O MENINO VIROU PRESIDENTE E SE CALOU...

O bom menino

Humilde homem do agreste

Sonhador acreditou no destino

Partiu da terra natal com fé

Aportou em São Paulo sozinho.

Nas lutas virou metalúrgico

Guerreiro nas portas das fabricas

Do ABC paulista fez jus

No grito forte saindo da alma

Construiu sonhos profundos

Na vida do trabalhador abandonado.

Sobreviveu ao regime militar

Venceu as elites engravatadas

As oligarquias do mal

Convenceu com sua garra

Que todos deviam sonhar.

Igualdade, igualdade e igualdade!

Foram seus cânticos de outrora

Defendendo as questões sociais

Enfrentando sem medo a morte

No embate das ruas agitadas.

O menino cresce nos anos

Livrou-se dos sertões e da pobreza

Tornou-se torneiro mecânico

Sindicalista contra a realeza

Hercules na luta insana.

Entrou na carruagem política

Lutou contra os maiores gladiadores

Derrotado foi três vezes seguiu firme

Em 2002 venceu os grandes senhores

Transformando o sonho em vida.

O Brasil se vestiu de vermelho

Eleito gritou: O sonho venceu o medo.

Milhões de seres seguiram a estrela

Inflamados pelo intenso desejo

Do governo igualitário do PT.

O mundo se curva ao novo

O menino agora é homem feito

Presidindo a nação com força

Transpira esperança e certeza

De governar com lealdade e vigor

Combatendo sempre a pobreza.

Primeiro mandato logo as decepções

Os assalariados das fabricas seguem sem nada

As negociações têm de ser feita com os patrões

Os aumentos reais ficam estagnados

A corrupção emporcalha o brio da nação

Os políticos de Senadores a Deputados.

Esconde-se nos bastidores da contravenção

São escândalos do mensalão

Irregularidades na bolsa família

Escândalos do Leão & Leão

Escândalos dos Vampiros

Usinas Itaipu, Furnas,

Caso Mauricio Marinho

Escândalos da quebra do sitio do painel

Caso Cássio Caseb, Waldomiro Diniz.

Dólares na cueca, Operação sétimo céu.

E milhares de outros nos jornais escritos.

Segundo mandato e lá vai a corrupção

Corroendo os sentimentos do povo

Unindo o menino as corporações

De banqueiros capitalistas afoitos

Em crê que tudo segue as lições

Do passado lagrimoso das noites.

O senado vira caso de policia

Atos secretos, secretos atos,

Em prol dos parentes e família

Estoura e o menino cala

Deixando no tempo esquecido

As promessas de austeridade

De justiça em favor dos excluídos

Do combate a corrupção maldita.

Vergonha! Só isso resta a sua imagem,

De menino presidente na historia

Que se vai como vai a nossa alma

No tempo se diluindo e sem gloria.

O menino gostou da maldição

De ver os corruptos com suas vozes

Negando a roubalheira diante da nação

Tácita, abismada enojada como agora.

Luiz Gonzaga Bezerra