - DESENHO PROVOCA INDIGNAÇÃO

Com traço minimalista e histórias escrachadas que beiram o mau gosto, o desenho South Park tem feito sucesso entre adultos e adolescentes

Não são apenas as caricaturas de Maomé que têm gerado polêmica ultimamente. Famoso por mexer em assuntos espinhosos, o desenho de humor negro South Park abusou e deixou os católicos furiosos. Um dos episódios recentes da série, batizado sugestivamente de Bloody Mary (Maria sangrenta), mostrou uma estátua da mãe de Cristo menstruando e respingando sangue no rosto do papa. Foi o suficiente para provocar as lideranças católicas em todo o mundo. Na Nova Zelândia, por exemplo, os bispos convocaram os fiéis do país para um boicote aos canais de televisão que exibem o desenho.

Não é a primeira vez que South Park – nome de uma cidade fictícia do Colorado (Estados Unidos), onde há somente um dia de sol por ano – causa confusão. O desenho já brincou com a vida sexual do astro Tom Cruise e costuma retratar com irreverência tanto Jesus quanto o diabo. Um dos episódios mostra Cristo brigando até a morte com o Papai Noel pelo verdadeiro sentido do Natal.

“Mostrar o quanto ficamos ofendidos pode fazer com que eles parem e considerem que a liberdade de imprensa não é uma licença para incitar intolerância ou para promover o ódio ou o escárnio de religiões, raças ou gênero”, diz um trecho da carta divulgada pelas lideranças católicas. Não se sabe até que ponto a campanha terá sucesso. Bloody Mary bateu recordes de audiência e fez com que o diretor da TV Works, que exibiu o episódio, desse uma resposta seca às ameaças: “Se os católicos se sentem ofendidos, é melhor não assistirem”.

Criado há dez anos pelos cartunistas americanos Matt Stone e Trey Parker, South Park vai na contramão numa época em que a correção política tem dado as cartas na sociedade. Pior: segundo alguns críticos, chega a ser doentio e depravado com sua irreverência e linguagem coloquial, usadas como artifício para atrair o público adolescente. Por aqui, o desenho é exibido pelo canal pago Multishow.

Fonte: Revista Eclésia - Edição 115

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JDM