Hoje é dia
02 de Abril
(Por Gilson Rabello)
 
Presidente também
era bom de sonetos
 
     Chefe do governo, Getúlio Vargas trocava durante os meses do verão carioca, o Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, pelo Palácio do Rio Negro, que fica em Petrópolis, no alto da serra.
     Certa noite, após o jantar, ele atravessou os jardins e acabou na Avenida Keller que dava frente para o palácio quando viu caminhando em sua direção, uma moça que ao identificá-lo, parou de andar. Charuto na mão, Gegê olhou para a jovem e falou:
     _ A senhorita se parece muito com um amigo meu.
     _Eu sou filha do Aprígio dos Anjos.
     _Ora, ora, o Aprígio já tem uma filha moça e bonita. Peça para que ele me envie um dos seus sonetos de sua lavra.
     
No dia seguinte, Aprígio deixou um envelope na portaria do palácio com um poema em que pedia uma colocação para um sobrinho:
Recebi, presidente o seu recado/
demonstração de afeto e de carinho
Aqui vai, como pede, o sonetinho (...)
Nesta vida, o que vale é ter padrinho
Quem o tiver, ressona descuidado/
Por não tê-lo, jamais fui deputado:
_Dr. Getúlio, empregue o meu sobrinho
Nomeie-o promotor, como ele aspira
Que eu ficarei tangendo a minha lira
Cheia de sustenidos e bemóis
Dar meu cobre a este moço é desaforo
É melhor que ele mame no tesouro
que é o velho coronel de todos nós.
Um sorriso foi a reação do presidente ao ler o pedido do amigo e no próprio papel do soneto lavrou o seguinte despacho:
Como o poeta tem graça,
que a nomeação se faça.
 
     Fonte:
 
Coletivo
Seu jornal em movimento
Brasília-DF, sexta-feira, 2 de abril de 2010 :: ANO IX Nº 2.507 – “passatempo - página 14” - www.jornalcoletivo.com.br
 
José Aprígio da Silva
“Lorde dos Acrósticos”
Água Lindas de Goiás/GO
Sexta-feira, 02 de abril de 2010 – 21h01.
JOSÉ APRÍGIO DA SILVA
Enviado por JOSÉ APRÍGIO DA SILVA em 02/04/2010
Reeditado em 02/04/2010
Código do texto: T2173860
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