OS CORREIOS FUNCIONAM?

Uma notícia oficiosa de que os correios estariam cancelando o serviço SEDEX no Amazonas não me deixou surpreso. Uma empresa como os Correios, que tem prestígio internacional nunca mostrou eficiência no estado do Amazonas. Muitos diriam que é por conta da distância, do preço do transporte aéreo etc. Porém, na nossa leitura, não é isso que acontece. Se os Correios de fato irão cancelar este serviço, é porque tropeçam na própria incapacidade de resolver problemas triviais. No Amazonas – Manaus principalmente – nunca conseguiram mostrar a eficiência que lhe rendeu prêmios internacionais.

O serviço SEDEX, ao contrário do que parece, não tem sua ineficiência na distância. Um pacote vem de qualquer parte do país até Manaus em menos de 48 horas. O problema acontece com a distribuição interna. Se você mandar uma carta para seu vizinho do lado, corre o risco de que esta demore 15 dias até chegar a ele. Isso em épocas normais, porque estamos em fevereiro e ainda estão chegando correspondências expedidas no ano passado.

A recíproca não é verdadeira. Tenho expedido livros para outras capitais e mesmo cidades interioranas que tem chegado numa semana ou até menos. Vejam que sempre optei pelas taxas mais baratas. Por que a correspondência interna encalha? Onde ela encalha?

Passei por uma experiência constrangedora com o chamado SEDEX A COBRAR. Este serviço é usado quando se faz uma compra de um volume despachável pelos Correios, normalmente pago com antecipação. Como o remetente não sabe o valor que o despacho vai custar, ele o faz para pagamento no destino. Quando o volume chega, os Correios avisam e o destinatário vai até um determinado endereço, paga as taxas e retira sua encomenda. Um serviço justo, na teoria.

Participei, juntamente com outros autores, da edição de um livro. Paguei uma taxa que me daria direito a alguns volumes. Depois dos livros impressos a pessoa responsável enviou os livros por SEDEX A COBRAR. Recebi o aviso exatos 16 dias após a encomenda ter chegado a Manaus. Com o aviso em mãos dirigi-me ao endereço indicado para retirar a encomenda. Ela tinha sido devolvida por quem ninguém a procurou.

Entrei em contato com a pessoa remetente pedindo-lhe que ela levasse minha reclamação aos Correios e exigisse a remessa sem cobrança adicional. Ela respondeu que os Correios não aceitavam isso, uma vez que a culpe seria minha porque eu não tinha ido retirar a encomenda. Depois de andar por um setor e outro cheguei num endereço no bairro da Compensa onde o encarregado me falou que isso era muito comum. Que tinha mais de 20 situações dessas por mês. O que fazer? Procurar o departamento jurídico dos Correios na rua Pará, esquina com Djalma Batista.

De lá queriam que eu entrasse em contato com o remetente para acertar uma nova remessa. Respondi que a pessoa não acreditava em mim, que ela estava com meu dinheiro e mercadoria, respaldada pela falha dos Correios, que não tinha nem interesse em me atender. Que, se não resolvessem, iria ao Ministério Público, porque tudo isso estava me custando tempo, dinheiro e constrangimento.

Foi ai que planejaram uma maneira de enganar o sistema interno para que eu não precisasse pagar duas vezes pela remessa. Foram buscar a encomenda na casa do remetente, enviaram e no mesmo dia comunicaram por email o número do despacho. Fui ao mesmo endereço, paguei e retirei a mercadoria. O aviso chegou uma semana depois. Se dependesse desse, iria voltar mais uma vez.

Se a notícia é verdadeira e o serviço SEDEX vai acabar, não culpem a ninguém. Melhor seria acabar com a incompetência interna em vez de um serviço.

Luiz Lauschner – Escritor e empresário

www.luizlauschner,prosaeverso.net

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 21/02/2010
Código do texto: T2100202
Classificação de conteúdo: seguro