QUE BRASIL É ESSE?

Todos, como eu, estão cansados de tanto ouvir falar em violência, em governo, em Lula, mensalão, cuecão, Delúbio, Valério, CPI, impunidade, deslealdade e, desculpe, sacanagem.
Tenho uma voz interior que não quer calar e não pode calar.
Se eu me calar terei uma síncope, pois o Brasil está em silêncio. Tenho vergonha de me dizer brasileira e de ver que a sociedade está quieta. Penso que "quem cala consente" e por isso eu quero que minha voz ecoe como protesto e como forma de dizer NÃO a toda essa porcaria que ai está.
Cuecas que guardam dólares, jatinho milionário do Sr. Presidente que só sabe dizer: Não sei, não vi, não sou responsável! Greve de fome de ladrão, o retorno de Maluf à canditadura...Idiotas! Eles ou todos nós?
Nasci em 1960... Quatro anos depois, a ditadura foi a vitrine do Brasil. Eu, como todas as crianças, apesar de estar vivendo naquele período triste e lamentável da história do país, não participei e quase não sabia de nada. Eu só sabia que os estudantes brigavam com as autoridades, mas o motivo era desconhecido. Sabia que comunistas comiam crianças e que os militares eram os únicos que recebiam aumento de salário. Ser militar era a glória.
Quando tinha uns oito anos, lembro que vi confrontos de civis com militares, bombas de gás lacrimogêneo sendo lançadas, a cavalaria passando por cima de pessoas, enfim, vi a repressão e nada entendia.
Cresci, estudei e na escola tudo era escondido, era um silêncio profundo. Estudávamos OSPB (Organização Social e Política do Brasil), onde aprendíamos quem era o líder do país e qual era o papel do povo. Geisel, Médice, Figueiredo... UFA!
Vivíamos pobremente, sem emoções, com o movimento da jovem guarda que era a única "irreverência" maior. E, diga-e de passagem, eu, ainda muito jovem, estava preocupada com muitas coisas, menos com a política do Brasil.
Cantava com o Caetano Alegria, Alegria e Cavalheiro da Esperança dom o Taiguara.
Em 1978 soube da existência da UNE e participei. Me engajei em movimentos políticos e comecei a conhecer os bastidores da Ditadura. Aliás, conheci por ouvir falar e não por participar, já que o silêncio era a arma de todos que desejavam mudanças.
Em 1982, porém, houve a anistia política e eu acompanhei atentamente as reportagens e todo o movimento. Me apaixonei por tudo que ouvia e pelo que lia a respeito.
Venceu a anistia política e os exilados retornaram aos poucos à nossa nação. Em 1984 se deu as "Diretas Já". Elegemos nosso primeiro presidente após longos anos de recesso e começou a parafernália a se apresentar mais fortemente. Começamos a descobrir a essência da política brasileira e dos seus representantes.
Todos aqueles que lutaram por um país livre estavam lutando por formas mais adequadas de enriquecimento ilícito. Acho que todos queriam o poder para roubarem melhor. QUE VERGONHA! CHORO POR ISSO!
Choro pelo pobre deseducado, pelo rico esperançoso e honesto, pela criança desamparada, pelas mães que vivem nas ruas, pelos velhos que não tem família e estão abandonados com suas aposentadorias e necessitando do auxílio do SUS. Que tristeza! SUS deveria ser chamado de SISTEMA ÚNICO DA SAFADEZA. O pior de tudo isso é ouvir aquele senhor barbudo dizer que tudo está melhor no país, principalmente a saúde. Acho que este homem deveria ganhar o prêmio Nobel do Cinismo para não dizer outra coisa, porque ele me dá náuseas.
E sabem o que mais? Não sou hipócrita e, graças a Deus, nunca votei no partido corruPTo...nunca votei nesses PTs. Entendam como quiserem e da maneira que melhor lhes aprouver;
Estamos à frente de uma guerra no país onde o que prevalece é a DESONRA, A DESLEALDADE, o ENFRAQUECIMENTO DO PODER PÚBLICO, O AUMENTO DA VIOLÊNCIA, DA IMPUNIDADE, DA SAFADEZA. Constatamos que nosso Legislativo é fraquíssimo e que a nossa Constituição não se coaduna com o sistema penal caduco ao qual estamos submetidos. Nosso código penal é de 1940 e até hoje sobrevivemos com os "remendos" que a lei nos oferece. Não chamo Emendas e sim REMENDOS.
Guerra! São Paulo vive uma guerra e todos nós somos irmãos brasileiros, solidários a este povo que ajuda o país a crescer e aos políticos a roubarem melhor, porque representam a maior parte da riqueza do pais. Então, quem gosta de dinheiro?
Somos solidários as viúvas dos policiais e do Bombeiro... Dos civis que morreram inocentemente e daqueles homens que saem de manhã e não sabem se retornam a noite. São nossos irmãos brasileiros, vítimas da barbárie política.
Será que isso é outro jogo de fumaça para esconder a CPI ou foi a mando de alguém que quer desorientar o povo, fazendo-o esquecer da fraude, da greve de fome, enfim...
Os Deuses da ética escolheram, infelizmente, essa maneira terrível, de sangue e dor, para nos mostrar que devemos dar um basta nisso tudo. CHEGA MINHA GENTE, CHEGA!!!
Meu discurso gira em torno dos excludentes e saibam: Os brasileiros, fora os políticos, são todos excluídos, pois desde o menor até o maior sobrevivem em meio a deficiências. Falta, fundamentalmente, razão para continuarmos nessa terra.
Quero chamar a atenção de todos para as eleições. Nossa arma é o nosso voto, então neguemos nossa presença às urnas. Somos cidadãos de bem e desejamos que apareçam pessoas de bem para nos representar. Todos que aí estão fazem parte do rodízio vergonhoso de pizzas que há muito assola o nosso país. NÃO COMPAREÇAM ÀS URNAS!
Do mesmo jeito que eu lutei por um país livre, por um Brasil digno e por igualdade social, hoje luto, não para o voto direto, mas para o nosso direito e dever de demonstrar nossa vontade.
Estudo Direito e quando reclamo do governo na sala de aula, sinto os olhares reprovadores dos jovens de 19, 20 anos que estudam comigo e me causam constrangimento. Eu já tenho 46, né? O que fazer diante de jovens que torcem o nariz para aqueles que, como eu e todos de minha geração, reclamam atitudes?
Antes meu coração era VERDE por amar as terras/matas do Brasil e AMARELO por amor ao brilho, ao ouro e as nossas riquezas que, humildemente se estendia à beleza de nosso povo. Hoje, infelizmente, meu coração continua VERDE e AMARELO, porém, VERDE DE RAIVA AMARELO DE MEDO.

Brasil, iluminai os terreiros que nós queremos PAZ!