"Susane Richthofen e o Regime Semi-Aberto" = Justiça brasileira=

Até algum tempo atrás eu ficava sinceramente indignado ao pensar que Susane Ritchofen poderia ser solta a qualquer momento graças ao trabalho de seu bem pago advogado. Não fico mais. Pouco me importa que ela saia da cadeia ou que fique lá até seus últimos dias de vida, visto que, pensando bem, ela já está condenada a uma pena perpétua pelo crime que cometeu. Terá que carregar pelo resto de sua vida o peso de duas vidas que tirou. Justamente das duas pessoas que lhe deram a vida e a sobrevivência.

Por mais amoral e insensível que ela seja, e sempre demonstrou ser, duvido que sentirá, por um dia um sequer, a genuína felicidade. Uma felicidade que não seja aquela falsa, forçada, induzida, obtida com o auxílio de agentes externos, tais como drogas ou bebidas. Ou seja, uma felicidade que não vale nada e não merece tal nome.

Será sempre apontada, mesmo que mudamente, como “aquela assassina”, “a moça que matou os pais”, “o monstro com cara de boazinha”, “a bandida que ficou pouco tempo na cadeia”.

Caso venha a se casar e a procriar – o que não duvido que venha a acontecer, já que existe muita gente capaz de qualquer ato temerário para aparecer na mídia- seus filhos serão os filhos da assassina, da criminosa, da moça insensível que matou os pais por dinheiro e ficou tão conhecida nacionalmente que seu nome dificilmente será esquecido. Serão uns pobres coitados mesmo que ela consiga beneficiar-se da herança paterna apesar do que fez (o que também não me causaria espanto.)

Sete anos de cadeia devem ter feito muito bem a Susane Ritchofen. Ela deverá sair de lá mais escolada, mais malandra, mais curtida, mais vivida, mais sabida, mais endurecida pelo que passou. O irmão que se cuide. E que se cuide bem. Bem longe dela, de preferência.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 24/07/2009
Código do texto: T1717462
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