A ESCRAVIDÃO NEGRA E O POVO BRASILEIRO

Este texto está sendo escrito a "duas mentes".Esta primeira parte (uma visão exotérica) tem a autoria do Dr. Romeu de Oliveira Lopes, advogado, escritor e professor. A segunda parte – visão esotérica – é deste autor:

A base de informação, desta parte, é um artigo de autoria de Alcides Moreira da Gama, publicado na revista "Prática Jurídica",nº 48, de 31-3-2006.

De quem foi a negra idéia da escravidão no Brasil? Que mente obnubilada pensou, primeiro, em trazer nossos irmãos lá da África?

Por incrível que pareça, essa idéia escura surgiu na cabeça de um padre – Manoel da Nóbrega. E, mais incrível ainda, essa atitude teve confirmação no Evangelho:"Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor." (Epístola de Paulo aos Colossenses, 3, 22).

"Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom ou cordato, mas também ao perverso." (Epístola de Pedro, 2, 18).

Por que o Pe. Manuel da Nóbrega teve essa idéia? O motivo foi este: Ele era defensor ferrenho dos índios. Sua pretensão era transformá-los em cristãos, através da conscientização e do batismo. Só assim o índio poderia ser considerado "filho de Deus", segundo a doutrina da Igreja Católica.

Na visão daquele sacerdote, trazendo o negro da África, escravizando-o, estaria livrando o índio. Não estaria o padre "vestindo um santo e despindo outro?"

O negro, por acaso, não era filho, também, de Deus? Tudo o que existe não é criação divina?

Disse Nóbrega: "Mande dar alguns escravos de Guiné à Casa para fazerem mantimentos, porque a terra é tão fértil que facilmente se manterão e vestirão muitos meninos, se tiverem alguns escravos que façam roças de mantimentos e algodoais..."(Cartas do Brasil, V. 1).

A tendência da escravidão já estava na cabeça dos administradores portugueses, como é de se ver por esta determinação ínsita numa Carta de Sesmaria, datada de 13/3/1533, em que Martim Afonso de Sousa delegava autoridade a Pero de Goes: "E por esta dou licença a Pero de Goes que possa mandar nos próprios navios que a este porto vierem de El-Rey Nosso Senhor dezessete peças de escravos, porquanto ele cá muito bem serve..."

Estava aí inaugurada a atitude mais sórdida de uma parte da humanidade ocidental, qual seja a subjugação total de um povo, o africano. Esse domínio execrando do negro foi o máximo de barbárie, pois o que fizeram com nossos irmãos de África foi algo atroz, diria mesmo, imperdoável.

Foi o negro que rasgou a terra, lavrou-a, cavou fundos buracos em busca de ouro, derrubou matas e cultivou a cana-de-açúcar, trabalhou duríssimo nos engenhos, plantou e colheu algodão, laborou nas lavouras de café e ombreava volumes enormes de cereais e pesadíssimas toras para serem rasgadas e transformadas em tábuas, lavrou e carregou enormes mourões em seus fortes ombros e, enfim, foi defender o Brasil contra o povo paraguaio.

Meu irmão negro, de minha parte, eu lhe peço perdão pela penúria a que foi submetido, porque, no dizer de Raul Bopp, "A tua primeira inscrição em baixo relevo foi uma chicotada no lombo".

A seguir, a segunda parte, sob a ótica esotérica, de autoria deste autor.

A ESCRAVIDÃO – UMA DETERMINAÇÃO DA LEI

Se analisarmos a escravidão somente sob o aspecto humano, ela se torna uma das mais detestáveis atitudes humanas de nossa recente história.

Mas, analisando-a como necessidade da LEI, na formação de uma nova raça, valendo-se para isso dos elementos das outras raças que já haviam no passado dominado o orbe terrestre, a escravidão que houve no Brasil foi apenas um fato, uma necessidade que não poderia ter deixado de ocorrer.

A LEI, em cada fim de ciclo, cria novos parâmetros e experimentos e até mesmo novos ramos raciais, onde vicejem elementos novos, com a fusão ou amálgama de todos elementos que já existiram anteriormente.

Com o "descobrimento" do Brasil, fato que já constava do plano evolucional da Terra, fazia-se necessário que os três elementos, que haviam surgido anteriormente, fossem fundidos para que viesse surgir, no mundo novo, o protótipo do homem do futuro.

A raça negra, como remanescente da Lemúria, devido a seu atraso cultural, jamais se deslocaria e viria ao Brasil ou a outros países fazer parte do grandioso projeto, razão pela qual a LEI, que é sábia, enquanto queima o carma coletivo da raça, serve-se da mesma para seus propósitos.

Alguém pode imaginar o negro no Brasil, por livre e espontânea vontade ?

Os remanescentes dos Atlantes já se encontravam no local, esperando apenas a oportunidade que se concretizaria com o aparecimento da raça branca ou Ariana no Continente Americano.

Com a fusão das três raças e outros ramos raciais que haviam surgido destas, o Brasil passou a ser palco da maior experiência cultural e racial de todas as épocas.

Hoje nossa riqueza cultural, gastronômica e nossa própria capacidade de adaptação são conseqüência deste amálgama de sangue e cores. A mistura torna o povo mais sábio, mais forte e até nossa índole e alma são resultado do sucesso deste grande projeto, mas que é desconhecido pela maioria dos homens que apenas vêem com os olhos físicos.

Diante destes fatos, temos que agradecer a oportunidade que nos foi dada e aos primeiros negros que aqui chegaram para fazer parte deste grande projeto de formação de uma nova nação com um novo ramo racial, síntese de todas as experiências do passado. Somos, portanto, o início deste grande projeto que já deu certo. O resultado já se apresenta sob diversas formas e o projeto da lei se consolida, firmando nas terras brasileiras o início de uma nova raça e um novo estado de consciência.

13/05/06

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 03/06/2006
Reeditado em 03/06/2006
Código do texto: T168819