"As Três Porquinhas e os Lobos Maus" - =Uma fábula atualizada baseada no programa "Caldeirão do Huck"

Era uma vez três porquinhas; né? Risonhas, de rostos redondos e de olhos puxadinhos, que moravam em uma casa caindo aos pedaços; né? Um dia o Lobo Mau Desmazelo chegou até a casa delas, deu um ligeiro sopro na porta, entrou, e, depois de bem instalado conclamou o resto de sua alcatéia que era composta dos lobos e lobas Desordem, Bagunça, Relaxamento, Pouco Caso, Preguiça, Tô Nem Aí, Esculacho, Falta de Higiene, Comodismo, Sujeira, Cascão e outros pouco afeitos ao trabalho, que, com o tempo transformaram aquela residência em um verdadeiro...chiqueiro; né?! Um chiqueiro tão absurdamente caótico que há quem jure que um dia uma barata correu para fora, desesperada, e foi vomitar na calçada. Coitada; né?

Certo dia, tomada de um súbito e inesperado acesso de energia e inédita disposição, uma das porquinhas resolveu escrever uma carta para um programa de tevê que refaz as casas das pessoas sorteadas deixando-as lindas e confortáveis e, tendo nascido de rabicó para a lua, foi sorteada.

O chiqueiro sumiu depois da retirada de dezenas de metros cúbicos de lixo de dentro da casa e do quintal e, concluída a reforma total, a casa das três porquinhas transformou-se em uma linda, limpa e confortável residência em poucos dias. Tudo na mais perfeita ordem; né?

O apresentador ficou de voltar à casa dentro de um ano com seu programa para verificar se as três porquinhas estarão cuidando bem de seu novo e valorizado patrimônio. Eu não sei não, mas seria capaz de apostar pesado que o Lobo Desmazelo, acompanhado de sua alcatéia, logo se instalará novamente naquele endereço. Principalmente porque a porquinha mais velha justificou a bagunça dizendo “Eu não sou biônica; né?”

Ps: O programa "Caldeirão do Huck" refez a casa de uma família nissei, composta da mãe e duas filhas adolescentes. Era uma casa tão suja, tão nojenta, tão absurdamente bagunçada e caótica que, sinceramente, considerei um verdadeiro desperdício a doação da reforma. Fosse eu o dono do programa e elas ganhariam, quando muito, uma limpeza profunda na residência para aprenderem o que é viver com decência, higiene e dignidade. Haja estômago...Acho que não jogavam fora nem papel higiênico usado.

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 19/09/2010
Reeditado em 14/01/2011
Código do texto: T2507735
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