Resiliência!

O termo Resiliência concebo-o como algo que vem permear a panfletagem pedagógica e conturbar cada vez mais a mente tão confusa do nosso professorado no mundo da pedagogia utópica brasileira.

A concepção teórica de conceituar pessoas, comunidades e instituições como resilientes (capacidade não só de resistir às adversidades, mas de utilizá-las em seus processos de desenvolvimento pessoal e crescimento social), ou não. Seria mais viável conceitua-la dentro da teoria do darwinismo, a evolução das espécies que através do processo de mutação prevalece a lei da sobrevivência. Pois o termo resiliência originário da física, bastante utilizado pela engenharia, que atribui propriedades a um sistema, sem vida, de retornar a forma original após ter sido submetido a uma deformação, não poderia ser aplicado ao ser humano, já que este é fundamentalmente um ser sociável, produto do meio.

Quando do enquadramento do sistema educacional brasileiro dento da teoria da Resiliência acredito que este é essencialmente resiliente, pois as condições adversas a que vêm sendo submetido no decorrer de sua existência, por conta dos mandos e desmandos daqueles que o administra, este teima em existir, e algumas vezes retorna a vida feito fênix, renascendo das cinzas, e sempre um pouco melhor do que era.

Celso Antunes propõe em seu livro “RESILIÊNCIA - A construção de uma nova pedagogia para uma escola pública de qualidade – O tipo de escola ali proposta seria possível construí-la, deste que quando de sua instalação esta fosse encarada como os empresários encaram ao instalar uma empresa, estabelecem uma missão a ser cumprida, traçam um planejamento para que este objetivo seja atingido, instala-a topologicamente correto, contratam administradores que tenham compromisso com o sucesso daquilo que fazem, mantêm política de qualificação funcional, mantêm um canal constante de Feedback (retro alimentação) com o público alvo de sua missão o que permite-lhe através do processo avaliativo o redirecimento para que esteja sempre no rumo certo, concebe conceitualmente de que a única coisa eterna no mundo é a mudança, e se não se preparar para esta através do processo de mutação/adaptação, estará fadado ao insucesso, a falência e ao seu desaparecimento.

Enquanto os sonhos não se realizem no cenário educacional brasileiro, contamos com a nossa realidade que é feita de professores resilientes e heróis que diante de condições adversas como baixo salário; falta de reconhecimento de sua importância social, conseguem sobreviver com os seus e ainda levar conhecimentos aqueles que tanto precisam.

Ielton Mendes
Enviado por Ielton Mendes em 18/06/2006
Reeditado em 18/06/2006
Código do texto: T177690