A história dos anjos.

Os anjos são espíritos incorpóreos e imortais que possuem conhecimentos e poderes limitados. As religiões baseadas na Bíblia --judaísmo, cristianismo e islamismo-- crêem que Deus os teria criado para adorá-lo. No entanto, nem todos os anjos agiram angelicalmente. Alguns, liderados por Satanás, se rebelaram contra uma vida de submissão e foram expulsos do céu. Esses anjos maus foram mandados para o inferno, e são conhecidos como demônios.

Nem todos os anjos nascem iguais. Do posto mais alto para o mais baixo a hierarquia celestial possui os serafins, querubins e tronos; dominações, virtudes e potestades; principados, arcanjos e anjos. Os anjos têm funções distintas. Alguns não fazem nada além de adorar a seu Senhor. Outros são enviados para entregar recados a criaturas da terra. Alguns são enviados como protetores dos terrestres. Outros, ainda, são enviados para combater demônios, que são vistos como iniciadores das tentações malignas.

Embora os anjos sejam espíritos destituídos de uma natureza física, as pessoas que crêem neles não têm dificuldades para representá-los visualmente e descrevê-los. Os anjos, dizem seus defensores, são invisíveis, mas podem assumir a forma de coisas visíveis. São geralmente ilustrados com asas, possuindo aparência de seres humanos adultos ou crianças. As asas são, sem dúvida, relacionadas a seu trabalho como mensageiros de Deus, que vive no céu.

O antropomorfismo é compreensível. A representação visual fortalece a crença. Mas uma criatura incorpórea não pode ser representada. A ilustração como um ser de grandeza menor que a humana seria indigna de criaturas celestes. No entanto, é difícil imaginar como uma criatura incorpórea poderia pensar e sentir. Falar de um espírito como uma criatura incorpórea parece ser como falar de um "círculo quadrado". Tentar imaginar o pensamento ou o sentimento ocorrendo independentemente de um corpo é como tentar imaginar a forma esférica de uma bola ocorrendo independentemente da bola.

Como os anjos são invisíveis, mas ainda assim capazes de assumir formas visíveis, é compreensível que tenham ocorrido várias "visões". Literalmente qualquer coisa poderia ser um anjo e qualquer experiência poderia ser associada a anjos. A existência deles não pode ser refutada. O lado negativo desse belo quadro é que também não se pode provar que eles existam. Tudo o que poderia ser um anjo também poderia ser alguma outra coisa.

Qualquer experiência que pudesse ser atribuída a um anjo também poderia ser atribuída a alguma outra coisa. A crença em anjos, visões de anjos e experiências com anjos é uma questão totalmente de fé.

Mesmo se existirem somente na imaginação, no entanto, os anjos podem ser muito úteis. Podem servir como supervisores do comportamento e protetores de crianças.

Pais podem tentar controlar o comportamento de uma criança convencendo-a de que um anjo está sempre a vigiando. O anjo é sempre apresentado como um tipo de protetor, mas a criança esperançosamente descobrirá que ele também está registrando todas as ações, boas ou más, mesmo as que são praticadas quando mamãe e papai não estão por perto. O anjo da guarda é um conceito reconfortante e versátil, e é a base de vários mitos. Boa parte do entretenimento em livros, filmes e programas de televisão é baseada no conceito do anjo da guarda, muitas vezes transformado num mestre sobre-humano dos poderes ocultos.

Os religiosos tradicionais não são os únicos que gostam de anjos. Os mistificadores da Nova Era criaram uma indústria com eles. Todos os dias são publicadas dezenas de livros associando anjos a todo tipo de coisa, desde orientações para a vida diária e conversação com os mortos a curas sobrenaturais. As vendas de figurinos de anjos e outros produtos são rápidas. Como disse uma dessas almas elevadas: "Suavemente guiados por anjos, alimentamos e acariciamos a alma criativa que cura a si própria".

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Ed
Enviado por Ed em 22/09/2006
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